segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

UM CONJUNTO DE COLOCAÇÕES OPORTUNAS


Transcreverei agora um conjunto de passagens importantes, retiradas de meus livros editados e inéditos, como:
(1) É a Ciência, Uma Nova Religião? (versão antiga),
(2) Nós, a Loucura e a Antipsiquiatria,
(3) Antipsiquiatria e Sexo (publicados e esgotados há muito tempo),
(4) AIDS, Uma História Mal Contada (ou AIDS, Quem Ganha, Quem Perde, e mais os inéditos, (5) A Prisão do Tempo,
(6) Ladrão e Salteador da Mente Humana,
(7) Transmutar Este Falso Mundo,
(8) O Fogo Físico e o Fogo Espiritual,
(9) A Farsa dos Meios do Conhecimento,
(10) A Ciência nos Engana,
(11) Ciência, a Magia Logificada,
(12) Discurso Contra o Método ou a Antidialética,
(13) As Bases Inconsistentes da Medicina Científica,
(14) Uma Revolução Quântica – Consciência ou Matéria?
Com todos esses tomos publicados ou também completamente inéditos, ou com esse conjunto de obras, eu praticamente reviso e questiono quase toda a cultura filosófica e científica do Ocidente.

Não sou senhor da Verdade, mas é de se crer que todos esses livros escritos, publicados e inéditos (a maioria), me dão o direito de me exprimir como me exprimo, de criticar como critico, de ironizar como ironizo, de denunciar como denuncio, de alertar como alerto e de sugerir como sugiro. Que culpa tenho de morar num mundo (ou país?) onde as editoras ignoram ou rechaçam meu trabalho, porque grande de tais editoras estão nas mãos dos inimigos da humanidade, ou então, não poucas editoras são pelos inimigos supervisionadas para proibir de publicar o que tem realmente valor e importância.
A finalidade de reproduzir passagens de todos esses livros, é verificar até que ponto a célula, o Sistema Nervoso Central, cérebro, córtex motora, córtex visual, auditiva, oftálmica, gustativa etc., além do tálamo, hipotálamo, limbo, cerebelo, nervos sensitivos e motores se fundamentam. Ou quem sabe eles meramente aparecem como Maya, como uma aparência, ou como um enigma objetivado, sem aclarar absolutamente nada com sua presença, não obstante o empenho dos biólogos, cientistas, médicos, neurologistas, psiquiatras e psicólogos.
Se o cérebro ou se o Sistema Nervoso Central apresentado e descrito pela ciência conseguir superar todos os paradoxos, as contradições, as objeções e as refutações que apresentei em todos esses livros, então sim se poderá suspeitar que tal órgão ou cérebro serve para alguma coisa, e não é somente um fabuloso engendramento que o pensamento sustenta e objetiva, ou uma farsa do ego-falastrão em todos nós.
Amigos meus, busquem entender que, sem o pensamento se intrometendo por sobre da Verdade Intemporal, por sobre do Aqui e Agora, depois ou já no tempo, nenhum homem consegue constatar algo, sem o mal pensar, ele não (mal) percebe nem reconhece nada. O ladrão e salteador tem que se intrometer.
O pensamento, intrometendo-se do segundo momento em diante ou depois, vira tempo-recipiente, vira o pretenso ego-perceptor, ego-explicador, o suposto ego-provador. Sem ego-pensamento e sem tempo pensado, não pode aparecer qualquer cérebro nem coisa pretensamente constatada pelo cérebro. E se algo aparece, é o pensamento quem o forja, é o pensamento quem o fundamenta com sua pantomima ou modo de atuar intencionalmente, é o pensamento que tudo reconhece, prova e explica!
De qualquer maneira, uma coisa, porém, é certa; todas as propriedades, qualidades, possibilidades, atributos que a ciência, sempre mal pensando, diz ter descoberto no próprio cérebro, na própria célula vão cair por terra, coisa, aliás, que já era hora que aconteça. E para tanto, então vejamos:
1) O Verdadeiro Conhecimento não é igual a uma avenida cheia de negócios onde, apenas maquinando com a cabeça, se pode vislumbrar pretensas maravilhas e adquirir informações deste ou daquele tipo. Verdadeira Sabedoria é antes de tudo, um expurgo dos entulhos mentais, das inutilidades intelectuais. Ou também é um expurgos das simples formas psicofísicas e das palavras fúteis, ou formas-nomes.
2) A Verdade Absoluta ou o REAL não é necessariamente um objeto especial e separado do homem. É uma Vivência, é o conteúdo do Saber-Sentir-Intuir ou do Conhecimento Direto, que só alguns poucos seres humanos deixam que se Manifeste ou conseguem por em prática. E este Saber-Sentir-Intuir é exatamente a Verdadeira Sabedoria, livre dos laços espaço-temporais, e que comunga com ISTO..
3) O “Isto” Primevo ou Objeto Real é totalmente válido, insondável, imensurável e infinito, como o próprio Saber-Sentir-Intuir ou Reto Conhecer que com Ele comunga.
Isto, Objeto Real e Sentir, Sujeito Verdadeiro são inegavelmente inexprimíveis, demasiadamente profundos para o alcance limitado da lógica-razão e para o significado restrito e restringente das palavras.
“Isto” (Objeto verdadeiro, mas nunca o objeto da ciência) é demasiado cósmico para que se lhe aplique qualquer análise, distinção, descrição e fórmulas matemáticas. Descartes nunca soube em profundidade o que era a res extensa (ou o objeto que se estende), e muito menos alguma vez autoconheceu-se para saber quem ele era ou o que era o res cogitans ou o ser vivo, a realidade que pensa.
4) Na Vida absolutamente verdadeira, não há nenhum critério, não há absolutamente nada que justifique a escolha inicial de uma idéia, de um pensamento, de uma tese ou de uma antítese. Nem nada há que justifique que um julgamento especulativo ou um pensamento qualquer forçosamente tenha que vir na frente de toda Vivência, de toda Experiência. Ou tenha inclusive que vir na frente de Tudo, para depois essa mesma VIDA ou o REAL acomodar-se a tal julgamento ou acomodar-se ao que se pensou em termos mágicos e/ou lógico-racionais, sempre discursivos.
5) A Lógica-Razão não é nenhum Organon cerebral autêntico e impecável, nem tem qualquer autoridade para sacramentar o certo e condenar o errado. Ninguém até hoje, em termos de mera lógica-razão ou simples raciocínio intelectual descobriu o que é o pensamento em si, o que é a memória, o que é a imaginação, o que são a Inteligência e a Criatividade humanas.
E também que diabo é essa lógica-razão que o pensamento forja e libera, lógica-razão essa que se mete a bancar o juiz supremo do certo e do errado, e de tudo o mais.
O pensamento ladino, num pretenso receptáculo espaço-temporal pelo próprio pensamento engendrado, para esconder sua intromissão e atividades astutas, forjou mentalmente uma pretensa massa cerebral e a exteriorizou. E o próprio ego-pensamento desonesto e safado atribuiu a tal massa melequenta ou cérebro possibilidades e capacidades que nunca lhe couberam.
A assim chamada impecável Lógica-razão é fruto do pensamento enganador, é um fruto posterior – quarto momento em diante – quando da intromissão do ego-pensante – que é o segundo momento. (Para tal ver a Dodécupla Cadeia ou Lei da Geração Condicionada). E o cérebro é um acréscimo externo muito posterior, – próprio do décimo momento em diante –, levando em conta os engendramentos contidos na dodécupla cadeia.
Aqui e Agora (livre de tempo), todo Homem Primevo (ou Ser), em fulgurações existenciais descontínuas ( staccato), Sabe, Sente, Intui, Entende, Cria, Atua e Ama.
Só a partir do segundo momento em diante, ou seja, nos enganadores antes, durante e depois temporais, é que a Inocência do Homem Primevo, transmutando-se – e não se transmutando – em ignorância-desejo, passa a manipular restos da Manifestação Primeva, ou reflexos e ressonâncias de um Saber-Intuir-Entender-Atuar-Amar-Sentir-Isto autêntico.
A ignorância-desejo – ou a boa Inocência que se tornou maligna, do segundo momento ou terceiro em diante – rouba essas ressonâncias e reflexos caducos ou deles se apropria, e os transforma em pensamentos soltos, em feixe de pensamentos, em larvas semi autônomas, habitantes desse tempo.
E é exatamente com este manobra que salta fora a ignorância-ego-pensamento, o câncer da Mente Primeva. Por conseguinte, devido à ignorância-desejo, surgem as caducidades temporais que viram pensamentos primordiais.
Por causa destes pensamentos estruturantes e discursivos salta fora a falsa consciência pretensamente separada, onde se implantam o falso ente-ego pensante e sua contraparte ou objeto, mundo pensado.
Por causa desse pretenso ego-pensamento, salafrário e enganador, saltam fora as seis esferas dos sentidos com suas respectivas partes objetivadas ou psicofísicas (mundos). Ou seja, o olho pensado e o dado visto pensante-pensado. O pretenso órgão da audição pensado e a audição pensante-pensada. O pretenso órgão do olfato pensado e o odor pensante-pensado etc.etc.etc.
Por causa disso tudo, se implanta também a necessidade do contato.
O pensamento estruturante além de recriar um falso ente pensante e um objeto ou mundo pensado, em seu outro aspecto, agora discursivo, engendra também as facetas lógico-racionais ou senão as facetas meramente primitivas ou mágicas desse mesmo pensamento.
E, mentindo, alega que esses discursos resultam no mais perfeito conhecer, perceber, conscientizar. Só que este último é sempre um “tornar-se cônscio de” onde parecem caber os meios do conhecimento com o seu falso ego-perceptor, de um lado, com o dado pretensamente percebido, do outro, e com os mentirosos mecanismos sensoriais e cerebrais da percepção, de por meio. Estes últimos então seriam os tão louvados meios do conhecimento, que se está tentando desmentir.
Por conseguinte, a lógica-razão aparecendo após o segundo momento existencial e sendo tempo-pensamento, Aqui e Agora não consegue conviver ou comungar com a Intemporalidade da Verdade Primeva ou Absolutamente Real.
Não podendo comungar (com), esconde o REAL ou tenta obnubilá-lo, e a partir de simples reflexos recria um falso real, um falso mundo, que Mestres e inclusive Jesus denominaram Trevas Exteriores, e Buda, seiscentos anos antes, chamou de Samsara, a inútil ronda falsamente existencial.
Em segundo lugar, a partir desses mesmos reflexos ou ressonâncias, a lógica-razão se bifurca para resultar numa divisão fictícia, pondo de um lado o falso sujeito e do outro o falso objeto. Daqui saltam fora a pessoa pensante, o objeto pensado e demais engendramentos da assim chamada multiplicidade externa, pretensamente testemunhada pelos meios fisiológicos do conhecimento.
Montada toda essa pantomima, essa mesma lógica-razão, finalmente, se mete a discorrer, a forjar conceitos, juízos pretensamente impecáveis e até mesmo confusos, estabelecendo a partir daí leis e normas que convém a ela e a um grupo que a defende e do qual grupo ela faz parte, constituindo assim um Campo de Consciência Sensorial, particular...
Sintetizando então, a lógica-razão é mentirosa, enganadora, nada honesta e veraz, porque primeiro esconde o Real e recria um falso real que é sempre o real dela mesma, um faz-de-conta dependente e conveniente a ela.
Em segundo lugar, manipulando restos e caducidades, forja a falsa dualidade reconstruída e racional, ou uma bifurcação na qual parecem caber a pretensa pessoa pensante e a falsa coisa pensada ou mundo aparente.
Em terceiro lugar discorre em cima de suas fantasmagorias superpostas e forja normas abstratas, que chama de leis lógico-racionais, e senão isso, tal lógica-razão restringe-se a pensar de modo caótico, não impecável ou mágico.
E em quarto lugar, essa mentirosa e enganadora, ou lógica-razão, se outorga uma capacidade perceptual ou conscientizadora que não lhe cabe, porque nada nem ninguém lhe obsequiaram tal capacidade, para que ela passasse a ter tanta importância e valor.
Aliás, a lógica-razão nada percebe, e muito menos percebe ou conscientiza a Verdade, discernindo-a da mentira.
6) A razão, vista como um organon de percepção correta, ou até mesmo vista como uma faculdade boa para conceituar de modo pretensamente impecável, é em verdade ignorância primeva. È o começo da dodécupla cadeia.
A lógica-razão só capta o reconstruído, a não-entidade, só apreende o engendrado, o previamente refeito, o evocado e imaginado. A própria lógica-razão também elabora todas as causas e os efeitos ou aquilo que chamamos frutos. Depois ela mesma colabora para que se dê a extrojeção disso. Finalmente reconhece seus frutos e os recolhe…
A Ciência Moderna, valendo-se dos três postulados de Aristóteles, ou seja a utilização do julgamento conceitual, do julgamento inferencial e do silogismo, ainda acrescentou cinco fatores ou cinco etapas para estabelecer suas falsas verdades e suas leis enganadoras, e que são: (a) a pretensa observação científica despreconcebida do fato ou fenômeno; (b) a dedução ou a elaboração da hipótese e que induz a enganadora experimentação laboratorial; (c) a execução do ato intencional, propositado e que resulta não só na teatralização da experimentação científica corroboradora ou negadora, mas também resulta nas conseqüências dessa mesma maneira de agir, ou seja na pretensa prova certa ou errada; (d) a descrição matemática ou só quantitativa daquilo que se fez e supostamente se alcançou (ardilosa e magicamente); (e) finalmente a prova científica final.
Pois bem, meu caro amigo, essas cinco etapas são um brincar de mágico, são uma maneira de fazer magia branca ou magia negra. E se o fruto aí alcançado for impingido como uma Lei definitiva, como uma Lei universal, isso será uma trapaça completa para a humanidade.
Essa é a observação científica que só capta coisas falsamente reais e em total relação dependente, e as capta de maneira totalmente dualista – cientista aqui e coisa reconhecível lá. Os aqui frutos alcançados, se vistos como uma Verdade cósmica válida para todos, são uma brutal mentira… O observador pretensamente honesto e bem intencionado (cientista) aí é uma pessoa totalmente condicionada, que só vai esmiuçar e tentar decifrar o conteúdo de seu fundo mental ou do campo de consciência sensorial científico, no qual o cientista está inserido ou está preso, e que também é seu fundo existencial limitado extrojetando-se…
De sua parte, a ignorância-ego-pensamento de todo homem não tem começo. E se assim é, para tal ignorância-ego-pensamento interferente, não existe nada assinalável que a sacramente ou caracterize como sendo anterior ou posterior…
Em termos absolutos, nenhum à priori e à posteriori (antes e depois) para o mundo aparente e fenomenal podem ser válidos. E muito menos para a falsa pessoa ego-pensante. O antes e o depois especulativos nos levam a recuar para uma totalidade de mentiras e ilusões, como possivelmente devem ser os mundos dos níveis astronômicos ou os pretensos dados dos níveis microscópicos. Esses dois níveis científicos não passam de um clamoroso faz-de-conta.
7) Não somos necessariamente só entes biológico ou só seres pensantes.
Pecando com as palavras, poderia se sugerir, sem nada impor, que antes de tudo somos Saber-Sentir-Intuir-Atuar-Amar, em constante Renovação.
Mais do que homens carnais que pensam, seríamos Ação Pura, Inteligência e Sensibilidade, seríamos Verbo Vivo. E Este se faz SER, torna-se SER, de momento a momento, sem que nada tenha sido criado antes nos pretensos espaço e tempo.
A memória (ou o ontem), a imaginação (ou o amanhã) e o raciocínio (a ponte entre os dois, ou o falso hoje de 24 horas) no homem forjam o falso espaço e o falso tempo, físicos e psicológicos. Nestas duas enjambrações (espaço e tempo) dependentes e pensadas, esse trio maravilhoso (memória-raciocínio-imaginação) coloca o que bem entende em termos objetivos, inventa o que quer, e fundamenta tudo por meio de trapaças lógico-racionais e manobras ladinas.
O Mestre oriental Nagarjuna, já me condenaria essa minha sugestão. E estaria totalmente certo.
Entrementes, amigos, o Penso, logo sou, ou o Cogito ergo sum cartesiano é muito pior que essas minhas sugestões. Com esse vislumbre que Descartes teve e com essa frase, o cientista-filósofo em verdade e em seu tempo quis apenas provar a existência da alma para ele mesmo e para terceiros.
O materialismo científico, contudo, transformou esses dizeres em bobagem, tipo: “Tenho um cérebro, e graças a reações físico-químico-elétrico-cerebrais posso pensar. Só depois de dar-se esse epifenômeno enigmático da massa cerebral (melequenta) posso suspeitar que esse "eu sou" em mim é a própria bioquímica cerebral falante!…O ser (ego) em mim é fruto do acaso, é fruto de uma massa cinzenta chamada cérebro e é fruto de reações físico-químico-elétrico-cerebrais puramente casuais...” (Argh!, pois sim!).
8) De sua parte, Platão e Galileu estavam totalmente equivocados em achar que Deus, na elaboração de suas obras cósmicas, em sua criação primeva havia-se exprimido em termos impecáveis tipo matemática, ou em dados geométricos-matemáticos.
Esses dois pensadores achavam que a boa ciência teria que se exprimir desse modo. Aliás, Deus nunca se exprimiu em termos algum.
De sua parte, Jesus dizia: “Meu Pai trabalha até AGORA, e Eu trabalho também. Isto sugere claramente que Deus não criou nada nem no espaço nem num começo de tempo, mas sim apenas se Manifesta Aqui e Agora de Momento a Momento, como o Filho.
Grosso modo então e sem nada impor, há uma Manifestação Divina sim. Porém e contrariamente, nunca houve uma criação nem da parte do “Ele”, deus-persona, nem da parte do deus acaso, da ciência.
E se nunca houve uma criação, nada ficou escondido, nada se estruturou e se complicou ao longo do espaço e do tempo, para que depois a ciência ou o cientista se metesse a decifrar e a descobrir o impossível, ou senão a inventar histórias físicas, químicas, biológicas e genéticas.
O cientista em vez de descobrir, engendra e superpõe.
Pois é, amigo, acredito que é já possível desconfiar quanta infâmia montada existe por aí, como a tal manipulação dos DNAs, dos genomas, a decodificação do código genético a fecundação artificial e a pretensa geração de clones!
Estas últimas possibilidades e informações foram obsequiadas pelos alienígenas (ETs) cinzentos a certos homens safados do Hemisfério Norte, que com a cabeça cheia de fezes e metidos a cientistas querem mudar o mundo e se apossar do mesmo. E se tudo isso vingar, em termos mais amplos ou como magia negra, os estragos não terão fim, e haverá de repetir-se o que aconteceu com a Atlântida, em que em seu final a magia negra, via cristais, prevaleceu adoidada.
