quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Magia e Espiritualidade – 13) O Deus que os homens criam e o Deus que de fato se Manifesta como Homem – Primeiro tomo: Será que a Ciência nos Engana


Meu talentoso e inteligente amigo Vinicius G. Guerra , após ter lido o primeiro tomo "Será que a Ciência nos Engana?", retirado de um volume anterior maior, chamado "É a Ciência uma Nova Religião?", desdobrado em quatro volumes, assim se exprimiu de modo entusiasmado, o que eu agradeço muito:

Amigos, segue, em anexo, um pequeno trecho do primeiro tomo do fabuloso livro do Dr. Ernesto Bono: É a ciência uma nova religião?. Nesse trecho, que faz parte de um longo debate entre o autor e um interrogante. A nova versão dessa obra transformou-se em 4 tomos, a saber: 1) Será que a ciência nos engana – 2) Ciência, a magia logificada – 3)Discurso contra o método – 4) As bases inconsistente da medicina científica). O autor, Ernesto Bono explica de forma maravilhosa, como possivelmente o ser humano veio acriar uma idéia de Deus, e com ela encobrir o verdadeiro Deus que não pode ser captado e traduzido pelo pensamento, mas que pode ser muito bem vivenciado em cada Mente-Coração dos seres vivos através de um estado de comunhão que exclui o intruso e farsante ego (ou ego-pensamento, como Bono diz), causador da enganadora multiplicidade (a começar pelo falso eu e pelo falso mundo, separados). Um abraço a todos e tirem ótimo proveito.
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Bom dia pessoal.Há uns seis meses atrás, acabei de ler um livro FANTÁSTICO (dividido em 4 tomos) que tem como título o primordial: "É a ciência uma nova religião?" do autor Ernesto Bono.
E por eu achar que a sua divulgação é algo de imprescindível para ajudar os seres humanos a despertarem de um transe hipnótico que os induz à condição emocional-pensante de máquinas puras, venho desde então, fazendo contatos com as mais diversas editoras do nosso Brasil, no intuito de apelar para que uma mente brilhante apareça e consiga avaliar, editar e suscitar a divulgação de tão portentosa obra.
Um abraço a todos e muita paz.
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Trecho de um debate mantido entre Ernesto Bono (TEOFRASTUS) e um interrogante (BOMBASTUS)
BOMBASTUS: Já aclaramos mais ou menos que o homem antigo e moderno, mesmo que limitado por causa de sua confusão mental, concluiu que vivia num mundo de multiplicidade materiais, numa realidade separada ou dualista, e isso no que diz respeito à pessoa que pensa e no que se refere à coisa pensada e observada. Em suma, tal homem estaria diante de um mundo até certo ponto adverso a ele, onde, muito amiúde, circunstâncias desfavoráveis o afetavam e o faziam sofrer ainda mais.
Posta a questão nestes termos, cabe perguntar agora como nossos antepassados, sem a existência prévia de livros pretensamente religiosos, teriam engendrado a idéia de Deus? Isto é, como eles acharam que deveria haver um ser poderoso, separado deles, um Deus acima e fora da Natureza, dirigindo tanto os eventos favoráveis ao homem quanto os desfavoráveis?
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TEOFRASTUS: Antes de responder a tua pergunta, convém que se deixe claro que o DEUS sobre o qual se pensa, se discorre e se racionaliza, (crendo ou descrendo) – e essa é separação infame da lógica-razão intrometida, ou o disfarce supremo do ego, ladrão e salteador – esse não é DEUS-VERDADE e sim somente uma criação do homem ou do pensamento egóico em busca de reforço.
AQUELE QUE É, de fato, é essencialmente impensável, inapreensível, inabordável, jamais aprisionável e indecifrável à mancha ego-mental palradora, a qual geralmente é só hipocrisia. Deus Vivo (ou Autonatureza, agora vista como algo externo) não necessita dos meus apoios discursados, de minha fé capenga e mal pensada, nem precisa das minhas afirmações e negações pretensamente racionais.