Amigos, se não houve uma criação no tempo e no espaço da parte de nada nem de ninguém, os assim ditos átomos, moléculas, macromoléculas células etc.etc. são recriações ou forjações do cientista. Todos esses se fizeram presentes com a prática da magia negra, disfarçada de experimentação científico-laboratorial.
9) Lamentável é dizê-lo, mas todas as teorias ligadas às causas e aos efeitos são conceitos vazios que resultam em expedientes fátuos… As pretensas Leis Universais da Ciência não são traduções precisas do comportamento da natureza, mas são só e sempre engendramentos humanos… Não obstante isso, quanta ação estúpida e inconseqüente o homem mal pensante e a própria Ciência desencadearam em função das pretensas causas e efeitos... Em função da hipotética exatidão das leis científicas, que em verdade são só e sempre inferências capciosas ou senão teorias tolas?…
É só constatar o que o homem já fez contra a Natureza comum ou contra aquilo que ele chama de mundo mineral, vegetal, animal, incluindo aqui tudo o que o homem fez e faz contra o próprio homem.
Em termos de atuação mesquinhamente científica, ou até mesmo em termos de atuação cultural, política, religiosa e econômica, quanto dano já se praticou!… Por mais benevolente ou neutro que pareça ser o atuar científico, nada nos obriga a aceitar o modo de agir da ciência e os frutos por ela alcançados, salvo quando, ajudam, no mínimo.
E muito menos nada nos obriga aceitar as imposições de quaisquer outras teorias, principalmente se complicarem, distorcerem, prejudicarem e aprisionarem o bom entendimento do homem…
Em face disso, Nagarjuna repete então: “A origem dos seres e das coisas, sua existência persistente, sua destruição correspondem à própria natureza de Maya [isto é, são ignorância subjetiva e ilusão objetiva]. Ou seja, simples sonhos, castelos encantados.”... Ai amigos, dai-vos conta, pois tudo é diferente daquilo que é imposto por aí!
10) A Verdadeira Sabedoria é imediata e nos leva a Surpreender e Sentir que a Verdade ou o Real está encoberto pelo joio inútil de nossas noções, discursos e pareceres (pensamentos). A intelecção vulgar ou até mesmo o pensamento mágico do analfabeto, inculto jamais Sente e Sabe. E a maior parte dessas noções ou pensamentos dos intelectuais sempre se coloca na frente de tudo. E isso é astúcia refinada da ignorância-ego-pensamento em todos nós.
11) Percebe-Se o Real ou a Verdade quando não se O encobre, ou quando se O Compreende de modo direto, graças ao esvaziamento dos dogmas de príncipe de nossa cabeça. Por conseguinte, a função da verdadeira Ciência-Religião-Filosofia deveria ser a de suscitar primeiramente uma simplificação ou higiene mental. Depois a de fazer vingar uma Compreensão e Atenção perfeitas, livres de ego, o que equivale a suscitar uma comunhão existencial. E em terceiro lugar, essa Ciência-Religião-Filosofia deveria valer-se somente de um Entender e Perceber corretos, e não de raciocínios científicos tolos e de reconhecimentos fúteis.
12) O Real ou a Existência não é para ser descoberto e pretensamente ser trazido de novo à superfície, ser trazido à objetividade cotidiana, de modo pensado, verbalizado e matematizado. O Perceber-Isto – Isto-Sentir, Sentir-Isto – já é o REAL, nunca, porém, são pensamentos bobos, atitudes mesquinhas e descrições capciosas que só reforçam o ego de certos cientistas e pesquisadores.
E são exatamente tais pensamentos e atitudes mesquinhas as que pretendem trazer o REAL novamente à tona ou para Existência – como se se pudesse ou como se coubesse – e isso resulta em recriação e distorção.
O conhecimento ou o reconhecimento a respeito do Real, visto nunca corresponder a uma nova aquisição intelectual, pois não tem como, só pode igualar-se a um engendramento de ilusões…
Verdadeira Ciência, portanto, não é aquela que descreve o fenômeno físico ou o empirismo em si, acrescentando fumaça à já tão grande fumaça vigente e aparente.
Verdadeira Ciência só é aquela que consegue diluir a ilusão ou o empirismo em si, permitindo que a Verdade, o REAL Atual ou o Absoluto voltem a prevalecer por si mesmos. E para tal, essa Ciência terá que se valer do Perfeito Sentir-Saber-Intuir, do Ato Puro, do Conhecimento Direto. Estes, não apenas desfazem as fantasmagorias do mundo fenomenal cotidiano, como também anulam os véus que cobrem o Real, e que são exatamente nossos juízos, nossos conceitos, cálculos e discursos ao redor da Vida, da Coisa em Si..
13) Os pontos de vista lógico-racionais – e até mesmo os pensamentos dos incultos e analfabetos – sempre correspondem a um parecer particular, a uma opinião especial. Não importa se são pensamentos científicos, filosóficos, religiosos ou metafísicos. Eles jamais são uma maneira universal e efetivamente desinteressada de compreender. Tais pensamentos são exclusivistas e todos os demais pontos de vista (ou o resto) para eles são mentira.
Todavia, todo ponto de vista é abandonado quando o homem de boa vontade se apercebe da natural falsidade e contradições desses mesmos pontos de vista.
14) A origem causal – "Ele", deus-persona, demiurgo, pretensamente criando o mundo, o Sol, a Lua, as estrelas etc. – e a origem casual ou até mesmo a criação de seja lá o que for – ou o dar-se uma explosão ou um Big-Bang, graças ao Acaso, cujo resultado pretensamente evoluindo resulta em universo e Vida – são apenas pensamento. A duração temporal e extensão espacial desse pretenso universo criado por um “Ele” deus-persona ou pelo acaso científico são também e só pensamento, principalmente. Ambas pretensas origens são só um blá-blá fútil de teólogos e cientistas capengas.
15) Tudo o que pudesse durar mais que um momento, isso duraria eternamente. Durando eternamente, isso seria algo imutável, imóvel, pretensamente sempre igual. Sua pretensa imutabilidade o transformaria em algo compacto que os olhos cansados acabariam não enxergando mais. Esse algo pretensamente imutável é em verdade só inexistência, ausência completa, jamais equivale a uma montanha permanente ou a ela se iguala. A caro custo, que se sugira, pois, que a Vida é Palpitação Renovada, que é um Impressionante Fulgurar, de momento a momento…
E no que se refere aos ardis da memória-raciocínio-imaginação, é bom que todos saibam que quando os objetos passados ainda subsistem e aparecem, forçosamente também deveriam subsistir e aparecer os órgãos sensoriais passados que isso pretensamente teriam captado. E se de fato os objetos futuros já existem, também terão que existir os órgãos sensoriais futuros de sua apreensão. O olho passado continuaria vendo o objeto passado, e o olho futuro já poderia estar vendo o objeto futuro. Mas com essa colocação absurda, o homem, no momento presente, passaria a ter ou a manifestar três visões, a do passado, a do presente e a do futuro. Tal absurdo, contudo, simplesmente não se dá ou não acontece. E se não acontece, tampouco se deve aceitar a ardilosa conclusão pensada que agora parece estar nos impingindo a validez e a presença do passado (memória), ou parece estar nos impingindo a validez e a presença do futuro (imaginação).
E se neste ponto o raciocínio ainda nos engana, é preciso que se negue também os meios comuns do conhecimento, que nos levam a crer que um olho fisiológico presente – ou do hoje de 24 horas – estaria captando um objeto pretensamente presente, quando em verdade apenas capta reconstruções pensadas e que parecem caber no passado, no falso hoje de 24 oras e no futuro, ou nos três tempos, como aliás, já se comentou… VER, Aqui e Agora, não se coaduna com olhos fisiológicos que parecem enxergar nos três tempos, e só reconhecenm.
16) A suposta mudança demorada de uma coisa, num suposto tempo contínuo, é um indício de que tal coisa está em constante alteração, de momento a momento. Uma pretensa coisa material que durasse uniforme e imutavelmente à nossa frente (ego), seria como se não estivesse presente. Simplesmente não a enxergaríamos nem a reconheceríamos, salvo se o ego apelasse para o subterfúgio da distância espacial, outra ardilosa falsidade. E aí a pretensa coisa distante viraria algo redondo, viraria um ponto, como acontece com as pretensas observações astronômicas e microscópicas…
As coisas ditas objetivas em verdade seriam coisas-séries em constante alteração.Os momentos proeminentes da coisa-série refeita, momentos que mudam, são os que nos permitem reconhecer a coisa como se estivesse presente e durando.
A respeito disso, determinado Sábio arguto da escola Sautrantika-Mahayana budista, ou Kamalasila, alerta então: “Um objeto só pode produzir ou suscitar algo quando ele, refeito como série, alcançou o último momento de sua existência, último momento que também é o único e verdadeiro momento de sua objetivação, de sua presença. Os outros momentos constituintes de sua engrenagem reconstruída não aparecem ou não são eficazes…”
A identidade ou a suposta igualdade dos momentos anteriores (passados) com os momentos falsamente presentes e futuros, na objetivação de uma coisa pensada, consiste simplesmente em descuidarmo-nos da insistente e constante diferenciação da coisa-série. Consiste também em deixarmo-nos influenciar persistentemente pela memória, com sua eterna mania de continuísmo e falso testemunho interferente tipo reconhecimento. Consiste em deixarmo-nos enganar e ofuscar pelo ardiloso discurso da memória-raciocínio-imaginação.
17) As paredes imutáveis de uma prisão não existem como tais. Entretanto, que força de persistência elas parecem possuir!
Isso é fruto do pensamento maldoso, das intenções, decisões e modos de atuar proposital dos falsos justiceiros, dos juízes de alma negra e dos carcereiros vendidos e infames.
O que torna as paredes de uma prisão persistentes e insuperáveis é também a maldade da sociedade organizada, dos tutores do poder instituído do além e do aquém, são os guardas pusilânimes. É a execução do ato intencional dos mesmos. Alem de todo esse agir infame, temos inclusive o medo e a agonia do preso, sua constante tentativa de superar ou de fugir. É o sadismo, a prepotência e a violência do sistema repressor, é a hipocrisia e a corrupção dos que se acreditam autorizados de julgar e condenar.
Todos esses horrores pensados convergem e resultam em obstáculos intransponíveis, em impedimentos insuperáveis. Todos esses fatores convergem e formam uma dolorosa concatenação quase insuperável, que mantém e alimenta todo esse horror.
Só a infâmia mais abjeta ou a morte é que, digamos, consegue anular ou parece derrubar tais paredes, tidas como persistentes. Porém, o pensamento do falecido, transformando-se em outro meio ou no próprio além, habituado que foi e totalmente desvirtuado, é capaz de recriar outras paredes mais, outros cárceres mais, até no após morte. .
18) Se não se conhece um pouco sobre o que vem a ser o tão louvado ego-cientista, provador de provas, sempre acabaremos engolindo gatos por lebre.
Chega, pois, de provas calhordas e enganadoras, e chega também de provadores enganados e enganadores, todos atuando de modo intencional, mas completamente inconscientes das burradas que estão fazendo e das poluições que estão introduzindo....
Amigo, chegou, pois, a hora de Entender tudo um pouco melhor ou de outro modo.
Chegou a hora de não mais utilizar o ato humano à-toa, para provar ou para corroborar e assentar pensamentos fúteis, tolices, opiniões, invencionices e que parecem virar fatos do quotidiano!...
Mundo afora, alguns não estão pedindo novos paradigmas para a humana possibilidade de conhecer? Pois aqui os estamos oferecendo!
19) O EXISTIR em si é só EXISTIR ou também é só Saber-Intuir-Sentir-Isto (O Sujeito verdadeiro – Sentir – sempre Vivencia o Objeto verdadeiro – Isto), enquanto que o aparecer, a extrojeção ou a objetivação de algo ou de alguém – eu, aqui, e coisa, pessoa lá – é só pensar ou deduzir. Se juntamente com esse deduzir se atua intencional ou propositadamente, aí não somente suscitamos a superposição de algo, como também concretizamos esse algo ou alguém. Isso se dá sempre num falso espaço-tempo (pensado), e finalmente reconheceremos o que sutilmente extrojetamos. Nesse modo indireto e indiretíssimo de conhecer – (sujeito e objeto separados) – o ego torna-se falsamente cônscio disto ou cônscio daquilo, e com isso se assenta uma perfeita dualidade superposta.
Todos os assim ditos objetos externos, quando aparecem diante do homem pensante, quer queira, quer não, sempre se reduzem a experiências sensoriais. Quem distorce esse bom Sentir Primevo, é o mal pensar ou raciocínio posterior. Todas as Coisas em Si, até o limite em que possam afetar um Ser Sensível, são Reais, porque são só Sentir e são Existências Momentâneas
20) A presença prolongada do ente pensante e do objeto pensado, aquém ou além do Momento da Comunhão Sensorial – em suma, a pretensa duração, dureza dos dois – não pode ser garantida nem pelo Sentir nem pelo Saber-Intuir ou Entendimento Perfeito.
E este Entendimento não deve ser confundido com a intelecção ou com a lógica-razão vulgar, que só reforça o espaço-tempo pretensamente físico, nem com o conhecimento indireto e o conhecimento indiretíssimo.
E se aparentemente a duração, a extensão do objeto externo parecem ocorrer, parecem vingar, prevalecer, tais “duração e extensão” equivalerão apenas a uma duração, extensão e expansão da memória-raciocínio-imaginação, própria de uma ego-pessoa, pensante e observadora.
Tal “duração” mental ou interna e tal duração de algo aparentemente externo nunca são iguais à Vivência Momentânea da Sensação Primeva, e que traduz exatamente o REAL mais puro.
21) O reconhecimento, essa poderosa arma do logro ou do engano dos meios do conhecimento vulgar, reconhecimento esse que é uma mistura de memória, raciocínio e imaginação, não prova a duração de coisa alguma. O reconhecimento só serve para manter as reconstruções sutis e ainda mentais, e para sustentar as extrojeções da ignorância-ego-pensamento já previamente objetivadas. Conviria saber também que tudo aquilo que não muda ou que parece permanecer aparentemente igual, isso é ineficaz. Ou seja, tudo o que dura, isso simplesmente não existe em si, malgrado possa aparecer para uma pessoa pensante!
22) É bom que se saiba que numa Autonatureza ou numa Natureza absolutamente autêntica não existem nem Átomos nem Moléculas… O Átomo Objetivado é uma Extensão Intelectual do próprio homem, Ilegítima e Gratuita. Portanto, a Verdadeira Sabedoria nega o Átomo, as moléculas, as macromoléculas ou DNAs, RNAs, os GENOMAS, os peptídeos, os vírus, as organelas, as Células, os germes, a validade dos hipotéticos e futuros clones etc. (Quanto ao motivo da explosão atômica, ver meus livros precedentes).
Por outro lado e evidentemente, a pressuposição de uma presença contínua, de um corpo permanente, é sustentada principalmente por aqueles que optam pela idéia (pensamento) ou pela concepção atômica das coisas. Desse modo, então, segundo o parecer dos defensores do átomo, um pretenso dado objetivado, uma suposta coisa dita material, mesmo que não persista sempre igual, sequer em sua constatação comum e cotidiana, ela se reorganizaria de modo aproximadamente idêntico em seu pretenso nível ultra, ultramicroscópico ou nível atômico. E dessarte, desde os infinitos ontem, o átomo conseguiria se objetivar e continuar igual ou semelhante até o momento presente ou suposto hoje Tal pretensa subsistência nos permitiria conhecer então o que vem a ser um objeto duradouro e externo – real, segundo a ciência – objeto que abrangeria os três tempos, passado, presente e futuro. Ou seja, tal pretenso objeto seria algo que vem do ontem para o hoje e do hoje vai para o amanhã, graças aos seus átomos.
Para os iludidos realistas de não sei o quê ou realistas superficiais, esses argumentos ligados a uma pretensa maneira de conhecer – em verdade sempre reconhecer – equivaleria ao que se chama “conhecer um objeto real, ocupando sempre o mesmo espaço e abrangendo os três tempos aparentes… Esses argumentos, contudo, carecem de autenticidade e validez. Primeiro porque o conhecimento que do objeto passado a memória fornece não é uma visão e uma descrição do pressuposto objeto passado em sua pretensa organização atômica presente, e sim é uma visão e descrição em sua organização passada ou é um enxergar reinventado.
O subterfúgio ardiloso da persistência do átomo é apenas o discurso interior fazendo prevalecer os três tempos – ontem falso hoje e amanhã – inventado pelo pensamento. As artimanhas discursivas da memória-raciocínio-imaginação inventam um objeto durável a nível atômico, quando ele nunca o foi, pois nem tal nível existe como tal, nem o átomo fantasma o ocuparia. Nisso tudo, também, só há um conhecimento indiretíssimo calcado nos olhos e pensamento intelectual, ligados a um objeto evocado-imaginado, e que Aqui e Agora é totalmente inexistente. E olha amigo, com relação a esse suposto objeto atômico não se levou em consideração todas as contradições vigentes que a concepção atômico-material implica, como, em parte, foi visto em livros precedentes. Aliás, tudo no átomo, nas moléculas e nas macromoléculas é pura contradição. Os pretensos subelementos dos átomos são puro conflito e não presença harmônica.
23) O pretenso átomo está na total dependência do ego que o encara e, tal ego safado, por meio do homem-Sentir, diz o estar enxergando, quando em verdade tal ego-pensamento só enxerga seu próprio plantio, seus próprios engendramentos e extrojeções, e os reconhece.
O homem comum com seu conhecimento direto – pretenso sujeito com seus seis sentidos e o objeto separados – nunca vê o átomo. Quem acha estar vendo-o, num conhecimento indiretíssimo são certos cientistas, totalmente iludidos, condicionados e delirantes, e que só se valem dos olhos e do mal pensar. .
Nada nem ninguém criaram esse dito átomo na natureza externa, cotidiana ou até mesmo na micro-natureza científica. Nem o deus persona ou o Ele das religiões o criou, nem o trapaceiro deus acaso dos cientistas – sendo que trapaceiros aí somente seriam certos cientistas mal pensantes. Tais pretensos e fantasmagóricos átomos são sempre testemunhados por um conhecimento indiretíssimo, e olhe lá, sequer são enfocados e reconhecidos por um conhecimento indireto do povo em geral. Portanto, tais átomos são pensamento puro, são pensamento deletério, haja vista as explosões atômicas que esse tipo de pensamento enjambrou. Convém não esquecer também que nada na Autonatureza e até mesmo na natureza refeita pelo pensamento humano dura mais de um momento para conseguir manter inalterada sua estrutura intrínseca, pretensamente atômica, eletrônica, nucleônica, molecular etc.
Tudo o que dura, fica estático ou eternamente congelado nos pretensos espaços e tempos. Numa total contradição, os cientistas dizem que o corpo externo ou o Todo muda, sim, mas o átomo constituinte dura para sempre… Pois sim!