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Nunca houve um tempo em que “EU SOU” deixasse de existir, e nunca existiu um Momento no qual o fantasma-ego tivesse conseguido existir de fato ou até mesmo se intrometido de modo absolutamente eficaz. Por isso, para não dar assento ou base ao ego-pensamento falastrão, e ladrão de caducidades mentais, alerto, sugerindo:
não se diga que DEUS-AUTONATUREZA é, pensando a respeito.
Não se diga que DEUS-AUTONATUREZA não é.
Não se diga que DEUS-AUTONATUREZA é e não é.
E, por fim, não se diga que DEUS-AUTONATUREZA nem é nem não é.
Com essas quatro exclusões, se eliminam todos os possíveis ardis da lógica-razão - e até mesmo se eliminam as crenças do pensamento mágico - que afirma, que nega, que afirma e nega, e que também pode nem afirmar nem negar.
Cuidado, porém, a AUTONATUREZA ou Deus Vivo, com essas quatro colocações não fica eliminado ou excluído.
Aí, a indevida personificação mental é que se silencia, entra em colapso e se anula.
Com isso a Mente se purifica das intromissões do ego-ladrão.
Por conseguinte, essa purificação, pacificação, silêncio mental, ou essa Atividade Mental Instantânea e inapreensível são o sustentáculo de todas as aparências e mentiras possíveis.
Mas aparências são só aparências e não se assentam em nada verdadeiro. No Céu Azul da Mente Pura, aparentemente também pode caber a nuvem ou o ego, o ladrão e salteador, e que na frente dele sempre tem que superpor o falso mundo ou as trevas exteriores.
Sendo Deus inapreensível e indecifrável às tentativas do ego, mesmo assim, pecando com as palavras, sugira-se que a Autonatureza (SER, DEUS) Manifesta-se de Momento a Momento, livre do tempo (ou do ontem enganador, falso hoje e amanhã hipnotizador), e também do espaço (que além da pretensa extensão cartesiana é também o pretenso amanhã), recriados pelo farsante.
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DAQUELE QUE É só nos aproximaremos negando todo o joio que foi acrescentado à Mente Pura, porque as caducidades ou as ressonâncias que sobram do Saber-Sentir-Intuir-Atuar-Amar não alcançam a Manifestação feita Ação Livre, Amorosa e Espontânea.
Com boas razões declarava um Salmista Iluminado: “Silêncio (ego farsante) e saiba que Eu Sou Deus!”
Isto posto, “EU SOU O QUE SOU” (Deus Vivo) não pode ser afirmado, como fazem os religiosos superficiais e profissionais, e que querem impor suas crenças aos seguidores invigilantes, para dominá-los e explorá-los.
Nem pode ser negado como fazem os céticos e materialistas, posto que, aquilo que afirma e nega na mente de todos nós, é totalmente vazio e não tem qualquer essência própria, nem tem qualquer fundamento ou critério de Realidade ou Verdade.
E esse é exatamente o ego humano, o ladrão e salteador, o coletor de ressonâncias e caducidades, as quais se transformam em pensamentos vulgares do tipo pensamento estruturante e pensamento discursivo.
Esse também é a consciência ego-psicológica, que só sabe roubar e acumular o que não deve e, portanto, é uma coisa morta. O ego em todos nós é mesquinhez pura, é um falso ente sempre pronto a expandir-se à custa dos outros, dos demais, com suas ânsias de imortalidade e permanência.
A vida e a morte, tais e quais as acreditamos conhecer, são situações superpostas e ilusórias que o ego mantém por ser completamente incapaz de acompanhar o fluir da Vida em Renovação, e que é Imortalidade.
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AQUELE QUE É, Aqui e Agora só pode ser Vivenciado, nunca transformado em proposições afirmativas e negativas ou em dogmas. Quando muito, pode ser sugerido através de epigramas, aforismos, poesias, versículos ou ágrafos, sutras especiais, para cuja interpretação e entendimento se requer uma Inteligência e uma Sensibilidade fora do comum.
E quem de fato entende a Verdade Divina, aparentemente escrita, jamais a transforma em dogma. Apenas se silencia e se tranquiliza. Esse é o verdadeiro religioso, que Ama Atuando, sem muito pregar, rezar e sem querer salvar o próximo.
Quando transformamos Vivências profundas de Sábios e Mestres autênticos em palavras banais – um Sábio ou Santo de verdade jamais faz isso – a VERDADE escapa e em seu lugar fica o faz-de-conta, fica a ilusão, ficam as mentiras do raciocínio e da má interpretação do texto.
No Instante intemporal (Agora), há Vida totalmente livre do lucubrar ou do raciocínio.
No tempo e no espaço reconstruídos só prevalece a aparência, a tagarelice mental, teológica e filosófica, que nega o Divino, ou senão o afirma, recriando-o e atribuindo-lhe qualidade e possibilidades puramente imaginárias, mas muito boas para oprimir e explorar o próximo desavisado.
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E é exatamente por causa dessa mesma tagarelice mental que alguns cientistas tolos, somente mal pensando e propendendo para o materialismo pensado, pretendem negar o Deus-Verdade, ou senão o deus inventado pelos homens, (com justiça, aliás). No lugar disso, aceitam o Big-Bang ou o deus-acaso com milhões de possibilidades ou atributos físicos, químicos, atomísticos, matemáticos. No lugar do deus barbudo, piegas e injusto, e que a ignorância humana colocou nas alturas, ele colocam o deus-máquina, o deus-robô, o deus-cálculo-matemático, o deus-computador, o deus-célula, o deus-átomo, o deus-molécula, pretendendo assim superar e eliminar o falso deus de alguns religiosos primários e ingênuos.
Alguns cientistas de araque passam então a adorar todos esses arremedos, como se sua própria criação intelectual fosse superior a eles mesmos e inclusive superior ao deus da tradição.
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Lamento muito ter que proferir e escrever tantas palavras tolas, só para fazer frente a essa gigantesca inflação verbal vigente, a esse Himalaia de mentiras e ilusões que anda por aí , por isso poderíamos sugerir que NAQUILO QUE É NÃO-DUALIDADE, QUE É UM ou que é “EU SOU O QUE SOU”, parece surgir uma nuvem negra, uma mancha, um centro espúrio (ou ego, “eu”), causa e origem de toda multiplicidade, separatismo e calamidades humanas.
Esse terrível fruto da ignorância-pensamento desdobrar-se-á em infinitas situações e ocasiões, sempre que lhe convier, reconstruindo assim pretensos homens pensantes e mundos pensados. Ou senão forjando também a falsa pessoa e o objeto; a mente pensante de um lado e objeto pensado do outro, como conseqüência daquela; ou ainda inventando a matéria e espírito; a alegria e a tristeza; a dor e o prazer; a bondade e a maldade; a sensação viciada e a pretensa pessoa que sente; o falso deus-objeto e seu pretenso adorador, um homem submisso e temeroso e um pretenso deus que se deve temer e obedecer; o criador e a criatura, e assim por diante.
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Essas polaridades todas ou dualidades pensadas são obras do ego, com suas possibilidades de estruturar aparências e discorrer a respeito, e visam reforçá-lo sempre. De modo que, quando um ego se levanta na Mente Primeva, simultaneamente surgem as trevas exteriores, a contraparte do ego ou o mundo pensado.
O ego, portanto, se divide visando alcançar a permanência e o reforço. E dividir-se-á a todo o momento, acima do Aqui e Agora, com o fito de suplantar e ofuscar AQUILO OU AQUELE QUE JÁ É, passando ele a imperar em seu lugar. E no entanto Deus-Verdade é Amor, nunca um poder podre com pretensões infames.
E tal como acontece com os pratos de uma balança, se um dos componentes da divisão aparente sobe, o outro forçosamente tem que baixar. Se um pólo cresce ou se agiganta, o outro necessariamente diminui. E, apesar das infinitas divisões e subdivisões ou facetas que o ego farsante adota, no começo de sua intromissão, ele-ego também é UM.
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Cuidado que o começo do ego ou o início do egocentrismo é um faz-de-conta, é ilusão, ignorância; longe está de ser uma realidade absoluta e insuplantável. Essa bipolaridade superposta também é uma coisa unida e inseparável. E o cordão umbilical subjacente, que liga o pólo A ao pólo B nunca é rompido. O ego ladrão e mentiroso em nós, contudo, esconde isso com todo o cuidado, por causa de suas ânsias de PODER, por causa de seus pendores miméticos, por causa de suas mentiras e hipocrisia.