24) Os bons Mestres e um Sentir-Saber-Intuir ou uma Perfeita Conscientização e Reta Compreensão denunciam que os objetos ditos materiais e pretensamente permanentes – ou seja, as coisas duras, persistentes, duráveis, impenetráveis e com outras qualidades e propriedades mais – possuem em verdade a natureza dos “cornos” da lebre ou a realidade existencial do ”filho da mulher estéril”. Isto é, não são realidades e sim persistências aparentes. A evanescência da coisa ou do fato representa a própria natureza da coisa ou do fato em constante mutação.
25) Ou a coisa muda mal aparece, ou ela não mudará nunca. Mas se não mudar nunca será igual à inexistência! A impressão e a convicção de meio termo, ou seja, de começo, meio e fim, duração média etc., e que a memória-raciocínio-imaginação (pensamento) sustenta, ou que as filosofias, as religiões, a ciência moderna e a psicologia adotaram e também impõem são um absurdo e abusos de prepotentes
26) E mais ainda, todo objeto que ao mesmo tempo apresentar duas ou mais qualidades, duas ou mais propriedades, condições etc., propriedades e qualidades que se conflituam, se contradizem, como o quente e o frio, negativo e positivo (tipo elétron e próton), isso não estará ligado a uma coisa só, permanente, mas sim tais quente e frio, positivo e negativo serão intrínsecos a duas ou mais coisas diferentes e instáveis etc.etc.
27) Por outro lado e em consonância com a Lei da Contradição, é bom enfatizar que toda vez que determinada coisa dita objetiva e pretensamente permanente manifestar em si mesma qualidades opostas ou até mesmo propriedades contraditórias, seja esta coisa um objeto da visão cotidiana, seja ela meramente um átomo, tal coisa simplesmente deixa de ser "coisa A" para virar "coisa B", "coisa C", ou mais, e até mesmo menos… Ou também, uma coisa torna-se outra quando suas pressupostas propriedades e qualidades mudam.
E como antes se disse, haverá maior contradição do que a aproximação na fusão de dois átomos diferentes? Ou maior contradição do que as pretensas naturezas e propriedades dos elétrons, dos prótons, dos nêutrons, dos mésons etc., os quais supostamente se unindo constituiriam o átomo? E quando um átomo com determinadas qualidades e propriedades a modo de dizer se une com outro átomo diferente para formar a molécula, não será esta pressuposta molécula exatamente outra coisa que apareceu e que simplesmente fez desaparecer os fantasmagóricos átomos constituintes prévios, com suas mentirosas qualidades e propriedades intrínsecas e imutáveis?
28) Uma coisa também se transforma em outra quando supostamente muda de espaço, posição, ou senão muda de “lugar”. Escândalo!, escândalo!, a pretensa coisa não é algo que em determinado momento ocupa um lugar do pretenso recipiente espacial, ou um vazio espacial (A), e depois se desloca para ocupar o lugar seguinte (B), do mesmo recipiente. Contrariamente, o dado momentâneo é o próprio espaço que se densifica em coisa, parecendo ocupar um lugar desse espaço (jogo de palavras).
O movimento ou deslocamento de A para B é um absurdo, como foi descrito quando tratamos do movimento, escrevendo Transmutar Este Falso Mundo…
Ademais, toda e qualquer coisa já estaria sempre e naturalmente mudando, se alterando no falso tempo contínuo, permutando-se em outro instante-coisa vital, em outro espaço.
A coisa não muda porque o tempo a obriga mudar, mas sim a coisa forjada é mutação, é tempo em fulguração, e é algo refeito pelo ego-pensamento que também é tempo, e aí só vingam as fulgurações ou a impermanência. E todo fantasma pensado e superposto forçosamente tem que mudar.
29) Uma coisa material mergulhada no espaço é uma ilusão completa. A coisa pretensamente científica seria só uma densificação particular e parcial do “Aqui” –(espaço).
A coisa também só seria um fulgurar momentâneo do “Agora”.
O espaço que se estende e o tempo físico que supostamente dura seriam só uma distorção do Aqui e Agora e uma acomodação intelectual!
Outrossim, sem nada impor, alerta-se que não há substância ou pasta material à parte das pretensas propriedades e qualidades que os nossos sentidos dizem captar e reconhecer, (quando em verdade tudo isso é só pensado).
É a partir dessas assim chamadas propriedades e qualidades, sempre subjetivas e reconhecíveis, que o pensamento constrói a impressão-convicção de matéria externa, dura e impenetrável. Esta última, aliás, não passa de uma forte impressão-convicção milenar, arraigada e sedimentada pela tradição que nos afeta, tradição essa que tem poder de distorcer nosso Ser e nosso Sentir.
Essa tradição é constituída por todas as memórias, raciocínios e imaginações que os homens liberaram, liberam e liberarão. E esses têm o poder de subjugar o Ser em nós e de distorcer irremediavelmente o Sentir Primevo.
Tal acontece porque o homem Aqui e Agora, ao invés de Saber-Sentir-Intuir prefere pensar de modo estruturante e discursivo e depois reconhecer.
30) Não há também qualidades materiais reconhecíveis, nem pretensas propriedades físico-químicas à parte daquilo que todo homem mal Sente, no tempo. Esse sentir desvirtuado e temporal é sempre mais pensar e reconhecer do que Sentir.
As duas últimas negações acima me permitem formular uma terceira. Não há matéria à parte do que Aqui e Agora se Sente e se Sabe… Todavia, Aqui e Agora não há pasta material, só se Sente e Sabe; não se mal pensa nem se reconhece matéria fajuta.
E o Sentir em Si só comunga com o “Isto” –(matéria). O Sentir Puro em si, jamais se propôs arrancar uma pretensa pasta material verdadeira de tal “Isto” Primevo, tampouco o Sentir-Saber-Intuir explica, equaciona, “prova” e fundamenta as vestimentas – ou seja, propriedades e qualidades – da falsa matéria, ou de um “Isto” fantasiado de matéria.
Quem fez isso foi o pensamento, o qual, não conseguindo abocanhar o “Isto” Primevo e fugidio, no lugar dele assentou o fantasma-matéria como um dado objetivado, com pretensas dureza, duração, propriedades e qualidades.
E insistindo em suas especulações, o pensamento ainda diz e “prova” que tal fantasma é constituído de redes cristalinas, de células, de macromoléculas, de moléculas, de átomos, de elétrons, núcleons e o diabo que os carregue...
31) Nagarjuna declara muito oportunamente: “Aqueles que afirmam a existência das coisas, ou senão negam sua existência, esses não se apercebem da Verdade Maior, e que é exatamente a BENIGNA CESSAÇÃO DA IMPRESSÃO DE MUNDO!”
[Ou também dito de outro modo e em linguagem moderna: “Aqueles que afirmam a existência das coisas objetivas ou senão negam tal aparecer, esses tais são exatamente certos homens de pouca sabedoria, de quase nenhum alcance, e são extremamente dogmáticos e opiniáticos. Eles não se apercebem da Verdade Maior, e que é exatamente a benigna cessação da impressão e convicção de mundo. Amigo, aqui cessam os pensamentos, as elucubrações a respeito do mundo, cessam as superposições pensadas, as falsas impressões e convicções, os reconhecimentos. Cessam as leis da ciência e os dogmas das religiões, mas não cessa o REAL ou a VERDADE, sensível, comungável, impensável, na qual o mundo pode até caber.”
32) Mais outro ponta pé no nosso ego empafiado. Tudo o que ao se originar, ao se objetivar depender de algo mais, isso não será nada em si mesmo.
Ou dito de outro modo, tudo o que parece ter um começo e tudo o que ao se objetivar sempre depender de algo mais, isso não é nada em si mesmo. O corpo denso ou físico do homem, malgrado as mentiras dos meios do conhecimento, com seus pretensos órgãos sensoriais, se enquadra perfeitamente nisso. Não foi por nada que Nagarjuna nos alertou, dizendo: “O Nirvana é a Realidade da aparência material e externa, assim como, conversivamente falando, o Samsara ou o pretenso mundo dos homens é a falsidade do Nirvana… Samsara [ou Maya, aparência] é o que sempre (mal) vemos e mal sentimos. O Real-Nirvana é o próprio Isto –(mundo) livre das impressões-convicções de nascimento, crescimento, duração, decadência e morte, e que nos escapa!”
33) Todo aquele pretenso ser e toda aquela pretensa coisa que em seu aparecer, em seu existir faz-de-conta e em sua fundamentação sempre depender de algo mais – ou sempre depender do pensamento humano, com suas forjações e explicações – isso não existe em si. Isso somente aparece em dependência e em função de causas e condições pensantes-pensadas. Tal sujeito e tal objeto tomados isoladamente não são absolutamente nada. Somente aparecem numa interdependência, convergência de causas e condições psicofísicas. E aí, o nada somado ao nada, e convergindo, resultará numa aparência que o ego reconhecerá.
34) O REAL, Aqui e Agora, É O QUE É, e essa Vivência se alcança por meio de um Conhecimento Direto, ou Saber-Sentir-Intuir.
Apenas sugerindo, o REAL poderia ser admitido também como Consciência-EU, como Mente Pura em Renovação, sem que algum ego aí se torne cônscio disto ou cônscio daquilo, através dos falsos meios do conhecimento, sem que aí haja um pretenso ente subjetivo e um dado objetivo.
Portanto, não se diga que o REAL é exatamente o objeto bem enfocado, bem estudado e bem compreendido pela Ciência; tampouco se diga que o REAL é um dado mental totalmente abstrato dos idealistas.
A origem, o crescimento, a persistência, a evolução e a decadência das coisas e seres são sempre imaginadas, pressupostas, inferidas pelos mecanismos da lógica-razão. Tudo isso é exaltado pelos não esclarecidos, pelos mal informados. Tais condições apenas são meros faz-de-conta que os ignorantes letrados e iletrados gostam de alimentar e com elas se comprazem.
35) Diante de uma pretensa fisicalidade, ou de uma falsa objetividade substancial, material que se estende – Res extensa, de Descartes – o cientista busca, pesquisa, “descobre”.
Em verdade, ele apenas enjambra situações, as extrojeta, e feito um falso ego-pessoa pensante, sempre diante de um objeto pensado, atua cheio de intenções e em conseqüência.
Graças às suas intenções e decisões, e graças à execução do ato intencional, materializa ou densifica o que projetou. Finalmente reconhece todo seu trabalho; e depois se apropria do que forjou, do que fez, como se fosse uma pretensa “prova”, uma descoberta autêntica. Ou senão simplesmente rechaça tal fruto, tal descoberta, digamos, o fantasmagórico vírus Ébola.
E tudo isso parece acontecer exatamente porque o cientista está mentalmente convencido da existência prévia do receptáculo universal espaço-temporal. Neste, então, tudo parece começar num perfeito faz-de-conta, tudo parece continuar e tudo parece terminar.
Nosso pensador exacerbado está convencido do início temporal do universo, do começo do mundo e da natureza, regidos pelas leis científicas, filhas do acaso. E, por isso, desde o seu pretenso aparecer por meio de um big-bang, a Natureza não teria feito outra coisa senão esconder segredos e mais segredos para que ele, o bicho-homem-cientista depois “os viesse descobrir e se orgulhasse disso, ganhando um prêmio Nobel”, pois sim…Depois disso, em verdade tal cientista apenas estará extrojetando suas próprias forjações mentais e as materializará por meio de seu modo peculiar de pensar e agir, e que não poucas vezes é pura magia negra, mormente quando complica, polui, e principalmente destrói.
36) Muito a propósito, Nagarjuna alerta: “Quando é que algo [“Isto-Sentir”] poderia se extinguir? Quando existe eficazmente? Não, evidentemente! Ou quando não existe? Tampouco, é claro! E quando algo então se aniquilará, se não se extingue nem quando Existe eficazmente nem quando não existe?” E Nagarjuna diz mais:
“Aqueles que [pensando] acreditam assistir ao nascimento das coisas e seres, em verdade contemplam o começo da vida do filho da mulher estéril. E aqueles que [envolvidos por um sentimentalismo piegas e arrastados por conclusões fúteis] choram a morte definitiva das coisas e seres, em realidade são como os que choram a morte do filho da mulher estéril.
Os que realmente Compreendem a Verdade não se espantarão de surpreender a falaciosidade do nascimento, da velhice e da morte…” E é por isso que o grande e pequeno livro Bhagavad Gita também declara: “Os verdadeiros Sábios não se preocupam nem com os [aparentemente] vivos nem com os mortos ou desencarnados.”
37) E a propósito ainda do nascimento aparente e da morte mais aparente ainda, em meu livro Senhor do Yoga e da Mente, E.Bono, transcrevi e adaptei a seguinte passagem do Bhagavad Gita, a qual, aliás, de certo modo, vem ao encontro de tudo aquilo que Nagarjuna costuma dizer e escrever:
“Aquilo que o homem chama de seu nascimento e morte corporal é só e sempre inferido. [Ou seja, isso só pode ser pressuposto como um fato que já passou ou como um suposto fato que ainda não aconteceu, mas nunca se pressupõe, se infere o que Agora se Vive e se Sente].
Se o nascimento e a morte do corpo, Aqui e Agora, fossem Vivenciados, não seriam nem nascimento nem morte reconhecíveis. Seriam simples Vivências.
O falso nascimento que supomos ter, se infere a partir do próprio filho, cujo corpo objetivado quase sempre se o vê nascer assim; daí dizer-se que o Homem Autêntico também nasce desse modo.
A falsa morte se infere a partir do próprio pai, que os seres quase sempre vêem desencarnar, daí inferir-se que o Homem Autêntico também vai morrer assim.
Todavia, a Testemunha Perfeita, o Homem Verdadeiro ou o Deus Vivo, no Homem, a Consciência Desperta e Lúcida não se deixa afetar por nenhuma objetividade ou ser externo, que parece nascer e morrer. Só na condição de coisa, de objeto, de corpo objetivado, o homem parece nascer e morrer. Como Consciência-EU, autêntica, sensível, inteligente e atuante, o HOMEM [Ser, Deus Vivo,’ Sunya’] só Vive; não nasce nem morre.”
38) O irreal jamais existe [ou seja, a pessoa-ego-pensante e seu mundo pensado jamais existem, malgrado possam aparecer] e o REAL nunca é inexistente! Os Sábios percebem esta Verdade claramente. Gita-II-16…
[Amigo, busca entender que se o irreal fosse o próprio REAL, então em nosso íntimo não se levantariam tentativas para superar o processo mundano, inclusive com questionamentos válidos. O processo interferente da ignorância-ego-pensamento sequer seria negado ou denunciado. Por qual motivo então se levantam dúvidas sadias em alguns buscadores sinceros? É porque indubitavelmente no homem extraviado há ALGO REAL que “clama” e que o induz a que volte ao Lar!]
Aquele que pensa que este SER mata e aquele que pensa que este SER é morto, os dois são ignorantes [porque pensam mal e raciocinam o que não devem]! Em verdade o SER não mata nem morre! (Gita-II-19).
Ó amigo, o SER [em ti] não nasce nem morre, e tampouco reencarna [feito um jiva-ego ou falsa alma]. O SER não tem origem… [é a Eterna Novidade, Aqui e Agora], é Primordial a tudo e a todos, e não morre quando [os eternos estúpidos destruídores, mal pensando, e pior agindo, acreditam] matar ou abater o corpo. (Gita-II-20).
Ó filho de Prithâ!, como pode morrer ou causar a morte do próximo aquele que sabe vivenciadamente que o SER nele próprio é indestrutível, imortal, Sempre Novo e sem nascimento? (Gita-II-21). Namastê Deus em “Mim” saúda Deus em “Ti”!
39) A impressão-convicção de que todo e qualquer pressuposto objeto externo e permanente ou se destrói ou é destruído em definitivo não passa de dialética ladina e fútil. Essa impressão-convicção só superpõe aparências “Ao que é” ou à Verdade Fulgurando…
Os argumentos lógico-racionais e respectivas “provas”, ligadas à destruição definitiva da matéria ou senão ligadas à permutação desta matéria em energia de modo nenhum equivalem à Verdade silenciosa e indescritível.
A Verdade ou a própria Autonatureza não aceita os conceitos, os julgamentos ou os pensamentos afirmativos e negativos dos racionalistas e materialistas, embora Ela aparentemente suporte as mentiras e forjações persistentes, próprias desses mesmos pensadores…
Ai, amigo, cuidado, já que BASTA que um pensamento se levante na Consciência Primeva do Homem para que a Realidade Não-Dual se rompa, se bifurque e se perca.
Nesse caso, céus e terras se separam, e a confusão dialética toma conta de tudo, suplantando aparentemente a Liberdade, a Espontaneidade e a Harmonia Vital…
Tanto é verdade, que numa objetividade mundana pretensamente, real, não poucas vezes o intelecto afirma que o fogo sempre queima a madeira. Ou senão que da madeira queimada surgem as cinzas e que desse encontro fogo-madeira também aparecem a fumaça, a luz e o calor… Todavia, para uma Lógica Extremada e Autofágica e conforme o criticismo de Nagarjuna, o fogo não queima, a madeira não se queima, as cinzas não provêm da combustão da madeira ou da reunião do fogo com a lenha. E o calor é outra coisa.
40) Invocar o senso comum e a experiência vulgar e cotidiana, segundo os quais, o que se destrói em termos definitivos se destrói graças a determinadas causas e condições físico-químicas e não por si mesmo, pela sua natural impermanência, isso é arbitrário…
Segundo o senso comum e segundo a experiência vulgar e cotidiana, a madeira se anula definitivamente quando é posta em contato com o fogo e seria devorada pelo mesmo. Mas essa assim chamada experiência comum a todos, em verdade condicionada e própria da tradição, apenas encerra um conhecimento indireto e precário.
Ou seja, de que num momento dado, deixamos de enxergar e reconhecer algo que antes enxergávamos e reconhecíamos… Nós não enxergamos a madeira sendo imediatamente anulada pelo fogo. Mas por sobre do Aqui e Agora, por sobre da Autonatureza apenas reconhecemos determinada situação que, se comparada com a precedente, difere um pouco, e sempre que formos recuando de modo sucessivo, diferirá cada vez mais, Mas isso não é um senso comum igual para todos, mas sim é uma trapaça da memória-raciocínio-imaginação…
Isso tudo equivale também a forjar uma série de situações sobrepostas, equivale a inferir pretensos sinais. Isso corresponde a sacramentar ou a confirmar o previamente engendrado, graças ao ato intencional, sem conhecer o evento de modo direto e corretamente.
41) Indo e vindo, toda pretensa doença no homem começa desta maneira: “Morbidamente, penso bobagens e depois, cheio de propósitos, executo o ato contra mim mesmo, prejudicando-me.
Por causa disso, começo a sentir-me mal. Por causa desse mal sentir, volto a mal pensar e concluo ter-me contaminado, ter pegado, ter adquirido isto ou aquilo, maligno ou não, pretensa aquisição essa que teria me atingido. Comunico então ao médico o que sinto e o que, eu, mal pensando, acho que tenho.
Ele, profissional, recebe meu sinal, que é inferência pura, e lhe aplica o método científico de experimentação. Transforma meu mal sentir em dedução (raciocínio) e indução científica – Sim, vamos pesquisar o que ele tem.
O profissional manda então efetuar diversos exames para ver o que é isso que eu supostamente tenho. E todos ao meu redor, pretendendo me ajudar, passam também a atuar propositadamente. E eu, que só pensei bobagens, que me auto-agredi e me prejudiquei, leve ou gravemente, por causa da ação intencional do médico que agiu por mim ou agiu contra mim, e por causa também dos demais, passo a ter o que nunca se poderia ter. Isto é, uma doença leve ou grave.
Todavia, como nada dura e nada tem essência própria, não se pode ter, não se pode adquirir, não se pode incorporar. Na verdadeira Vida apenas se É, se Sente-Sabe-Intui, mas não se pode ter, possuir, pegar, ficar contaminado etc. pois nada dura para tal, nem nada tem começo.
E se tudo é assim, finalmente o que é determinada doença? Não tinham mil razões os sábios antigos ao declararem: Existem doentes, sim, mas não doenças. O médico, portanto, deveria ser mais prudente em suas elucubrações pretensamente científicas e em sua maneira de agir.
42) Para que um germe, parasita ou vírus deixe de aparecer, deixe se sobrepor objetivamente deixe de desvirtuar nosso meio cotidiano, feito uma dolorosa e mórbida aparência pensada, melhor seria que esse ego chorão e pretensamente vítima no paciente, e ego sabe-tudo no médico se sumissem primeiro… Os egos teriam que sumir, não a vida.
Que ego é esse que no profissional (médico) jura estar pensando corretamente, jura agir de modo adequado, jura enxergar objetividades reais, a nível microscópico, jura reconhecê-las, jura ficar intelectualmente cônscio, e de modo irretorquível, dessas objetividades pretensamente deletérias, cancerígenas, aidéticas? Em verdade, essas são apenas extrojeções suas, são contradição pura ou são o outro pólo-ego superposto de sua intromissão, aparentemente constituída por uma pessoa pensante, por uma forma errada de conhecer e por um objeto pensado?
E se tais objetividades pretensamente deletérias são o outro pólo superposto do próprio ego-pensante, outro pólo da pessoa observadora, por que o ego aí se atribui o papel de salvador da pretensa vítima, o papel de juiz, e começa a descrever objetivamente aquilo que ele mesmo (ego) é? Ou seja, ele, ego, ladrão e salteador subjetivo, não pode nergar que também é a objetividade deletéria diante dele. Ou é as pretensas células cancerígenas, aidéticas, o DNA idiota, os germes bandidos, as doenças objetivas, superpostas, acrescentadas e tudo o mais.
Qual situação é a mais trágica: a de considerar-se vítima agredida por fantasmagóricos germes, vírus e células cancerígenas, impossíveis de se combater, ou às vezes ser ajudado por um quase incompetente que pode até nos matar, ao invés de ajudar? Ou quem sabe, também vale auto-agredir-se com o pensamento, prejudicar-se, instalar o horror em nosso próprio corpo objetivado, só porque não se sabe como pensar nem quando parar? Por que o homem não age de modo correto, livremente, só Sentindo, ou senão graças ao wu-wei ( não-ação)?
Acho que nesta última alternativa o homem ainda tem uma esperança se, sem se propor nada, sem intencionar, inverte tudo. Ou seja, silencie nele o mal pensar e suspenda o agir inconseqüente. Além disso, terá mais esperança ainda, se se deparar com um terapeuta de verdade, que o ensine a bem pensar, a bem agir, e melhor entender e sentir, e se principalmente transferir vitalidade reconstrutora e amor que tudo re-harmonizam e reequilibram. Mas afora essas duas possibilidades, não se pode ignorar que ainda existem as malditas circunstâncias externas que se nos traduzem como acidentes fatais, não desejados nem queridos. E aqui a medicina do garrote parece funcionar melhor que qualquer outra coisa mais.
43) Mais uma virada no parafuso. O Todo e seu conteúdo, ou as partes constituintes desse TODO, ou ainda as partes permanentes de um corpo vivo, são uma mentira, uma falácia. Só a matéria ou pretensa substância e, mais a essência anímica – ou a tão badalada essência própria – são as que parecem fundamentar um TODO corporal permanentes, constituído de hipotéticas partes também permanentes.
Mas nada dura nem nada têm essência própria. Inexiste a substância atômica que tudo parece fundamentar e inexiste a essência anímica, se tomarmos ambas isoladamente.
Em verdade e olhando num enfoque único, só podemos (re)conhecer partes fragmentadas, partes isoladas do corpo, ou senão só (re)conhecemos pretensos órgãos, tecidos, supostas células isoladas, hipotéticos DNAs, moléculas, átomos, mas jamais (re)conheceremos tudo isso no Todo Corporal simultaneamente, com suas hipotéticas partes e com suas pretensas células isoladas e constituintes.
Diante dessa colocação, pode-se denunciar e alertar que: nesse caso, ou o pretenso Todo corporal nega as partes, nega os órgãos, e principalmente nega suas células, ou senão os órgãos do corpo (partes) e suas fantasmagóricas células negam o Todo corporal, porque no caso só haveria á partes..
Todavia, o que aparece de modo mais clamoroso é o Todo corporal; dificilmente aparecem os órgãos; as células,de sua parte, não aparecem quase nunca.
No domínio da medicina, todos os supostos órgãos e aspectos invisíveis ou escondidos do corpo íntegro, inteiro, como o esôfago, estômago, duodeno, intestinos, fígado, pâncreas, rins, cérebro etc. geralmente só indicam ou sugerem sua presença escondida, interior como dor, mal estar ou SINAIS e SINTOMAS. Como presenças objetivadas – mas não como existência, como o REAL – só se fazem presentes muito depois, sempre no tempo, sempre pensando e sempre que, ao atuar intencionalmente, o médico e de alguma maneira os exterioriza através de exames laboratoriais ou graças a uma cirurgia. .
44) Da observação e constatação do Todo participam os pretensos meios do conhecimento ou os cinco sentidos mais a mente ego-personificada. Essa observação e constatação é levada a cabo graças a um conhecimento indireto – pessoa pensante de um lado e objeto pensado do outro.
Contudo, da constatação da suposta célula, germe, vírus ou também do pretenso átomo – e que seriam partes ainda menores – só os olhos, aparelhos sofisticados e o pensamento capcioso é que participam, nada mais, pois o cientista não se permite. Este é conhecimento indiretíssimo.
Neste último caso, porém, a observação pensante-pensada e a pretensa percepção ou reconhecimento já seriam em si a própria célula, germe, vírus, átomo ditos externos.
Sim, pois aí só o mal Ver (ou enxergar) e o péssimo pensar é que participam. E essas duas atividades finalmente resultam no dado forjado e no pior dos conhecimentos, que é o indiretíssimo, o qual é pensar puro, somente, da pior espécie.
Todas as supostas presenças e elementos do mundo microbiológico, molecular e atômico, enfocados pelo conhecimento indiretíssimo, finalmente são só pensamento.
Nesta pantomima toda do conhecimento indiretíssimo, só há uma pessoa pensante, de um lado, e um micro micro objeto pensado, do outro. Aqui se nos apresenta uma falsa micro, micro realidade superposta, e que é uma interdependência total. Esta última micro-objetividade, sem nós, não é nada e nós (feitos ego), sem ela, também somos nada.
As células, os germes, vírus, moléculas e átomos são então muito mais pensados do que a assim mal chamada matéria bruta externa, ou matéria newtoniana, sequer explicada adequadamente, emendada, e ainda não transformada num poço infinito de onde saltaram fora todas as micro fantasmagorias.
Por outro lado, sempre se chega à ideação ou à representação mental do átomo por uma extrapolação pensada ou quando com a mente se pretende ir para um cada vez mais além.
Sim, pois, a mente mal pensante parte de um viver cotidiano, de um imediatismo empírico, sempre mal sentido e sabido, e logo apela para os mecanismos inferenciais, com suas deduções e induções. Aqui, um raciocínio bem estruturado, reforçado pela execução do ato intencional, pela descrição matemática e pelas forjações ou pretensas provas acaba, bem ou mal, resultando naquilo que se buscava, ou seja num átomo enganador, superposto, aparente ou no próprio e falso átomo externo. A seguir, por causa de bilhões de micagem laboratoriais, passa-se ou passou-se a crer que o átomo existia.
Tinha-se quase certeza, mas nada se podia ainda concluir. E nada tendo sido provado quanto à real existência do átomo, mesmo assim Einstein elaborou a gloriosa fórmula E= mc2.
Devido à primordial Lei da Geração Condicionada, o não-existente (átomo), graças à fórmula de Einstein – pensamento consubstanciado e matematizado – e graças ao atuar propositado de Enrico Fermi e outros mais se transformou no átomo cretino e na horrenda explosão atômica. E os gloriosos cientistas conseguiram trazer à tona o inferno e a pior de todas as poluições, sendo que antes disso o inferno era só assunto da teologia..
45) Um pretenso câncer escondido nos pressupostos intestinos, nos rins, no pâncreas, fígado, cérebro etc. é apenas um sinal-dor e também é um grande mal-estar para o paciente. E por meio da comunicação ou silogismo do doente, isso, para o médico, permuta-se num sinal inferencial…
Em verdade tal hipotético e terrível câncer inicialmente é fruto de um mal pensar, que resulta em mal sentir, mal-estar e em atuações errôneas por parte do paciente: – "Eu tenho uma doença ruim”, “eu só posso ter uma doença ruim, eu tenho que ter uma doença ruim, ou é um mau espírito que me aflige...”
Depois, o sinal inferencial que o médico pensante capta ou recebe do assim chamado doente, graças à execução de um ato intencional ou “profissionalismo” – e que resultam em anamneses, exames corporais, toques, apalpações, raios x, tomografias, ressonâncias magnéticas, ecografias, cintilografias, biópsias, cirurgias etc. – transforma-se em órgão tipo fígado, intestino etc. exteriorizados. Estes podem estar ainda sem câncer, (uma alternativa lógica), ou senão já estar com um pretenso câncer objetivado, (outra alternativa lógica – a ou b), estupidamente fatal, e que vem à tona por pura indução e atuação (quem sabe) inconveniente.
Em verdade tal “coisa” agora objetivada – intestino, fígado cancerosos etc. – é apenas a densificação, a materialização de um pensamento ou de um sinal inferencial dedutivo, sinal que induziu a que se efetuassem os exames para que trouxessem à tona o escondido, com ou sem câncer.
Mas como tudo se renova, e tudo é sempre outra coisa mais, e nada contínuo ou permanente tipo câncer escondido poderia subsistir, esse resultado alcançado ou essa fatalidade pretensamente permanente (câncer) é agora muito mais deletéria e mortífera que a pretensa investigação e sintoma-alarme inicial. É muito mais prejudicial que as biópsias nefastas, que os Rx, as tomografias, ecografias, negativas, as pressupostas palpações tumorais, as auscultas indicadoras etc. e que ainda não haviam aclarado nada, e também não tinham como.
Finalmente a pretensa descoberta negativa do médico, é fruto de um conhecimento indireto e indiretíssimo, de um errôneo perceber e conhecer, próprio da escola da qual o médico retirou esse péssimo modo de raciocinar e é um atuar intencional em conseqüência. E se nisso tudo só entrou o pensamento, com seu conhecimento indireto e indiretíssimo, mais o ato intencional, aí então o profissional teria que ter muito cuidado com o que encontrou e reconhece:CAUTELA!
46) Em termos epístemo-psicológicos, diz-se que o homem consegue (re)conhecer porque exterioriza uma atividade mental caduca ou defasada chamada memória (tempo passado), chamada imaginação (tempo futuro) e chamada raciocínio (falso presente ou hoje de 24 horas). Graças a esse “trio maravilhoso” da mente condicionada, a forma-nome ou o pretenso objeto externo, e que em verdade é um elemento subjetivo-objetivo – pois não há matéria verdadeira – quando extrojetado, se nos apresenta de modo constante, persistente ou permanente. Mas no fundo, é só a intelecção discursiva (raciocínio) em nós quem sustenta a forma-nome interna-externa (ou o objeto) desse modo, ou de maneira contínua e objetiva. .
Esse “trio maravilhoso” participa então do conhecimento indireto e do conhecimento indiretíssimo. Portanto, esses constituem o conhecimento dualista enganador – pessoa pensante e pretensamente conhecedora, de um lado, e dado pensado ou supostamente conhecido, do outro, permeados pelo reconhecimento ou pelos falsos meios do conhecimento. Isso é o que o ego-pensamento no homem sempre utiliza, sacrificando, Aqui e Agora, lamentavelmente, o Saber-Sentir-Intuir Primordial desse mesmo Homem.
47) Entrementes, é bom que se saiba, em primeiro lugar, que a memória não é um conhecimento do que Aqui e Agora Existe, senão somente do que existiu ou apareceu.
A imaginação preventiva, de sua parte, também não é um conhecimento do que Existe, Aqui e Agora, senão somente do que existiria ou apareceria, “se”.
Portanto, os pretensos objetos subjetivos da memória e da imaginação, projetados por sobre do “Isto” Atual, não são objetos reais, mas são formas caducas, são reconstruções psicológicas extrojetadas objetivamente e sustentadas…
Em segundo lugar, os argumentos do reconhecimento, e que aparentemente tanta força dão à enganadora permanência da pessoa pensante e do objeto pensado (átomo), não provam nem a existência-permanência do sujeito nem do objeto. E se todo homem passa a ter essa convicção de existência-permanência do objeto e de sua pessoa também, é porque algo (ego-mente) atrás dessa impressão-convicção tem interesse de que ela vingue. Mal pensando, eu poderia muito bem argumentar: “Se eu, ego, não durar como costumo pensar, o resto certamente desaparecerá comigo, e isso não é bom!”.
Em assim sendo, pergunta-se, haveria ou não haveria uma interdependência evidente e gritante?
Em terceiro lugar, porque os átomos e os elétrons da pretensa coisa nunca disseram nada por si mesmo. Foi sempre o pensamento humano quem falou por eles, engendrando-os à priori, a partir de uma essência mental desvirtuada (ignorância-ego-pensamento).
Tais átomos e elétrons pensados, às vezes, resultam inclusive na exteriorização e objetivação de uma terrível explosão atômica. Quando esta acontecer e aparecer, evidentemente ela irá a corresponder à maior e à pior explosão de ignorância, maldade e extremismo que a mente do homem conseguiu conceber, engendrar e provocar… O átomo não explode por si, mas por minha causa. De mais a mais, a constante reestruturação ou reorganização ininterrupta, e que pretensamente se daria no nível atômico, a qual se estenderia até o momento presente – ou também, a reestruturação do nível molecular, a reestruturação do pretenso DNA, do genoma, do nível cristalino, do nível celular, do nível tecidual etc. – é sem qualquer dúvida uma forjação-desculpa, ou é somente uma descrição emanada pela memória-raciocínio-imaginação, atrás da qual só há mentiras e fantasmagorias.
Tal reestruturação não é algo que de fato ocorre no Real, no “Isto” em Si, ou na Autonatureza, e tampouco ocorre na objetividade cotidiana reconstruída pela mente humana. E se a reorganizações dos níveis atômicos e moleculares não se dão, porque nada disso existe, a reestruturação da pretensa objetividade visível, normoscópica ou reconhecível – em suma, a coisa grande em seu nível cotidiano – em última instância, agora poderia dar-se de outras maneiras, e por que não?
Diante dessa possibilidade, um homem pensante já não mais se situaria diante de átomos constantes, que feitos tijolos constituiriam a matéria externa absoluta ou o (pretenso) real, mas sim o homem agora só estaria se confrontando com relatividades reconstruídas ou com interdependências pensantes-pensadas passíveis de manobrar, de serem modificadas e até mesmo passíveis de eliminar, se forem perniciosas. Diante desse vazio-pleno presente e objetivado, tudo voltaria a ser possível, se para tal o homem pensando bem, e atuando melhor, se permitisse.
48) Outra volta. [Nagarjuna alerta]: “Um agente que realmente É não pode cumprir ou executar uma ação eficaz ou que realmente seja, assim como um agente que não é [ou a imaginação pura, o filho da mulher estéril] também não pode executar ou realizar uma ação que realmente não seja.”…Ou ainda: Um agente substancial [ou um ego-corpo pretensamente material e essencialmente anímico] não pode efetuar ou cumprir uma ação substancial [ou seja, uma ação realmente significativa, eficaz, uma ação modificadora]. Um agente não substancial [ou algo puramente imaginário, o filho da mulher estéril] também não pode efetuar ou cumprir uma ação substancial.”
Pois é, amigos, se tudo isso acontece de modo contrário, é porque nunca existiu um agente-ego fisiológico-corporal, autêntico, real e isolado do Existir-Atuar em si.
Existe Ação Pura ou até mesmo contaminada, ação proposital, mas não há nenhum ator autêntico, agente-ego real, com corpo, músculos, cérebro e tudo o mais que possa executar tal ação.
A caro, custo se pode sugerir que sim há Ato Puro que vira SER e que este volta a ser Ato Puro. Por conseguinte essas colocações contrariam o que o ilusionismo muscular e cerebral parecem nos informar.
49) Sim, amigo, de fato, se o pretenso ego-agente tivesse um corpo concreto, biológico e fosse orgânico-material, como ele (ego), mal pensando acredita ser, ou como a Ciência jura nos provar, (nos enganando sempre), este pretenso ego-agente material não mudaria nunca, seria eternamente inalterável ou ficaria eternamente inalterado. E sendo eterno, concreto, inalterável, durável ou semidurável, como diz a ciência, estendendo-se ainda no espaço enganador, ele seria igual a uma rocha que aparentemente não pode executar qualquer ação. Um pretenso ego-agente com corpo e tudo o mais, e que dura, que é duro, que pretende ser o mesmo ou ser igual em dois minutos apenas, isso nem pode aparecer num faz-de-conta tipo Maya, nem Existe de fato no Aqui e Agora… Tudo aquilo que dura mais de um instante ou mais de um átimo, isso dura para sempre. Ou senão dura eternamente igual, sem possibilidade de mudar e, portanto, sem possibilidades de agir, de executar atos, de se locomover… Aquilo que dura um pouco só, e depois muda, como o viver cotidiano nos leva a crer e concluir, isso não existe, isso é sempre contradição, como o próprio Autoconhecimento constata. No AGORA ou na intemporalidade pressupostamente instantânea só cabe o Ato Puro Fulgurando. Aqui e Agora não há um pretenso agente-ego, agindo.
50) Um fantasma ego-pensante nem se afirma como presença (corpo vivo) nem se aniquila para resultar em ausência (morte). Um fantasma é só e sempre um fantasma ou uma maneira errônea de perceber, de conscientizar, perceber-enigma este que a ciência nunca entendeu nem pôde decifrar satisfatoriamente. Portanto, o fantasma se some ou desaparece só quando nos Damos Conta de nosso próprio engano perceptual.