Depois deste meu extenso e não desejado intróito, creio que agora é possível responder à tua pergunta no mesmo nível em que a formulaste. Ou seja, “como nossos antepassados engendraram a idéia de Deus?”
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Isso dependeu, possivelmente, de um observador primitivo qualquer, mas já limitado ao ego. Melhor dito, dependeu principalmente daquele indivíduo que, diminuindo a si mesmo, supervalorizou a importância de determinada ocorrência externa.
Enquanto o homem antigo vivia numa perfeita comunhão com a Natureza, ou vivia bem numa espécie de identidade e monismo perfeito, como em ocasiões os nossos índios brasileiros ainda fazem, nunca lhe passou pela cabeça de que tinha que preexistir um deus externo, a fim de pedir-lhe favores, ou evocá-lo, adorá-lo, temê-lo. E isto se evidencia facilmente em alguns livros sagrados muito antigos, e que descrevem o ancestral humano vivendo maravilhosamente bem em certos hipotéticos paraísos primitivos, sem nunca especular.
Vimos também que nem todos os eventos do cotidiano eram agradáveis ao homem. Entre os desfavoráveis, o mais comum era o desenlace. Ora, a morte, por ser um fato doloroso e que suscita temor, obrigou ao nosso primitivo personagem – como ainda hoje obriga a qualquer um – a tecer arrazoados e justificativas sobre tão triste ocorrência. Dito de outro modo, frente a tal fato, houve seres que, por uma espécie de autoconhecimento (intuição), buscaram a Compreensão última de tudo em si mesmos.
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Esses enfoques e achado os levaram a se darem conta de que a perfeita identidade entre o desenrolar dos fatos externos e o mundo interior persistia neles próprios. Perceberam que se na abundância e felicidade, entre eles e o mundo envolvente havia certa identidade natural, essa mesma identidade ou ligação tinha que subsistir nas desavenças e na dor.
Estes sábios antigos Sentiram-e-Souberam que o Único (ou “EU SOU”), e que outros mais chamariam Deus, residia em seus próprios corações, e adiante também. Estes não amavam ele, o deus-objeto, ou o ele, o deus objetivado, mas Amavam o grande EU, EU SOU e que, cuidado, nada tem a ver com ego!
Entrementes, outros homens, menos lúcidos e avisados, menos maduros e capazes houve que, pensando, acharam muito mais cômodo atribuir todos os eventos desagradáveis e desequilíbrios externos a um ser muito poderoso e terrível. Este pretenso ser todo-poderoso, de alguma maneira lembrava a severidade, o radicalismo e a onipotência do pai ou do avô deste nosso primitivo observador pensante.
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Em outras palavras, para tal homem. ele-deus traduzia-se como o somatório de todas aquelas forças da vida, e que antes de morrer, antes de se desprender animavam os corpos dos parentes de nossos antepassados.
Para o nosso pensador antigo, essas forças ou espíritos dos antepassados, agora sem o pretenso corpo carnal, para não se anularem, haviam-se juntado e fundido, formando um ente único e espiritual, formando uma egrégora, o deus do clã ou da tribo que, efetivamente, assim passou a sobreviver, graças ao ritual do homem antigo - execução do ato intencional - graças ao pensamento e temor dos que ficaram por aqui, no assim chamado mundo externo.
Esse feixe de forças (caducas), ou ainda, esse somatório de espíritos, que o pensamento dos vivos sustentava, agora equivalia a um Super Homem do além, dotado de poderes incomuns, capazes de desencadear qualquer ocorrência externa, agradável ou desagradável. Em momentos, graças à Lei da Geração Condicionada, isso efetivamente acontecia.
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A imagem de tal deus-objetivado (Ele) tinha que corresponder à de um homem gigantesco, porque o pensamento vulgar (ego) deste nosso primitivo observador tinha se convencido de que ao seu redor nada existia, nem planta, nem animal, nem coisa alguma que fosse superior ao homem. Em astúcia e sagacidade nada se comparava com o ser humano.
Por conseguinte, segundo suas elucubrações mágicas – que também são raciocínio lógico – esse núcleo de espíritos dos ancestrais, esse feixe de forças caducas, ou esse ser poderoso e imponderável tinha que ser um homem muito grande. Se não bem um homem, alguém muito semelhante a um ser humano, dotado de possibilidades e poderes muito além do alcance humano.