E se assim é, todo e qualquer pretenso ego-agente que se empenhar para se Salvar ou para enveredar por um caminho da Salvação, ou por caminhos que conduzam a planos celestiais, esse terá se empenhado em vão. Aqui então, e repetindo, chegar-se-á à conclusão de que todos os Atos Puros, de que as orientações, sugestões e conselhos dos grandes Mestres, de que toda ascese verdadeiramente religiosa não servem e são inúteis para nos Salvar!…
Em verdade, porém, inútil será a pressuposta execução dos atos intencionais ou pensados, dos atos propositais ou também dos métodos preconizados por certas religiões. Estes últimos só servem para aumentar o extravio, a perdição ou a complicação da já bastante dolorosa condição humana. Se o Homem pudesse manter-se em sua Autenticidade Primordial e se só se Manifestasse feito Ato Puro, que já é e sempre É, não precisaria enveredar por nenhum caminho da salvação porque em verdade o Homem nunca se perdeu, e aí não há quem ou o quê salvar.
51) A palavra portuguesa perceber vem do latim percipere, “apoderar-se” ou adquirir conhecimento por meios dos sentidos, “assimilar”. “abranger com a inteligência”, “entender”.
A palavra latina percipere ou italiana percepire, ou ainda o perceber, português é uma palavra pobre que não traduz exatamente o que vem a ser o Conscientizar Primevo em que há Consciência-SER sim, mas sem a pessoa pensante nem o objeto pensado.
“O tornar-se cônscio de”, já temporal e degradado, é aquela condição em que todo o mundo acha que há um sujeito que percebe, que há um dado ou coisa percebida e que há os mecanismos ou os meios do conhecimento quando nada disso é absolutamente verdadeiro…
O “abranger com inteligência” (percipere) não traduz a sensibilidade e a verdadeira inteligência, mas sim só a sagacidade, astúcia. Abranger aí é igual a encampar, envolver, apossar-se. Nesse caso, porque a percepção deveria ser assim?
O Conscientizar Primevo ou também a Conscientização em Si é muito mais do que um mero apoderar-se, assimilar, adquirir conhecimento por meio dos sentidos. Esta última condição é o que ensina a epistemologia vulgar e acadêmico-filosófica…
O bom Conscientizar é permutar-se num Existir não-Dual, senciente, significativo, cheio de riqueza, sensibilidade, plenitude, amor e felicidade. Nesse Conscientizar Primevo, Sujeito (Sentir-Saber) e Objeto (Isto) se fundem e comungam e resultam num Ser-Consciência-Felicidade, Sat-Chit-Ananda.
Não há uma estúpida bioquímica cerebral nem peptídeos nem hormônios que se aproximem disso e que o traduzam. O torpe fisiologismo científico do cérebro jamais soube captar essas possibilidades da Mente Verdadeira ou da Consciência humanizada.
Não se adquire conhecimento através dos sentidos. O Reto Entendimento e/ou o Conhecimento Direto são também Sentir, Sentidos, jamais, porém, sentidos fisiológicos ou órgãos sensoriais repensados.
No Conhecimento Direto Sabe-se-e-Sente-se de modo totalmente incondicional.
O apoderar-se só acontece muito depois, no tempo, e já no domínio dos sentidos fisiológicos enganadores, onde parece haver um ego aqui que se apodera de alguma coisa lá, ou um ego aqui que adquire conhecimento, se apropria do conhecer, ou que diz eu, fulano de tal, entendo, quando no fundo não entende absolutamente nada…Isso constitui o conhecimento indireto.
52) A partir de um ego, a partir de um falso agente, sem essência própria, sem substância atômico-material e sem essência anímica, e a partir de um ato executado imaginariamente – ou ação faz-de-conta pensante-pensada – nenhum resultado fenomenal, objetivo, superposto poderia aparecer.
No entanto, quando se brinca de cientista num laboratório, algo se objetiva, sim, algo aparece… E não poucas vezes tal resultado incomoda. Mas por quê? Ora, porque ele é decorrente do funcionamento da Lei da Geração Condicionada, que faz convergir causas vazias com condições vazias. — (“Isto sendo, em pensamento, aquilo aparece, acontece, se objetiva, se superpõe, se concretiza se para tal se executar o ato intencional ou proposital, de acordo com os mecanismos da inferência.. E mais, Isto não sendo pensado, aquilo não acontece, não aparece, não se sobrepõe porque não somente não se pensa como também não se faz absolutamente nada em termos propositais”).... Tal resultado também é decorrente da Lei do Carma que contribui para que um feixe de pensamentos caducos ou um ego devedor reapareça de alguma maneira para queimar seu próprio plantio. Conforme o funcionar dessas duas Leis e para que resultados apareçam, é só uma questão de o homem continuar mal pensando e de agir propositadamente.
53) Uma pessoa real ou um ego biológico-real e pretenso agente que executa atos, que comete crimes e que em termos radicais tem que ser responsabilizado pelo que fez e faz, simplesmente inexiste. O que aparece em seu lugar é uma estúpida marionete-ego, carrasco sim, e mais uma suposta vítima do faz-de-conta. Esse arremedo de egos-entidades, essas marionetes assassinas só se levantam e se intrometem – ou são levantadas e introduzidas, feitas larvas – para sugarem ou serem sugadas e vampirizadas, já que Aqui e Agora o Homem Verdadeiro fica incólume disso tudo.
E esse também é o motivo do por quê o homem comum, faz-de-conta, sofre tanto e faz sofrer ainda mais…
Os crimes cometidos por todos os tutores e vigilantes dessa torpe engrenagem – ou seja, as falsas fraternidades brancas, os Illuminati do aquém e do além, o Governo Invisível, o Governo Mundial ainda escondido (Otan, Mossad, Cia etc.), os ETs nefastos e servos do Demiurgo, os falsos anjos e arcanjos, falsos irmãos de luz etc., falsos legisladores – todos esses resultaram em Sociedade organizada, em código de leis e em viver cotidiano, são muito piores que os crimes que um pretenso e mero agente-criminoso pode cometer. A Justiça Humana deveria por imediatamente uma carapuça…
Esses tutores, vigilantes, fiscais do Demiurgo e do inferno, levando a cabo ações impossíveis, num perfeito faz-de-conta mentiroso e enganador – e como eles o conhecem bem, argh! – montam dolorosos espetáculos, onde pretensas vítimas humanas são mortas ou ausentadas, para que a culpa caia na cabeça de hipotéticos egos-agentes criminosos e delirantes, e para que depois ainda mandem executar esses pretensos criminosos, a fim de que virem larvas. E, no entanto, homicidas seriam somente tais tutores, em sua ansiedade de Poder e em sua pretensão de se manter bem por cima, no status quo, a fim de manipulá-lo como bem entendem. O pior dos crimes é, pois, ambicionar o Poder, manipular o Poder…
54) (Guerra Junqueiro, o grande poeta português escreveu):
EXISTE NO ENTANTO UMA FERA, UM ABUTRE,
UM MONSTRO PAVOROSO, HEDIONDO, QUE SE NUTRE
DE LÁGRIMAS E SANGUE: É MAIS FEROZ QUE A HIENA;
NÃO CONHECE REMORSO E NÃO CONHECE PENA;
INSENSÍVEL À MÁGOA, ÀS SÚPLICAS, À DOR;
FORTE COMO UM JUIZ, CEGO COMO O TERROR;
É INVIOLÁVEL: MATA E FICA SEM CASTIGO:
AINDA HOJE O ESTADO É O SEU MELHOR AMIGO.
POIS BEM, EU QUE DEFENDO O MONSTRO QUE ASSASSINA
CONTRA O BRAÇO DA FORCA E CONTRA A GUILHOTINA,
EU QUE PRESCREVO O ALGOZ, EU EXIGI-LO-EI
PARA ENFORCAR SOMENTE ESSE BANDIDO – A LEI!
(OU A JUSTIÇA HUMANA)!
55) Certos cientistas (só certos) deveriam ser proibidos de agir a torto e a direito, como eles costumam fazer com suas magias negras e por que não dizer atrocidades laboratoriais! Afinal, como foi visto em obras anteriores, o ato não se manifesta apenas para “provar” mas principalmente para engendrar ou materializar tolices superpostas e um montão de faz-de-conta.
De mais a mais, pergunta-se: por que um cidadão comum, por causa de um código de leis às vezes absurdo, em certos casos e momentos tem que ser proibido de atuar livremente? E por que a um cientista, nem sempre muito correto e humano, no laboratório dele tudo lhe permitem, nem que estraçalhe infinitas vidas animais (e humanas?) ou polua o meio ambiente em que vivemos?…
Assim que, não se opor a qualquer atividade científica ou também a uma ação empírica prejudicial é o mesmo que permitir toda e qualquer execução do ato, ou senão liberar tal execução, por mais nefastos que tais atos possam ser.
Exemplo prático disso que digo é a super valorização do fantasmagórico código genético (DNA), e seu mapeamento e decifração dos genomas…
Ora bolas!, haverá mentira maior do que essas pressupostas micro objetividades chamadas DNAs, que só vem a tona graças a um modo de pensar e de agir totalmente científico? Ou senão já fazendo parte de um Campo de Consciência Sensorial da Ciência se extrojetam e depois se materializam quando se executa o ato intencional.
Essa maneira de pensar e agir totalmente científica polui qualquer mente, e em termos objetivos somente espalha os terríveis frutos da magia negra. E quanta safadeza e desonestidade há atrás desse modo de pensar e agir! Quanto dinheiro alguns querem lucrar a partir dessas verdadeiras alucinações laboratoriais, e que são bem piores do que as alucinações dos pobres psicóticos ou demenciados?”
56) O Eternismo falsamente religioso e o niilismo científico não levam a parte alguma. Só acrescentam confusões à já tão grande confusão que chamamos vida cotidiana. E a propósito de confusões e condicionamentos, Nagarjuna alerta: Há quatro tipos de fatores que resultam em condicionamentos:
a) A pretensa causa primordial ou principal, [supostamente criadora e que fundamentaria]
b) os meios do conhecimento e respectivos objetos, [de cuja pretensa observação e constatação saltaria fora a suposta]
c) sucessão de fenômenos psíquicos, pretensamente cerebrais [onde entrariam também]
d) as condições auxiliares… Não há porém um quinto fator que ocasione condicionamentos.
Essa cadeia de condicionamentos mentais vinga de modo quase absoluto, porque os homens nunca puseram em prática o famoso alerta dos Sábios de todos os tempos: “Homem, homem, antes de tudo, conhece-te a ti mesmo, em profundidade! Só depois de surpreenderes o safado ego-pensamento em ti. E se o subjugares e aquietares, só aí poderás conhecer o que chamas o teu objeto de estudo!… Conhece-te a ti mesmo, porque se conheceres a ti mesmo, depois, certamente compreenderás o próprio Deus Vivo em teu Coração e Sua Real Manifestação (Autonatureza)!”…
Jesus, em seu tempo também nos alertou dizendo: “[Homem, homem], Busca primeiro o Reino de Deus [a Verdade dentro e fora de ti] e sua Justiça [ou sua Reta Compreensão], que depois todas as coisas te serão acrescentadas!”…
Isso poderá acontecer porque as razões ou as pretensas verdades da ciência são tão válidas quanto a de qualquer outro indivíduo ou quanto qualquer outra corrente de pensamento, sempre que o fruto desse pensar e agir acrescente algum benefício e não somente polua e destrua…
Amigo, o homem não tem qualquer possibilidade de descobrir, de decifrar, de equacionar, de conhecer corretamente ou de fazer ciência exata, mas tem enormes possibilidades de criar, de fazer, de ser artista-cientista honesto, ou também de ser cientista relativista, cientista-mágico, sem tanta empáfia!
57) A título de alerta, Nagarjuna preconizou este princípio: "Quando um ser fica assentado, o outro ser forçosamente tem que se confrontar com ele".
Com tal divisão [ser e não-ser, ego e o outro] surgem o apego e a aversão. No encalço destes dois últimos, saltam fora todos os vícios.
O apego ativa a sede pelo prazer. Tal sede ou cobiça encobrirá então todas as imperfeições [da objetividade e da subjetividade, aparentes].
Cegados por isso, os homens, escravos dos desejos, imaginarão qualidades nas coisas, e recorrerão a qualquer subterfúgio para alcançar o prazer fictício.
[As trevas exteriores ou o] Samsara ou as rondas dos renascimentos estarão assim presentes e persistirão enquanto houver apego ao ego ou falso ‘eu’…
De sua parte, “Todo ponto de vista sempre gera um enfoque contrário, e, no entanto, nenhum dos dois é válido em si mesmo, e muito menos a sua fusão”.
Na esfera do cotidiano ou vida prática, sustentar ideologias e pareceres gerará sempre apego e aversão. A tese, a intítese e a síntese aí não valem nada. Hegel se enganou.
Um ponto de vista é naturalmente exclusivo. E, quando se confrontar, suscitará o surgimento de um parecer oposto. Jamais poderemos evitar o conflito e a controvérsia quando se sustenta qualquer parecer, seja um arrazoado afirmativo ou negativo, pouco importa!…
O determinismo causal [religião] e o determinismo casual [ciência], baseados em pareceres, opiniões, incrementaram a confusão, o extravio, a impertinência, o dogma e a prepotência.
58) Determinada Enciclopédia Científica seríssima declara: …”A revolução científica com que se iniciou o século XVII d.C. coincidiu com a revolução filosófica provocada independentemente por Bacon e Descartes, e que consistiu na substituição do esquema medieval pela filosofia do senso comum, assim chamada por Dingle. Esta filosofia do Sentido Comum ou Senso Comum adotou como dogma fundamental a dualidade, a multiplicidade, ou a divisão cartesiana do objeto de investigação em objetos ou coisas que se estendem (Res Extensa) e objetos ou seres objetivados com a capacidade de pensar (Res cogitans). Em outras palavras, tal filosofia e maneira de conhecer, própria de um Bacon, Descartes e Newton, dividiu a Vida em matéria bruta (objeto) e em matéria orgânica ou organizada [ou também em sujeito ou em célula-cérebro…A mente transcendente ou espiritual presente no cérebro aqui foi totalmente excluída, não por Descartes, mas pelos cientistas oportunistas e materialistas daquele tempo ou que vieram depois]… Como já tinham comprovado Galileu e Newton, a matéria externa era relativamente fácil de estudar, de ser analisada por alguém, (opinando a respeito, é claro) enquanto que a mente ou o cérebro era praticamente impossível. [Amigos, flagrai-vos, pois esta foi a maior patifaria que o ego-pensamento ou o ego-intelecto-mente em cada um de nós poderia ter assentado, ego-intelecto-mente ou ego-pensamento esse que nada tem a ver com um posterior cérebro funcionando; ao contrário, o ego-pensamento simplesmente inventou ou forjou esse pretenso cérebro ou instrumento]. O resultado foi que os novos cientistas ou físicos, “triunfantes exploradores da natureza” (sic!), tenderam a eliminar a mente abstrata ou filosófica do campo de investigações, (ou tentaram eliminar a possibilidade transcendente de conhecer – epísteme –, porque esses senhores nunca souberam exatamente o que era conhecer ou o que é a Mente), e passaram a considerar tal mente ou cérebro simplesmente como um instrumento ou um meio de investigação. [Sem conhecer absolutamente nada a respeito do cérebro, nem de modo direto, nem de modo indireto ou indiretíssimo], meramente consideraram o cérebro como um “Novum Organum, bom para alcançar conhecimentos, para efetuá-los ou conscientizá-los e para intelectualizar de modo dual”… (Fonte: “De la Filosofia Natural e la Física Nuclear” do Dr. José Baltá Elias. “Estudio Preliminar Introdutorio al volume II de la ENCICLOPEDIA LABOR: La Materia y la Energia)… [Diante da Verdade Absoluta, eu denuncio que essa manobra constituiu-se na origem do erro e da ilusão, que fundamentariam os descobrimentos científicos; em verdade estas descobertas científicas não passam de meros engendramentos da mente humana! Mas nesse engendrar haveria ainda muito louvor, se tudo fosse visto sem pretensões, de modo artístico ou esportivo].
59) Os Mestres orientais desde épocas imemoriais sempre desconfiaram ou souberam que o pensamento é um ótimo criado, mas é um péssimo senhor. Portanto, transformá-lo numa ferramenta lógico-racional impecável (ou Organon), como fizeram Galileu e Newton, e como pretenderam Bacon e Descartes, para depois por meio dele captar o mundo e o universo, explicá-los, equacioná-los, transformá-los em Leis isso sim que foi um absurdo completo…
Os Mestres Orientais não aceitam a validez da lógica-razão de Descartes, que forjou e sacramentou a falsa dualidade da pessoa que pensa aqui e do objeto que se estende lá (ou res cogitans e res extensa).
Para os Mestres de Verdade, o Sujeito Verdadeiro e o Objeto também verdadeiro são Sentir-e-Isto Primevos, e são inabordáveis, inexplicáveis, não equacionáveis. São sempre NÃO-DUALIDADE…
Não são UM ou não são um tipo de monismo absolutista, nem são dualismo ou pluralidade conforme sempre preconizou e difundiu a cultura ocidental, primeiramente calcada na Bíblia e depois no materialismo científico de Newton-Descartes…
Isto-Sentir ou Sentir-Isto são o que são. Por conseguinte, não se permita que uma parte enganadoramente pensante e falante faça prevalecer as opiniões que têm a seu próprio respeito e a respeito do pretenso objeto que teria à frente, como o homem ocidental costuma fazer.
E se o fizer que opine sim, mas que seja relativo quanto às suas opiniões e não tente impô-las a terceiros, a não ser que estes terceiros se comprazam com isso.
Proíba-se também a esse opinador de atuar sempre e livremente em conformidade ao que pensou e achou – (a título de brincadeira e não prejudicando nada nem ninguém, digamos que possa) – porquanto tudo o que essa falsa pessoa pensante (cientificista) pensa, isso se objetiva, isso aparece, isso se concretiza, isso se materializa, se para tal for executado o ato propositado ou o ato intencional, relacionado à tal ideação, suposição etc..
60) Sem a necessária, óbvia e prévia sacramentação (ou dogmatização) do movimento físico (deslocamento), do espaço, do tempo, da matéria e da energia, em Ciência Moderna nada se sustenta…Dogmatizar ou sacramentar aí significa transformar o movimento físico, o espaço, o tempo, a matéria e a energia em vacas sagradas. Temos que crer nessas vacas, sob pena de excomunhão e ostracismo do descrente.
Diz um safado pensante qualquer: se meus dogmas, “Se minhas vacas sagradas não tem valor algum, eu me anulo como alguém especial, como professor e mestre”.