Nosso homem primitivo, a partir de sua própria imaginação, concebeu então esse grande ser antropomórfico que chamou Deus, lá adiante, Deus-objeto, ou seja qual for o nome que se lhe queira dar. E para tal, o ego-pensamento ladrão transferia adiante a essência mental desse mesmo homem descuidado. Destarte, sem se aperceber, o nosso primitivo observador, por meio da Lei da Geração Condicionada punha em movimento a máquina dos engendramentos superpostos:
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“Isto sendo, em pensamento, aquilo surge, aparece, se objetiva, se superpõe, se materializa se para tal se executa o ato intencional. - Isto não sendo pensado, aquilo não aparece, não acontece, não se superpõe porque além de não pensar, tampouco se faz algo a respeito.
E mais, como o nosso homem antigo se preocupava em fazer alguma coisa, em executar rituais a favor ou em louvor das pretensas divindades do panteão antigo, oh deus!
Dando um pequeno corte e a propósitos de pretensos deuses, estes eram tão somente alienígenas de alto gabarito e benevolentes que desde o Cosmo Desconhecido se faziam presentes aos homens primitivos e os ensinavam a melhor viver, além de transferirem alguma espiritualidade em especial, a partir da qual ficava evidente um Deus Supremo senhor de tudo e de todos.
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Alienígenas nefastos também se apresentaram e, ao se imporem, faziam-se passar por deuses justos e bons ou pelo deus único, tipo Jeová-Molokron. Estes seres ou alienígenas geralmente eram extremados, violentos, cruéis e sanguinários. A todo momento solicitavam aos seus crentes constantes sacrifícios que envolvessem o sangue, as emoções, a vida e o bom sentir de vítimas propiciatórias, homens ou animais.
Mas voltando ao caso anterior, a partir desse momento ou dessa criação mental, o deus aparentemente antropomórfico e objetivado passava a existir para o nosso primitivo pensador e para todos aqueles que como ele pensassem e “sentissem”.
Passava porém a existir graças à DIMINUIÇÃO DA ESSÊNCIA MENTAL AGORA JÁ PERSONIFICADA de seu criador, o próprio homem mal pensante, no caso.
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Dessa maneira, é de se crer que esses religiosos primitivos, não somente criaram tal deus objetivado como inclusive atribuíram-lhe poderes que cabiam a eles mesmos. Depois, graças ao discurso interno e invertendo tudo, avaliaram e sistematizaram as pretensas possibilidades deste ente antropomórfico. Concluíram, por fim, que tal deus, além de ter criado o mundo e todas as coisas, no começo dos tempos, tinha poderes para continuar engendrando isto ou aquilo, para interferir desta ou daquela maneira, e assim cada vez mais.
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Graças ao “Isto sendo, em pensamento, aquilo surge ou se superpõe, desde que para tal se faça intencionalmente alguma coisa”, e desde o momento que assim o imaginaram, tal ele-deus ou deus-objeto-pensado passou realmente a manifestar tais atributos e possibilidades relativas.
Era como se se tivesse introduzido um fantasma externo que começou a crescer em possibilidades e potência, que começou a agigantar-se por meio do ritual, por meio da execução do ato intencional do homem descuidado, por meio de sacrifícios e oferendas de sangue.
E tais atos, como hoje ainda acontece, se traduziam como cultos, sacrifícios, holocaustos e preces. O ritual sacerdotal, portanto, teve muita importância. Contudo, o pretenso poder do deus externo sempre emanava dos próprios criadores antigos, sacerdotes e crentes. Obviamente, este alimento da mente-ego decaída e o poder do Ato desvirtuado se transferiam adiante, por causa da ignorância-ego-pensante. De nosso primitivo observador, que como sói acontecer, e hoje mais do que nunca, tudo desconhecia sobre si mesmo, sobre “EU SOU” (Deus) que trazia (e traz) em seu Coração.
Todos nós preferimos adorar fantasmas divinos, que extrojetamos e que depois nos devolvem migalhas do poder ou potência recebida, do que vivenciar a Verdade que já somos.

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