Desse modo, então, minha gente, foi muito fácil transformar aparências, mentiras e o Desconhecido em dogmas, e depois disfarçar isso com a palavra axioma. E mais, a partir desses axiomas, ou a partir dessa enrolação – e que são as pretensas matéria, energia, plasma cósmico, espaço e tempo – construir um incrível edifício balança mas não cai!…E se este edifício efetivamente não cai é só por causa dos frutos aparentes alcançados e do prestígio que a ciência recebe, sem esquecermos o incrível poder econômico que a todo momento a agracia, e com ela, a técnica, às custas da fome da grande maioria mundial….
Amigo, por favor, não te escandalizes, mas alerto que é possível denunciar a descrição científica do movimento retilíneo uniforme, pois essa é ficção completa. É um modo de fazer novelas, de forjar fantasias, agora não mais só com palavras, mas principalmente com fórmulas físico-matemáticas e com gráficos cartesianos. Tais novelas, porém, em momentos, são de uma aridez e desagrado tamanho que só Deus Vivo e certos estudantes de curso secundário e universitário sabem.
61) Sem o Espaço e sem o Tempo Físicos não há Átomos nem Movimento ou deslocamento de Coisa alguma. Pecando com as palavras, a Autonatureza, absolutamente livre só pode equivaler ao que há de melhor no “Isto-Sentir-Saber-Intuir-Atuar-Amar”.
Assim ouso me exprimir, porque o pretenso átomo redutível da ciência moderna – agora subdividindo-se até ao infinito, ou senão fissionando-se e explodindo feito um fantasma medonho, feito um inferno vivo – não permitiria o aparecimento nem o desaparecimento de coisa nenhuma, de tão complexo e confuso que ele ficou.
Nem mesmo se em tal pretenso nível atômico interferisse um “Ele” deus-persona objetivado ultraprevidente, super sábio e capaz, infinitamente poderoso, etc. poderia ele manipular e dirigir tais pretensas estruturas moleculares e atômicas.
Evidentemente, tampouco poderia Ele dirigir as moléculas, os DNAs, os genomas os cristais, as células, os germes etc.
E se um “Ele”, demiurgo e deus fantoche, não poderia reger a orquestra atômica, molecular, celular, genética, virótica etc. – porque um Deus de Verdade jamais se meteria a dirigir orquestra tão absurda, contraditória e demoníaca – muito menos o conseguiria ou poderia um acaso científico, com embustes tipo fórmulas físico-químico-matemáticas, como alegam muitos partidários da ciência…
Se tais átomos existissem de fato - e não só aparecessem – sua pretensa realidade ou fisicalidade seria outra coisa. Mas, felizmente, o átomo pensado não existe, só aparece, e sempre em dependência com seu forjador ego-pensante.
Por causa disso, ele não existe em si; e por isso também todo esse átomo-Maya que só aparece tinha que resultar nos efeitos medonhos e destrutivos das bombas atômicas, de hidrogênio, de nêutrons etc. Se tudo dependesse somente dos átomos, não poderia haver nem Vida, nem ações, nem amadurecimentos das ações, nem conseqüências cármicas, nem a supressão da dor e da limitação, nem a superação da vida condicionada, nem a Libertação definitiva do Homem, nem nada.
E muito menos haveria uma sobrevivência no além, em paraísos e infernos, como alegam certas religiões. Não haveria sequer um falso mundo material. Sem qualquer dúvida, a concepção atômica é uma calamidade sem par e também é o supra-sumo da complicação estúpida e intelectual
62) O movimento físico ou o deslocamento não se supõe a si mesmo, e sua corroboração existencial não pode ser demonstrada sem erro de raciocínio ou petição de princípio.
Sabe amigo que “alguma coisa” pretensamente separada do sujeito pensante (ego) será chamada MÓVEL (ou carro etc.) só porque ou se moveu ou se moverá. Se não se moveu (passado) nem moverá no futuro, não podemos dizer que a coisa Aqui e Agora se move ou está se movendo. Fundamentalmente falando, sem o movimento pretensamente anterior ou passado, o deslocamento em si ou a velocidade “V” é incompreensível. Por outro lado, nem o pretenso tempo passado nem o tempo futuro fundamentam o movimento, Agora, nem que se apelasse para o cálculo infinitesimal, integral, derivadas etc.
63) Num trajeto já percorrido – [que é um suposto espaço que ficou para trás, ou também é tempo passado] – há ainda algum movimento de móvel? Certamente que não! Aí não há mais deslocamento real, mas há memória factual do movimento, memória essa que em verdade é só discurso.
E no trajeto futuro ou ainda não percorrido, há deslocamento de um móvel, [carro etc.?] É claro que também não! Aí não há movimento, mas há psicologismo ou há intenção e possível decisão ego-mentais, as quais extrojetarão causas e condições aparentes, que a execução do ato intencional concretizará.
No trajeto passado não há mais movimento, no trajeto futuro não há ainda movimento e no trajeto presente o movimento ou deslocamento é contraditório.
Pecando com as palavras, denuncie-se que Aqui e Agora nada começa, nada termina, tudo surge, tudo se renova. E também o Aqui e Agora não implica momentos, ou não suscita a seqüência contínua que o suposto movimento ou deslocamento físico [mas em verdade pensado] implicaria…
Mas se no passado e no futuro não há deslocamento de um móvel, então só no momento presente se poderia conceber o movimento de um móvel [carro etc]). Mas Aqui e Agora o deslocamento é incompreensível por ser contraditório.
64) Restringindo-nos ao AGORA, cuja Eficácia é indescritível, o deslocamento de um móvel [carro etc.] é incompreensível. Vejamos então o que é essa contradição presente.
Pois bem, não se pode falar de movimento em si e tampouco se pode falar de um móvel ou carro que se move independentemente do movimento…
Móvel [matéria] e deslocamento [“V” ou velocidade] são dois conceitos que não podem ficar afirmados ou aceitos como eficazes ou como válidos, nem numa relação [móvel/movimento] nem independentemente de qualquer relação [móvel # movimento]… O móvel em si [“m”, massa ou matéria] é impossível, porque para que fosse possível deveria mover-se e, no entanto, não se move. O movimento [ou “V”] é impossível, porque para que fosse movimento teria que ser movimento de um móvel. E algo pretensamente concreto que não se move não pode ser chamado móvel…
Conceber o móvel e o movimento como independentes entre si é um absurdo. Concebê-los como dependentes também é um absurdo. Nenhum dos dois pode afirmar-se por si mesmo para depois tornar possível a relação.
Tampouco se pode afirmar uma relação que a seguir torna possível a razão eficaz dos termos isolados, ou seja, o móvel e o movimento. E por favor, não se apele para astúcias matemáticas tipo cálculo infinitesimal, cálculo integral etc.
65) “Para a Ciência a expressão físico-matemática do movimento é tão importante que, em última análise, é possível dizer que todos os processos científicos, todas as leis e fórmulas da física científica estão ligadas ao movimento.” E Wilhelm Wundt a respeito disso ainda declara: “O movimento é o único processo concebível no qual um objeto (…) tanto muda como permanece o mesmo; muda por, relativamente a outros objetos, assumir uma posição diferente no espaço; todavia, permanece o mesmo por preservar sua identidade completa”…
Pois é, digo eu, lástima que esse pensador cientista, nunca penetrou mais a fundo em sua própria mente, lamentavelmente distorcida, e em sua possibilidade de conhecer ou perceber! Se tal tivesse feito e se se autoconhecesse um pouquinho mais, teria se dado conta de que mudar é exatamente a natureza da mente ego-personificada de qualquer homem. Teria se apercebido que tudo muda ao mesmo tempo em que ele, observador, muda também. E isso é a natureza de tudo o que aparece externamente, de tudo o que se torna objeto pensado e reconhecível.
A pessoa e o objeto duradouros, persistentes, em última instância não passam de ilusórias manobras de superposição e acomodação, as quais resultam em dualidade newton-cartesiana ou em sujeito pensante e objeto pensado superpostos…
O suposto movimento que faz com que hipotéticos corpos materiais assumam posições diferentes em relação a outros pretensos objetos, ou que faz com que o corpo não mude e permaneça sempre o mesmo, preservando assim sua identidade completa, são aquilo que o conhecimento indireto, as elucubrações mentais etc. nos obsequiam e, por conseguinte, são ilusões totais.
Nenhuma identidade é preservada de modo sempre igual num objeto, tampouco nada real se desloca em relação a outros objetos e estradas reais e permanentes.
Se em termos relativos e principalmente em termos absolutos, tempo, vácuo, trajetórias (estradas), massas (matéria), deslocamentos são impossíveis, ou seja, se todos eles não passam de aparências superpostas, não passam de meras interdependências entre pessoa pensante e coisa vista ou pensada, como ficam então as fórmulas físico-matemáticas da mecânica, cinemática e dinâmica?
66) Mas frente a todos esses dilemas, não se poderia tentar uma explicação do movimento ou deslocamento em função do tempo?… As relações do movimento com o tempo presente, passado e futuro talvez possam servir para afirmar esse deslocamento (ou velocidade) declarado absurdo… Todavia, são exatamente essas falsas relações [e que são arrazoados fúteis] as que nos fornecem a impressão e a convicção de persistência ou continuidade temporal. Essa tentativa é, portanto, inútil, já que esses três tempos devem ser compreendidos como os três tempos do móvel [ou do carro etc.] e não como os três tempos da velocidade, a qual, finalmente, seria só movimento que ainda não ficou racionalmente sacramentado, assentado…
Se aceitássemos os três tempos [nos quais o carro não anda], mesmo assim não conseguiríamos afirmar o móvel como se fosse algo em si ou como se fosse algo absolutamente real. Aí apenas estaremos tentando afirmar um objeto pensado, durável e pretensamente material, provido de movimento ou provido de força própria, objeto esse que finalmente não ficou explicado nem provado e que só se desloca virtualmente ou num perfeito faz-de-conta…
Por exemplo, no passado há ainda algum movimento? E no futuro já há algum movimento? E no momento presente há deslocamento ou simplesmente há um Mover-se sem deslocamento?
Em verdade o movimento não pode começar e muito menos pode terminar… Como se vê nada se altera, nada muda, quer se fale dos três tempos do móvel, quer se fale dos três tempos da velocidade ou movimento. Não se pode, pois referir o movimento [velocidade] aos três tempos de um móvel [carro etc.] que, para ser concebido como tal, necessita do assentamento irrefutável do tempo e de sua autenticidade e comprovação prévia. E isso é o que está em discussão, pois nada ficou ainda provado.
O pretenso espaço e tempo físicos são totalmente absurdos e impossíveis, para tomá-los como “e” (espaço), como “t” (tempo), como “v” (velocidade) ou ainda como “@” (aceleração ou variação da velocidade).
67) Nagarjuna nega o movimento pela impossibilidade de se conceberem os fatores que o compõem, ou seja o espaço, o tempo e a velocidade em si. Denunciou que as distinções do espaço dependiam do movimento.
Para ele é um absurdo meter-se a esmiuçar o espaço e o tempo em porções anteriores e posteriores cada vez menores, até encontrar-se o começo e o fim de determinado micromicrotempo e nanoespaço, como mais tarde iriam fazer os cálculos inventados por Leibniz e Newton…
Nagarjuna também percebeu que as distinções dos movimentos – na condição de velocidades retilínea uniforme, variação da velocidade, aceleração etc. – dependiam primeiro da explicitação do espaço, e que, finalmente, o móvel não podia ser concebido nem como idêntico nem como diferente do movimento, e que aí sequer cabia uma relação entre móvel e movimento.
68) Para poder se afirmar os momentos passados, presentes e futuros do tempo, é preciso que, antes de tudo e outra vez, se recorra às relações. E tais relações, como já foi visto, valem tanto quanto às que se estabelecem entre as palavras “em cima”, “embaixo”, “no meio”, “antes”, “durante”, “depois” ou também as pretensas relações que se estabelecem entre os elementos da série dos números naturais… Aqui cada dado parece assumir algum significado graças exatamente ao que o outro dado parece ser. Cada momento, digamos, depende dos outros e nenhum dele encontra sua razão de ser em si mesmo. E, portanto, nem consegue se afirmar de modo imediato…
Se o tempo presente e o futuro se encontram numa relação de dependência com o passado – a mesma crítica vale para outros pretensos relacionamentos que esses três tempos ou palavras possam efetuar – o presente e o futuro teriam que vingar também no tempo passado, já que se no passado não vingam, não se entende em que consiste a relação de dependência. E se aí suprimíssemos o tempo passado, que tudo parece estar regendo, isso implicaria também em suprimir os termos regidos, ou seja, os tempos presente e futuro…Se alguém conseguir demonstrar a realidade de cada momento do tempo, isto é, do presente, do passado, e do futuro, ele precisará estabelecer a existência de cada tempo, independentemente da relação que o intelecto sempre estabelece entre eles, porque o Real, o Verdadeiro, o que possui uma maneira de Ser própria, digamos possui uma Essência, é Real exatamente porque a possui, por si mesmo, livre de dependências
69) [Aryadeva, grande filósofo budista e discípulo de Nagarjuna pergunta]: “O que é que nos permite afirmar a realidade do tempo?” E responde: “A inferência e o raciocínio…”
“Mas quando falamos da realidade do tempo, (a maioria) não estará falando de sua eternidade (como Newton fez?), considerando-o um dado incondicionado? Claro que sim, pois se assim tal maioria não o considerasse, o tempo acabaria sendo visto como algo condicionado e, portanto, com uma origem, e aí o tempo simplesmente inexistiria.
Mas paradoxos dos paradoxos, se o tempo for visto como um dado incondicionado, tornar-se-á tão contraditório como tudo aquilo que um dado intelectualmente incondicionado implica.
“Quando analisamos o tempo, se nos apresentam as seguintes alternativas: o tempo será passado; e se não estiver no passado, o tempo em si não será um dado condicionado. Mas precisamos nos basear apenas no passado para afirmar o aspecto totalmente condicionado tempo?
E mais, se negarmos o futuro, o passado deixará de existir, pois o passado para ser passado necessitou das características do futuro, sem as quais não teria podido chegar a ser passado.
E se se afirma que o passado possui as características do futuro, ele não pode ser um tempo passado.”
“Tentar falar da mudança das características, só para justificar o tempo significa apenas confundir tudo e negar tudo…
Por exemplo, não se pode falar de um futuro que acaba perdendo as características de futuro. Isso seria igual a falar do fogo que perdeu seu calor…
Se tal futuro existe, ele existe Agora e não no futuro, sejam quais forem as suas características… E se o futuro não existe como considerá-lo tempo, já que por tempo reconhecível se entende o passado, o presente e o futuro?
“Se se sustenta que cada um destes três momentos do tempo possuem características próprias, teremos que concluir que, no mínimo, dois deles (passado e futuro) são também tempo presente. Manifestar características próprias equivale a EXISTIR realmente, e este existir só é possível no momento presente… Em verdade essa coisa chamada tempo não passa de uma simples palavra…”
70) O livro O Ápice da Sabedoria denuncia que aquilo que se apregoa e se prova como sendo ato personificado – portanto, ato propositado, ato intencional, ato que um pressuposto ego-agente executou – em verdade é ineficácia total ou é só faz-de-conta, aparências.
A humana possibilidade de se mover, de se deslocar, de vencer espaço, gastando tempo, malgrado se faça presente com um poder de convicção incontestável, é aparência maior.
O ato personificado ou proposital, ou senão o ato praticado por algum ego em especial lembra a palmeira balanceada pelo vento, cuja sombra varre o chão. As sombras se movem de um lado para o outro e mesmo assim nenhum grão de pó é levantado…
Se assim é, conviria corrigir o Perceber em nós – subjugado pelo intelecto, com sua enganadora lógica-razão bem comportada – e não lutar necessariamente contra pressupostos fantasmas externos.
O velho e enganador perceber intelectual do homem comum tem que se permutar em Saber-Sentir-Intuir e comungar com “Isto”, o Objeto Real, se algum “Isto” houver.
71) A ação de deslocamento e o ego-agente tomados isoladamente não são absolutamente nada. A ação não se explica e o pretenso ego-agente não se fundamenta. Portanto, deveríamos ter certo cuidado quando declaramos: “Eu vou para casa, ou eu vou para a igreja”, como querendo dizer: “Eu Estou caminhando para minha casa, estou me deslocando para a igreja.” Nesse ir para casa ou ir para a igreja, a caro custo, há apenas AÇÃO PURA, há apenas UMA AÇÃO DE IR, há uma explosão do atuar ou um agir acontecendo, sem ego-agente, sem viandante, sem caminho ou estrada e sem meta.
Ou melhor dito, se alguma coisa parece haver, tipo agente pensante e estrada ou meio pensados, isso tudo apenas faz parte de um contexto, de um fundo mental ou faz parte da extrojeção de um campo de consciência sensorial, e que resulta num fato único e reconstruído, ou senão pode ser também um acontecimento original mal percebido.
72) As “não-pernas” – ou o Existir e não o mero aparecer das pernas comuns – se livres do mal pensar e do reconhecer, e se se centralizam com o Ato Puro e com o Instante se sincronizam, poderiam dar saltos incríveis, mudando inclusive de dimensão, acabando em outro AQUI.…
Homem Verdadeiro, num Instante está Aqui, e transmutando-se graças ao Ato Puro, que ele próprio é, já está lá, que é apenas outro Aqui e Agora.
EU-Ele dará Saltos ou Pulos no Infinito de sua Bem-Aventurança, sem ter que vencer mentirosos espaços físicos, sem ter que gastar tempos e energias esdrúxulas.
O Ato Puro e Primordial encerra tudo e todas as possibilidades. Sugira-se, então, sem forçar, que o Homem Primordial é Ato Fazendo-se SER e é Consciência-EU explodindo feita Ações Puras.
73) É a execução do ato intencional ou do ato propositado – ato semi-eficaz e temporal, é claro – o que faz ou o que cria o homem comum, e não o contrário. Todavia, esse homem vulgar e condicionado manifestará sempre a mesma conduta, como se fosse um hábito quase mecânico. E se é o ato propositado o que faz o homem, nele também se esconderá a grande força dos vícios, tão difíceis de debelar, suplantar…
Um viciado torna-se viciado porque repete sempre o mesmo ato, porque pensa sempre na mesma coisa, e ainda por cima se culpa e se identifica egotisticamente com o que pensa e com o que faz, além de, estando preso ao tempo-pensamento, tentar corrigir seu pretenso defeito com outro ato intencional contrário, o que reforça o vício e reforça o próprio ego-tempo-pensamento.
Um ato criminoso pensado não pode ser corrigido com a execução de um falso ato de justiça, nem com a execução de um pretenso ato virtuoso também pensado. Os dois atos aí apenas se reforçam e se somam.
Um ato inconveniente se corrige com o dar-se conta, com o aperceber-se e com um não-atuar espontâneo (wu-wei). Se em minha louca disparada me deparo com um precipício, se insistir em correr, acabo caindo, mas graças ao medo paro sem alternativas. Com esta atitude pelo menos não me espatifo lá em baixo, não morro. Este é um pálido exemplo de não-ação natural.
74) Convém que se saiba que o ego-pensamento engana o homem a todo o momento.
Bem no começo do implante da ciência moderna, este mesmo ego-pensamento passou a enganar o abnegado e desavisado observador pensante, Galileu. Sim, pois o levou a inferir e mais inferir, ou a pressupor como nunca, para poder matematizar suas “descobertas”.
Simplesmente não conseguia decifrar e entender melhor o deslocamento aparente e imediato da Terra, supostamente testemunhado por uma luneta e pelos seus cinco sentidos, e que fundamentava a aceleração de queda dos objetos. E aí o homem comum nele mesmo começou a mal observar, a lucubrar e a deduzir só através de seu enxergar viciado — sem nada Ver e Perceber corretamente.
Outros mais, inferindo e mais inferindo como Galileu fizera, “captaram e decifraram” o aparente movimento ou deslocamento giratório da Terra, ao redor de seu eixo. Depois, “descobriram” que a terra não somente girava sobre si mesma, como inclusive desenhava uma extensa órbita ao redor do Sol. O astro rei, por sua vez, com todos os “seu planetas” se deslocava na própria galáxia Via Láctea. E enfim tal galáxia se movia no grande universo científico. Este cosmo reconhecível ao telescópio, talvez ainda se mova em (ou com) outros universos mais, e assim por diante, sem nunca parar, para o mais infinito…
A modo de dizer, o homem deparou-se então com pretensos movimentos físicos, que sempre perduram, dentro de outros movimentos físicos, movimentos esses que ocorrem e duram tanto no suposto nível astronômico, como também ocorrem e duram no nosso nível cotidiano comum, e principalmente ocorrem e duram no nível microscópico.
Em suma haveria um rodopio enlouquecedor entre todos os hipotéticos níveis existenciais, sem nenhum acidente, sem nenhum atropelo, sem nenhum choque frontal estarrecedor, sem nenhum estrago e confusão. Pois sim!
E desse modo foi montada a arapuca da ignorância-ego-pensamento que fundamenta o movimento e que a Ciência Moderna adotou por completo e difunde com certeza, empáfia e orgulho.
Ou seja, há sim movimento ou deslocamento físico, e dentro de um movimento cósmico há outros movimentos mais que certamente começaram muito tempo atrás, que persistem na atualidade e que com toda certeza um dia vão se acabar, sem nenhum contratempo.
75) Nagarjuna, o Mestre budista, mais do que qualquer outro, deu-se conta do caráter antinômico (ou contraditório) da lógica-razão, mormente quando esta se mete a descrever fantasias que ela mesma engendra, porque lhe convém. E deu-se conta também como essa mesma razão se recusa em aceitar certos alertas opostos, os quais, superiores aos da própria razão, podem sugerir a Natureza do Real.
A dialética de Nagarjuna que critica o movimento físico pode então ser vista como um verdadeiro criticismo libertador…
Os argumentos deste Mestre são compreensíveis e conclusivos. Os de Zenão, Mestre grego antigo do VI ou V século a C., e que também refutou o movimento físico, ficaram mais na superficialidade da compreensão do deslocamento, por isso, a moderna criação da progressão aritmética, do cálculo infinitesimal etc. aparentemente suplantaram os argumentos de Zenão...
O deslocamento logicamente explicado e mal percebido é negado por Nagarjuna por causa da impossibilidade de sustentar seus fatores ou ingredientes e que só favorecem um movimento aparente.
Ele deixou bem claro que as distinções que se fazem com o espaço dependem do movimento, e que este pretenso movimento em verdade só depende dessas mesmas e descabidas distinções. E mais, que o móvel não pode ser compreendido nem como idêntico nem como diferente do movimento.
76) É bom que se saiba que tudo o que se relaciona com algo mais, isso não existe em si mesmo, isso forçosamente é algo reconstruído com pretensões de permanência.
E a propósito, uma Sabedoria mais profunda alerta:. “A todo o momento cada Realidade é sempre outra Realidade”…
Todas as relações são reconstruções do pensamento e são interdependências.
A implícita necessidade das coisas travarem relações, a pretensa dualidade e separatismo, a multiplicidade etc. são sempre reconstruções do pensamento. Por outro lado, certas relações implicam uma anterioridade da causa, digamos da causa espaço-temporal, e isto sempre que ela ficar referida ao efeito-movimento, ou senão a um efeito tipo evento, a um efeito tipo coisa condicionada.
Ou seja, quase todas as relações de causa e efeito geralmente implicam a antes-causa e o depois-efeito. Explicando-me melhor, vejamos alguns Exemplos: antes, espaço-tempo, depois, movimento. Antes, movimento, depois, o efeito da impressão sensorial. Antes falsa impressão sensorial, depois, conhecimento indireto e falsa conscientização etc. – ou seja, tudo são “engates”, tudo resulta em interdependências…
Quer em parte quer na totalidade, as conseqüências físico-materiais do movimento – velocidade uniforme, velocidade instantânea, aceleração etc. – não podem estar contidas em pretensos receptáculos físicos tipo espaço e tipo tempo…
E se tais conseqüências não estão contidas em causas e condições espaço-temporais, como se pode dizer que o movimento, a velocidade uniforme, a velocidade instantânea, as acelerações etc., nascem e se desdobram em receptáculos espaço-temporais ou a partir de causas e condições espaço-temporais?
77) O conhecimento indireto e indiretíssimo no homem se desenrolam de modo a fazer sempre depender uma causa de outra anterior, e esta de outra mais, até que se recue para o mais ou menos infinito de falsas suposições e inferências capciosas, como aconteceu com a lógica científica.
Nesta ciência ou neste domínio racional-científico, nunca ninguém segurou os arreios desse conhecimento enganador e que recua sem parar, ou ninguém submeteu esse modo de conhecer a uma crítica extremada, a um criticismo higienizador.
Entrementes, todo cientista deveria se aperceber que sempre que uma causa é substituída por outra, e esta por outra mais, até que se recue ao mais ou menos infinito, como costuma acontecer em astronomia e microbiologia e atomística, aí qualquer buscador bem intencionado caí em completa contradição, coisa que, aliás, o ego-pensamento sempre induz, e nos leva a executar o ato intencional à cata de frutos, e depois, uma vez engendrados tais frutos contraditórios, o ego ladino oculta a manobra…
E se determinado efeito nasce de uma causa que não se revelou absolutamente veraz e eficaz para tal, pergunta-se por que tal fruto não poderia nascer também de outra causa mais, tão ineficaz e mentirosa (ou não correspondente) como a primeira?
Como um exemplo gritante de toda essa farsa, não somente teríamos os arrazoados e fórmulas da cinemática, da dinâmica e da mecânica, mas teríamos também e principalmente as pretensas descobertas da fisiologia médica e psicologia cerebral, que só confundem, complicam e transferem causas e condições para mais adiante, sem que venham a aclarar de fato o mistério do SER, de Ser e do próprio pensamento vulgar.
78) Esse dilema chamado matéria, de tão enganador, tornou-se assustador, avassalador. Após a indução da experimentação laboratorial, as forjações científicas alcançadas, lamentavelmente transformadas em bombas atômicas, tornaram-se grosso modo “apocalipticamente reais”…
A pretensa matéria durável, impenetrável (ou dura), que se estenderia em supostos espaços físicos vazios, ocupando-os, mais suas propriedades físico-químico-atômicas as quais se desdobrariam no tempo, mais as atuais micro micro micro cordas elásticas que substituiriam tal átomo, em última instância, seriam poderosa ficção do pensamento. Todo esse engodo objetivado está ligado a um fantástico arquétipo pensante-pensado que a corrente científico-materialista em moda sempre sustentou e consubstanciou, graças à ativação Lei da Geração Condicionada, graças à execução do ato intencional, até “ficasse comprovado”…
E mesmo que a atomística moderna atualmente encare a suposta pasta material de outro modo, isto é, como se fosse apenas micro, micro cordas elásticas, ou senão um vazio energético, na assim dita objetividade imediata e mundana, a pretensa pasta ou matéria cotidiana subsiste tal e qual e nada mudou.
Assim é porque tal objetividade aparentemente concreta, pasta palpável, durável e reconhecível ou sempre pensada é bem mais plausível que os pretensos níveis infinitesimais, moleculares e atômicos, onde a ciência transferiu a matéria.
Tal “concretismo” da pasta material é muito antigo, é próprio da tradição, é fruto do pensar e do agir das velhas tradições. Faz parte do Campo de Consciência Sensorial da Humanidade, e que extrojeta seu pretenso “conteúdo material” sempre assim…
A Ciência contemporânea, de sua parte, tornou eterna não a pasta material, mas a (falsa) energia, e inclusive a permutação da matéria em energia, e vice-versa. Matéria eterna era coisa do senhor Lavoisier, do século XVIII.
A torpe energia científica que as teorias de Einstein e de Stephen Hawking apontam tornou-se irredutível e quase eterna, sim. E principalmente tomou o lugar da conservação da matéria.
Tal matéria e energia se espraiariam então num espaço físico, permutando-se uma na outra e vice-versa, gastando mais ou menos tempo. Desse modo saltaram fora os cinco “insuperáveis cavaleiros do apocalipse científico”, ou seja, o espaço, o tempo, a matéria, a energia e o plasma…, e que de insuperáveis não tem absolutamente nada!…
79) Tudo o que a Mecânica Celeste ou a astronomia moderna jura constatar, comprovar e reconhecer, isso apenas traduz um Campo de Consciência Sensorial específico, do qual fazem parte todos aqueles homens que só pensam e agem de determinado modo, como é o caso da maneira científica de pensar e atuar, e que são sempre sagacidade e intencionalidade.
Os cientistas modernos criaram o Campo de Consciência Sensorial da Ciência que sempre está tentando encampar todos os demais campos, como e principalmente o Campo de Consciência da Humanidade.
Bem, mas se nada se origina, se nada teve começo e sim ou TUDO SURGE (Autonatureza), ou tudo apenas se sobrepõe, aparece – aparências objetivadas, falsas naturezas, reconstruções humanas – que sistemas geocêntrico e heliocêntrico são esses que teriam sido criados ou por um falso “Ele”, deus-persona ou pelo Acaso científico?…
E como esses sistemas teriam começado a sua “trajetória pretensamente evolutiva e aperfeiçoadora”, até se estabelecerem como tais para depois passarem a agir ou do modo geocêntrico ou do modo heliocêntrico, modo último este que a astronomia moderna jura ter constatado e comprovado?…
Se nada nem ninguém criaram os sistemas astronômicos constatados e comprovados, desta ou daquela maneira, se “eles” nunca começaram, e se no lugar deles houvesse apenas Vida (Autonatureza), surgindo, fulgurando, Aqui e Agora, então tudo aquilo que se disser e se “provar” a respeito de um heliocentrismo temporal será tão relativo e precário quanto as tolices que se diziam e se “provavam” a respeito do antigo geocentrismo medieval.
80) Objetivamente, nada é verdadeiro em si mesmo para que, mais tarde (tempo), um homem mais arguto e sagaz se meta a traduzir coisas pretensamente materiais adequadamente, em termos científicos e matemáticos, com aparelhos e tudo o mais…
O que se nos apresenta de modo objetivo e reconhecível, isso é tão-somente fruto do nosso fundo mental ou do Campo de Consciência Sensorial que nos diz respeito e nos caracteriza. Os Campos de Consciência Sensorial em todos nós estão saturados de imagens caducas, de tendências, idiossincrasias, condicionamentos culturais, tradições, hábitos, modos de agir, modos de pensar etc. É por isso então que há tantos Campos de Consciência Sensorial (C.C. da Ciência, C.C. da Humanidade, C.C. das Religiões, C.C. das Filosofias, C.C. da Política, C.C. do orgulho racial etc.) quão diferentes forem os fundos mentais dos homens ou de grupos de homens.
É no nosso campo de consciência sensorial que reside a pretensa persistência e autenticidade aparente das coisas externas, em verdade nunca física e sim psicofísicas. Aquilo que aprendemos e registramos, isso se torna um hábito no enxergar e no falso perceber.
Aquilo que nos é incutido tendenciosamente nas escolas, isso acabamos vendo externamente. O safado establishment por meios das escolas, igrejas e universidades encontrou um meio de persistir e de se reforçar sempre.
Quem cai no domínio científico ou no Campo de Consciência Sensorial da Ciência dificilmente conseguirá desmentir e desfazer algo inconveniente, fruto da própria ciência. Os condicionamentos, prejuízos e preconceitos do Campo não deixam.
Aí tampouco poderá ser introduzida uma Novidade Legitima. O campo científico (ou certos cientistas) não deixará que suas velharias e impedimentos sejam suplantados pela novidade e sejam eliminados.
Aí tampouco poderá se introduzir uma Sabedoria higienizadora e simplificadora.
81) Tudo o que aparentemente vem de fora, tudo o que acreditamos captar sensorialmente, e depois achamos memorizar e registrar, todas as nossas experiências cotidianas, nossa cultura, sentimentos, paixões sensações etc., e que em verdade são colheitas de algo extrojetado previamente, tudo isso fica registrado em nossa mente e constitui nosso fundo mental ou nosso Campo de Consciência Sensorial.
Este fundo, por sua vez, é um campo dinâmico que extrojetará seus registros, seus clichês, os quais se projetarão adiante, constituindo exatamente aquilo que chamamos de mundo externo cotidiano, mas que em verdade é nosso próprio condicionamento mental milenar, projetado à frente, sempre do mesmo modo…
O que se aprende na escola ou na vida comum e se memoriza tal e qual, depois dificilmente será desaprendido. Isso então fundamentará e reforçará nosso íntimo ego-personificado, nosso campo de consciência sensorial, nosso meio interno e externo.
O que se aprende e se torna rotina, hábito, isso se transforma no mundo externo ou num faz-de-conta repetido e objetivado.
Depois disso, o mundo se nos apresentará sempre do mesmo modo, conforme o que nos é incutido ou pela tradição, ou por uma ciência, ou por uma filosofia e religião, ou ainda por uma maneira de ser e de agir peculiar…
E o curioso é que qualquer um sempre está pronto para nos incutir determinados pontos de vistas, idéias, clichês ou “o habitual o quê pensar”. Ninguém porém nos ensina como pensar e quando parar…
Desde as escolas primárias até as universidades só nos condicionam ou só nos ensinam “o quê pensar”, ou seja, o “o quê pensar deles”, o quê pensar das religiões, o quê pensar da ciência, o que pensar da filosofia, da sociologia deles, da política deles, do esporte deles.
Ninguém jamais porém nos mostra quem aí é o pensador, ou o pensador em mim e no meu próximo, o que esse pretenso pensador no fundo quer, quão honesto e autêntico ele é, o que está fazendo, e por quê só insiste em tanto pensar, ou também para quê tanto pensa?…
Nesse tipo de percepção enganadora ou conhecimento indireto cabem todas aquelas fantasmagorias que parecem estimular nossos cinco sentidos e que nós, homens pensantes, juramos equivalerem a objetos materiais externos e separados, ao alcance de nosso ego-pensante (falso ente, é claro), de nosso entendimento e possibilidade de atuar. Tais pretensos objetos geralmente estimularão nosso desejo de apropriação, posse ou de rechaço.
82) No mundo refeito e superposto pela ignorância-ego-pensamento, no lugar de coisas e fatores permanentes, tipo fogo, madeira, calor e cinzas, deveria aparecer, pecando com as palavras, a série-fogo que surge e desaparece a todo o momento, e que nada tem a ver com enganadoras moléculas e elétrons vibrando e traduzindo um fogo remoto.
Deveríamos ter a série-madeira que também aparece e desaparece a todo o momento, por isso não pode ser queimada.
Deveríamos ter a série-cinza, a série-ego-pessoa-sensível e perceptora, sentindo calor ou frio, não por causa da presença ou ausência do fogo, mas sim devido a diversos fatores…
A cinza que apareceria e desapareceria a todo o momento não seria causada pelo cruzamento do fogo com a madeira…
O calor nada teria a ver com a pretensa energia físico-material que escoaria de um corpo quente para outro mais frio, aumentando o movimento molecular-energético da pressuposta matéria deste último…
As moléculas pretensamente moventes deste corpo e os saltos dos fantasmagóricos elétrons destas mesmas e supostas moléculas poderão ser tão enganadoras quanto os pretensos deslocamentos físicos visíveis deste mesmo corpo – movimento, velocidade, aceleração – visto como um móvel, como um todo, a nível cotidiano.
Isso tudo, aliás, foi exaustivamente analisado em meu livro Transmutar Este Falso Mundo..
83) De sua parte, a ciência moderna, graças ao habitual raciocínio lógico-racional – e também graças ao método experimental que ela criou e adotou, e que é um modo restrito e mesquinho de pensar, acasalado a um atuar proposital, deturpador e materializador de fantasmagorias – afirma logicamente e “prova” que a lenha é um dado material permanente, que é um corpo que ocupa um lugar no espaço.
Nesse mesmo pretenso espaço que a totalidade do corpo ocuparia, presentes também estariam fantasmagóricos níveis invisíveis, microscópicos, ultramicroscópicos, que encerrariam estruturas fibrosas, elementos celulares, moleculares, DNAs, elementos atômicos, eletrônicos, nucleônicos etc.…
Para a ciência, esses hipotéticos níveis seriam passíveis de se alterar sempre que forem postos em contato com uma fonte externa de energia calórica mais intensa.
Mas esta pretensa fonte ou fogo, chama preexistente, em seu nível cotidiano, nível normoscópico, próprio da visão comum, forçosamente corresponde a algo que já está ardendo. Ou senão suas pretensas e enganadoras moléculas constituintes já estariam vibrando de modo bem intenso.
Agora como essa pantomima toda começou, ninguém sabe. Aqui teríamos que recuar ao menos ou mais infinito para supostamente descobrir como este outro fogo começou. Mas tudo o que recua ao menos ou mais infinito é sempre mentira, contradição…
Vejamos então esse círculo vicioso inexplicável, explicando o que não deveria:
“Bem, amigo, mas afinal, foi a energia externa, provinda do nada ou de um estúpido e ridículo Big-Bang, a que, chegando ao fantasmagórico nível microscópico das moléculas, as fez vibrar ainda mais, resultando em calor, ou foram as fantasmagóricas moléculas em si, preexistindo não sei como, as que, tendo intensificado seu padrão vibratório – e como? – começaram a emanar energia para o exterior, virando fogo?
Quem aí veio primeiro, a enganadora energia científica do pressuposto e gratuito Big-Bang ou as fantasmagóricas moléculas? Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?
Quem sabe se primeiro aí não veio o mentiroso ego-pensamento que, dando uma de sabe-tudo, se meteu a fazer perguntas cretinas, e depois inclusive as reforçou com explicações capciosas e ladinas!?
E mais, amigo, é bom que saibas que a assim chamada Energia Primordial do Campo Unificado de Stephen Hawking está inserida nesse mesmo dilema e círculo vicioso!…
Para a ciência, então, essa fantasmagórica energia calórica, vibrátil e preexistente (fogo), decorrente de uma combustão prévia (tempo), movendo-se ou deslocando-se no espaço, penetraria na estrutura fibrosa, celular, molecular, atômica e eletrônica da lenha permanente, e nesta última provocaria um desencadear de fantasmagóricos fenômenos físico-químicos, resultando em fogo e numa maior liberação de energia calorífica e energia luminosa... Será?
Esse pretenso (e mentiroso) desarranjo estrutural das fibras, das células, moléculas, átomos, elétrons da lenha permanente resultaria no desaparecimento definitivo da lenha, como um todo. Resultaria na destruição dos pretensos níveis microscópicos da lenha, e também no aparecimento demorado das brasas e cinzas, como outro todo, agora, porém, com diferente estruturação microscópica permanente… Pois sim!…
Todavia, não se pode negar que a lenha permanente é uma constatação ou um vício milenar que depende do homem comum, em sua maneira de pensar e agir ou depende do C. C. Sensorial da Humanidade.
Mas a estrutura fibrosa permanente da lenha, mais as células, as moléculas, os átomos, os elétrons, os núcleons etc. permanentes estão todos na total dependência do modo de pensar e de agir mais recente ou do Campo de Consciência Sensorial da Ciência ou do cientista.
Tais elementos microscópicos, porém, são uma falácia total ou são uma forjação completa do modo de pensar e de agir do próprio cientista.
A pretensa lenha contínua e separada do homem faz parte de um fundo mental comum ou de um Campo de Consciência Sensorial da Humanidade.
Os demais pretensos elementos microscópicos constituintes da lenha – fibras, células, macromoléculas, moléculas, átomos, núcleons, elétrons etc – são forjações recentes e dependem do Campo de Consciência Sensorial da Ciência ou dos cientistas.
De qualquer modo, o conteúdo de ambos os campos apenas é reconstrução e faz-de-conta, nunca semiverdades (do povo) e verdades absolutamente naturais e reais (da ciência)
84) Para escândalo de alguns, pode-se sugerir que há dois tipos de aniquilação: (A) uma empírica, comum, chamada destruição, e outra (B) transcendente ou sutil, que é apenas Renovação e que além de acontecer numa Autonatureza ou naturalmente, também afeta a própria objetividade reconstruída e reconhecível…
Empírica seria a destruição do prato por um golpe de martelo. Um materialista, no caso, alegaria que essa fragmentação do prato é uma destruição real. E isso só porque pensa de modo obcecado ou porque nunca soube o que é o pensamento nele mesmo, ou porque nunca se deu conta se está conscientizando correta ou erroneamente e finalmente porque nunca surpreendeu quem é esse seu ego opinador. Em verdade, a ocorrência que o materialista encara é uma destruição empírica, já que a verdadeira destruição não é aniquilação, anulação e sim apenas mutação, renovação.
85) O contexto traduzível como prato permanente, como homem persistente dando uma martelada com um martelo material e permanente, como cacos materiais e contínuos, como um ou mais observadores pensantes e permanentes, encarando o pretenso fato, feito uma cena teatral estática ou quase inalterada é ilusório. Isso em verdade só traduz o fundo do Campo de Consciência Sensorial da Humanidade ou até mesmo o fundo de um CC sensorial especial da ciência, onde a falsa pessoa-ego-pensante tem proeminência sobre o todo o resto.
Tal contexto externo aparente é regido pela Lei da Geração Condiciona: “Isto sendo, em pensamento, aquilo aparece objetivamente, se sobrepõe, se concretiza se para tal se fizer alguma coisa propositadamente, nem que seja piscar com os olho…
Em realidade, tal situação específica ou Campo de Consciência Sensorial é apenas o resultado de um convergir de causas e condições descontínuas, convergir sempre diferente que resulta na pretensa série-prato objetivada, na pretensa série-homem já vivendo ou agindo – este Homem, Primordialmente falando, é Saber-Sentir-Intuir-Atuar em Manifestação – e que, feito falso agente, ainda vai atuar ou executar o impossível. Ou seja, dar uma martelada na série-prato descontínua. Aí também se incluem a série-cacos-do-prato, as séries-pessoas-pensantes-observando, estas últimas reconhecendo e raciocinando, mal evidentemente.
86) A coisa objetivada, com sua pretensa pasta material permanente – células, moléculas átomos – ou subsiste sempre inalterada e, portanto, não serve para nada, ou simplesmente desaparece. E isso porque tudo o que pudesse durar inalterado seria como se não existisse, como se não se objetivasse. E se tal dado pretensamente inalterado fosse enfocado fixamente por algum ego, se sumiria da frente dele, simplesmente desapareceria. O olho cansa e não mais enxerga.
Uma suposta pasta material não pode fazer duas coisas ao mesmo tempo. Ou seja, continuar como matéria e só mudar como qualidades e propriedades.
Se determinada coisa reconhecível mudou como um todo, ela já não será a mesma coisa. Já não será mais a mesma e pretensa pasta material que só se alterou em suas propriedades e qualidades.
Mudar significa que o todo da coisa momentânea em si tornou-se outra coisa também momentânea. Não importa se tal “Isto” –(coisa) é Algo Primevo ou se já é algo reconstruído, na condição de coisa-série durável e aparente…
O exemplo do ferro fundido não prova nada.
Ferro duro e ferro fundido são duas situações reconhecíveis diferentes.
São coisas pensadas ou objetos distintos (coisa A e coisa B), mas vistos e percebidos como iguais por um ego-reconhecedor nunca idêntico, cuja memória-raciocínio-imaginação, também mudando, faz trapaças para manter o falso ente ou o ego igual e quer que todo o resto pensado, objetivado ou diante dele não mude também…
O ferro duro (coisa A) e o ferro fundido (coisa B) são dois contextos absolutamente diferentes.
Tais contextos,. porém. se apresentam como uma falsa pessoa-ego, aqui, pensando do mesmo modo, mais as coisas pensadas, lá, reconhecíveis, coisas que deveriam se apresentar separadas, mas que se apresentam como sendo uma só (ferro ou duro ou fundido).
Admitamos que nesse contexto exista também outra falsa pessoa ego, pensando de modo similar (segundo momento). Aqui forçosamente deveria haver mais uma segunda coisa também pensada, cujas características seriam similares ao do primeiro observador pensante.
Mas por causa do campo de consciência sensorial de ambos ser idêntico ou similar, o objeto ferro se apresentará como sendo um só, duro ou derretido e não como dois objetos separados.
87) O pensamento discursivo em todos nós, quando resolve explicar o inexplicável, digamos, a LUZ, sempre a separa do “Isto” –(Meio) e do “Sentir” –(Homem), e depois se mete a falar de corpo luminoso ou fonte luminosa e de corpo opaco, no qual a suposta luz física incidiria, iluminando-o…
Entre a pretensa fonte luminosa e o anteparo escuro ou objeto opaco, o pensamento interpõe uma distância ou um espaço físico impossível e inexistente (mas que aparece numa reconstrução) e que a suposta energia luminosa ou os fótons atravessariam com uma velocidade constante de 300.000 km por segundo.
Lamentável é dizê-lo, mas todas essas aparências, infelizmente, são mentiras e acomodações… Para desgraça nossa e para desgraça de um estudante de ciência, já se vê, todas essas informações pretensamente infalíveis e científicas promanam de uma falsa testemunha, o ego, o qual jura ficar cônscio do Real externo, quando em verdade nunca fica cônscio de coisa alguma, pelo menos não de modo correto, mas só reconhece.
A caro custo ele só lida com reflexos caducos desse mesmo Real, reflexos ou reverberações que nunca pediram ao ego que as interpretasse ou inventasse coisas a respeito delas, revestindo-as. As assim ditas informações que o ego nos obsequia sempre estão ligadas à reconstruções do pensamento.
O ego astuto extrojeta suas reconstruções fantasmagóricas, depois as reveste como bem entende com explicações, e finalmente as recolhe ou as reconhece por meio do conhecimento indireto e indiretíssimo…
Por outro lado, é bom ter em mente que o fantasmagórico ego-pensamento em todos nós nada tem a ver com Consciência Pura, com Conscientizar Perfeito, que também é Luz Verdadeira. Esse falso ente ou ego-fantasma só introduz em tal Luz-Consciência suas trapaças ou trevas epístemo-psicológicas, que se nos apresentam como sendo a fantasmagórica luz física ou até como escuridão.
Essas mesmas trevas, sob a forma de raciocínios ardilosos, acabam nos convencendo de que, de fato, há um observador pensante, aqui, que enxerga a pretensa luz física, lá adiante, movendo-se ou viajando a 300.000 quilômetros por segundo, atravessando espaços ou pretensas distâncias, quando nem espaço, nem tempo, nem velocidade de coisas nenhuma, nem Luz física são possíveis. Aliás, disso nem a astronomia nem o próprio Einstein, com sua Relatividade, se aperceberam.
88) Atrás da hipotética continuidade e constância dos fótons só há contradições e abusos mentais, porque tanto os fótons quanto suas pretensas propriedades e características não passam de pensamento engendrando, discursando e inventando estórias.
Como já disse, esses fantasmas tampouco se movimentam com velocidade constante de 300.000 quilômetros por segundo, como tanto gostava Einstein. Sim, pois, graças a tal pretensa constância invariável da luz pretensamente física, ele implantou a sua Teoria da Relatividade…
As trevas ou a ausência de fótons é tão absurda e ridícula quanto a presença dos supostos fótons. Falar de corpos materiais permanentes, incandescentes, tipo fogueiras, Sol, estrelas, nebulosas, galáxias etc., e que emitiriam energia, fótons, luz, calor etc. e falar de corpos opacos, que absorveriam, refletiriam ou refratariam a luz, é puro discurso interior, fortalecendo engendramentos mentais sobrepostos.
Em outras palavras, todas essas teses científicas ligadas à luz são acomodações intelectuais e perda de Vitalidade por parte do Homem. Não há corpos Luminosos nem Iluminados, mas, pecando com as palavras, sugira-se que há sim contextos autoluminescentes ou Fatos em Si que se renovam de momento a momento.
89) O espelho pretensamente material, refletindo a luz supostamente física e a ausência de luz ou sombras são de fato um dilema….Em face a intemporalidade e impermanência de tudo, em face a insubstancialidade de todas as coisas, em face à total ausência de essência própria, anímica e atômico-material, num “Isto”-(espelho Real) nenhuma imagem virtual de luz e sombras, também instantânea ou impermanente, consegue se projetar.
Em face de uma Verdade Superior, não há espelhos e coisas permanentes. Nenhum espelho autêntico e impermanente conseguiria refletir a imagem especular ou virtual de um suposto ser ou objeto também impermanente que se colocasse à sua frente.
E sem o refletir, ele não será espelho real [ou um ISTO - espelho, Aqui e Agora] e sim será algo mais reconstruído [ou Maya]”.
90) Tudo o que dizemos ser externo e ser material, tudo o que pensamos, isso extrojetamos, concretizamos, graças à execução do ato intencional. E mais, tudo o que aí se reconhece carece de existência própria, carece de substância atômico-material e de essência anímica.
Um pretenso objeto anímico-material é fruto da Lei dos engendramentos ou Lei da Geração Condicionada. Verdadeiramente Incondicionado, porém, é o Absoluto, a Mente Pura, a Consciência-EU, a Autonatureza, o Nirvana, o Reino de Deus, o Deus Vivo, TAO, Brahmán, EU Sou o que Sou, o querido EU, (sinônimos).
Mas se assim é, valendo-nos de pensamentos esdrúxulos, não se e diga que o querido EU é; nem se diga que o querido EU não é; nem se diga que é e que não é; e muito menos se diga que o querido Eu nem é nem não é!…
Silêncio, ego-mente danado!, e Sabe-e-Sente que EU sem ti, livre de tuas opiniões e imposições Sou DEUS VIVO, Sou Vida, Sou o Real Incondicionado, livre do materialismo enganador e da falsa subjetividade ou falsa religiosidade, mas nunca livre do Espírito!
91) E mais, os ensinos de um Grande Mestre sugerem inclusive que no pretenso começo de tudo, no que é temporal ou nas “trevas exteriores, só há choro e ranger de dentes”.
Quem determina que a convergência dos “restos” e das “ressonâncias” de Isto-Sentir resultem na reconstrução de aparências psicofísicas, e principalmente acabem num cérebro aparente e refeito é exatamente a Ignorância Primeva (avidya) no homem. Esta, então, manipular energias caducas (sanskaras) ou pensamentos estruturantes… Estes pensamentos estruturantes ou sanskaras não passam de reflexos ou ressonâncias caducas, liberadas por um Pulsar Autêntico e Primordial…
A Mente Primeva em Manifestação no Homem ainda não decaído também é Amar-Atuar-Saber-Intuir-Sentir-Isto.
Esta Manifestação Agora pulsa e toda pulsação reverbera e libera ressonâncias. Estas viram caducidades, as quais, a Ignorância Primeva (ou inocência perdida do Homem) aproveita e transforma em sanskaras
Estes permutam-se em pensamentos estruturantes e pensamentos discursivos e passarão a forjar e a fundamentar uma falsa entidade chamada ego… Os dois vilões primordiais de toda causalidade sofrida e sofrível, e até de toda casualidade, seriam, pois, uma ignorância-desejo pretensiosa, e depois o pensamento, que é o começo do tempo…
Isto é, a Inocência-SER, indefesa, (ou o Homem Primordial), já sendo algo do ABSOLUTO, Aqui e Agora dando uma volta de 180 graus sobre si mesma, deseja ou pretende conhecer o que não deve e não pode: isto é, o EU, Deus Vivo ou o ABSOLUTO, e aí vira ignorância, ego-pensamento e também vira confusões e multiplicidades externas, conseqüentes da intromissão da ignorância-pensamento primordiual, (ver dodécupla cadeia)...
92) Mesmo que tudo interdependa, os dados de todas as relações interdependentes serão sempre contraditórios.
Por exemplo, se alguém tentar assentar um problema em termos de relações tipo espaço/tempo, velocidade/espaço, massa/peso etc, esse sempre acabará se deparando ou com uma visão contraditória ou com tautologia… (A propósito e repetindo, tautologia corresponde a um círculo filosófico vicioso, a um erro lógico que pretende demonstrar uma tese inconsistente, repetindo-a com palavras diferentes)…
Bem, mas de qual outro modo se poderá afirmar a existência de uma coisa, de uma pretensa entidade qualquer, se as relações que sempre se fazem presentes ou aparecem não devem ou não podem ser levadas em consideração, por contraditórias ou até mesmo por impossíveis?…
Uma entidade (pretensa coisa ou ser) que pudesse se nos apresentar totalmente livre de relações – ou seja, ELA, lá, absolutamente real – não poderia ficar intelectualmente afirmada, assentada, porque nós, pretensos ego-conhecedores também somos irreais, sem essência própria.
Algo só poderá se afirmar como absolutamente Real sempre que não depender do ego-afirmador, e se tal algo for vivenciado num Conhecimento Direto, numa total Comunhão.
Tampouco poderíamos conhecer tal entidade de modo indireto, já que o conhecimento dualista indireto resulta sempre numa relação, ou seja, numa pretensa pessoa pensante, aqui, numa pretensa coisa pensada, lá, e que se relacionariam através dos meios do conhecimento, a propiciar um conhecimento indireto desvirtuador. Mas tudo isso é apenas um reconhecimento enganador. .
E neste último também se faria presente uma relação, que é a pretensa coisa reconhecida pelo suposto ego-reconhecedor).
93) Quando da observação e verificação do pretenso nível microscópico nível molecular, atômico etc. todos os demais sentidos (ou “órgãos sensoriais”) estão excluídos, salvo o enxergar e o pensar (ou mal Ver).
Até agora nenhum pretenso núcleo atômico resolveu traduzir-se ao atomista pensante como sendo constituído de partículas realmente últimas, definitivas e irredutíveis, como a palavra átomo sugere…
Quando um atomista pensante acredita provar que no núcleo de qualquer átomo só estão presentes um número definido de partículas nucleônicas irredutíveis, no final desse mesmo “pesquisar”, para ele sempre aparecerão outras partículas mais, sem que nunca nada se esgote…
Atualmente o átomo virou um micro, micro, micro corda ou barbante a ondular e vibrar.
E se tal “pesquisador-ego” se deparasse com o nada diante dele, com aquilo que ele ignorantemente chama de vácuo absoluto, vazio físico, ele próprio enlouqueceria ou desapareceria da vida refeita.
Assim é, pois enquanto o fantasma-ego-pensante em todos nós persistir, a sua contraparte fantasmagórica, o objeto pensado também persistirá até as últimas conseqüências.
E nesse conhecer indiretíssimo em que só os olhos e o pensamento participam, a falsa micromicro-objetividade irá recuando num delírio perceptual cada vez mais absurdo e enganador.
Alguém tem que parar com essa horrorosa farsa científica de um regresso ininterrupto para o nada, ou com esse progresso absurdo que em verdade é só acúmulo de fantasmagorias.
Isto que se denuncia cabe inclusive para o pretenso átomo de hidrogênio comum, que, aliás, nestas alturas, nem átomo de hidrogênio deveria ser mais chamado. Seu único próton pretensamente rígido e definitivo é uma ilusão, um comprimento de onda. Ou melhor, para a física quântico-ondulatória, tanto o próprio próton como o elétron do hidrogênio transformaram-se numa nuvem objetiva de ilusões…
Difícil é para a pessoa pensante aperceber-se das mentiras que o ego engendra e que vai projetando por sobre do “Isto-Sentir”, as quais mentiras para tal pessoa se apresentam feitas objetos pensados, objetos reais, objetos de análise. Isto é, tudo fantasmagorias feitas de átomos, moléculas, DNAs, células etc. que mais nos prejudicam do que nos ajudam.
94) (Nagarjuna alerta): “Eu escorregaria para o erro se admitisse que meus juízos denunciatórios têm essência própria. Nem o meu nem conceito ou juízo algum têm essência própria. Se nenhuma coisa e ser objetivados têm essência, como é que um julgamento pode ter? E como se poderia apontar erros e enganos para um julgamento ou para uma denúncia, se esta não afirma nada nem se afirma a si mesma? Que engano se pode encontrar numa proposição denunciatória ou alertadora, se de antemão já ficou mais do que evidente de que tanto a denúncia como o objeto denunciado são vazios ou são de pouca importância?”…
(Pior fica quando uma proposição fantasmagórica afirma, prova e impõe uma objetividade fantasma tipo matéria pensada ou alma pensada)… Assim sendo, que objeção se pode levantar contra “aquele” que não busca fazer prevalecer nenhuma proposição? Que erro se pode encontrar nos alertas e denúncias de uma Lógica Extremada e Autofágica, se ela apenas Sente-e-Sabe que todas as matemáticas e geometrias da vida, que todas as ciências, que todas as proposições afirmativas ou negativas, e com elas as coisas e seres, são vazios de essência própria atômico-material e anímica?)