segunda-feira, 5 de abril de 2010

Uma carta antiga do amigo general Moacir Uchoa




Muito Prezado amigo Ernesto Bono
Muitas felicidades para o prezado amigo e sua querida família neste 89. Sob as divinas armas de Cristo e Senhor.
Nos meus atuais 82 anos de idade, jamais cometi falta igual àquela em que me encontro em relação ao prezado amigo.
Eu a explica mas não a justifico. Sou um faltoso!...
É que sou um “campeão” na desorganização; não sou nada metódico e sou muito, muito desarrumado. Costumo dizer “pretenciosamente”, que só tenho arrumação e lógica inexorável naquilo que penso. Isto é, na ordem inexorável das minhas convicções filosóficas, científicas, todas bem arrumadas. E em consequência, minhas convicções religiosas e universalistas, e que coloco acima de qualquer dogma.
Sou super anticomunista e ferrenho anti-marxista. Basta dizer então que, em 1960, na Escola Superior de Guerra (ESG), num relatório que apresentei a um grupo de estudo, juntei Marx com Jesus Cristo.
Dos 35 minutos que tinha para expor, seguidos de 1h e 30m para o debate. Em minha exposição, presentes também estavam dois generais, sendo que um era o próprio comandante da Escola. E este me autorizou que prosseguisse falando. (Acho que eu estava sendo inspirado por um Instrutor Invisível). Finalmente acabou o debate. Falei 2 horas e 5 minutos. Fui aplaudido de pé e fiquei feito uma “vedete” emocionado. Até os generais sentiram-se incômodos em ficarem sentados, e também se levantaram e aplaudiram de pé!...
Meu Caro Ernesto Bono: Antes tarde do nunca, e com um atraso de anos e anos, na balbúrdia dos meus muitos e muitos livros que possuo, só hoje comecei a ler vorazmente o seu trabalho e fui dar-me conta da minha falta para com o amigo.
Sim li seu “É a Ciência uma Nova Religião” ou “Os Perigos dos Dogmas Científicos” com uma dedicatória tão expressiva, feita em 18/4//1983. Passaram-se mais de 5 anos... Mas, como o amigo já sabe, o tempo sendo tudo, na verdade, nada é perante certos valores superiores que o ser humano transmite. E então quero que o inteligente e “o espiritualmente realizado” amigo Ernesto Bono compreenda. Estes 5 anos se foram e estamos no momento presente (e só agora lhe envio) este meu clamoroso agradecimento pela sua dedicatória, e também pelo oferecimento de um livro seu, ou dessa sua magistral obra e que o amigo me presenteou em 18/4/l983...
Fico, pois, paradoxalmente em dia e espero que compreenda e aceite o fato naquele (outro) nível (atemporal) que poucos aceitam, mas que é verdadeiro.
Seu livro joga perfeitamente com tudo o que penso sobre tais assuntos; e chego a dizer que os dogmas científicos (“é a ciência uma religião?”) são mais perigosos que as religiões, pois estão calcados em raciocínios, em mente racional, e para todos os efeitos despertam grandes pretensões (de infalibilidade), ao passo que as religiões em geral são opiniões e crendices que só se ajustam à mediocridade humana. Tudo é pois bem explicável.
Meu caro Dr. Bono pretendo me reabilitar com as desculpas e explicações desta missiva, escrita pela mente e muito mais pelo coração, acrescentando ainda dois livros meu que estou enviando-lhe , os quais vão ser logo postados. Um é de poesias, já aceito pela editora e que será lançado na segunda quinzena de fevereiro de 1989. Aí o amigo encontrará um poema de mais de 700 versos intitulado “Busca”, em que falo firmemente dos assuntos do tema central do seu livro, relacionando-se também com outro livro meu escrito sobre o Cristo. (“Cristo para a Humanidade de Hoje). Este além de religioso é científico, social e político.
Entrementes, estamos ainda numa época de Inquisição, o suficiente para eu ser queimado vivo, dez vezes sucessivas, isto se as cinzas da primeira queima puderem ser necessariamente outra vez queimadas.
Em resumo então:
Tenho muitos livros e sou cosmicamente desorganizado e, apesar da carinhosa solicitude de minha esposa, coisas como essas (confusões) podem acontecer e aconteceram.
Felicito-o pelas palavras de sua obra, e que eu próprio, se tivesse podido, gostaria de ter escrito. De qualquer modo, em termos e veemências, agradeço.
Ainda pediria licença à bela inteligência e ampla cultura do amigo para aconselhar-lhe – se isso couber, se não estou já muito atrasado, dado o meu avanço em idade - a estudar, não superficialmente e com leituras esporádicas, mas com amor, persistência e profundidade, a TEOSOFIA, que. não obstante minha formação matemática, professor catedrático que fui (engenheiro civil) de Mecânica Racional de AMAN (Academia Militar de Agulhas Negras), venho estudando desde os meus 20 anos de idade, depois de, desde os 17 anos haver estudado o Espiritismo de Kardec. E do século passado ter estudado também os grandes cientistas da espíritualidade como William Kroocks, (este já do final do século dezenove), Charles Richet, Camille Flammarion, Cesare Lombroso, Paul Gibier, Oliver Lodge, John Cramferd, Ernesto Bozzano, e tantos outros do princípio do século XX... As idéias de todos esses também estão no meu referido poema “Busca”, e que o amigo lerá. (Digo eu, infelizmente não o li nem recebi tal livro).
Estou me estendendo em demasia, mas desejo ainda terminar dizendo que venho estudando a Teosofia há mais de 60 anos e com mais de 15 anos prévios de pesquisa científicas na área das materializações espirituais efetuadas o com ectoplasma dos médiuns e a inteligência e vontade de seres vindos de outros espaços, ou senão ainda impressões espirituais que ficaram registrados em moldes de cera.
E ultimamente, há bem mais de 20 anos venho, estudando os discos voadores, tendo testemunhado fatos verdadeiramente extraordinários, contatos imediatos do terceiro, quarto e quinto grau, ocorridos até com a troca de diálogos, fatos esses que se encontram registrados em meu livro “Mergulhos no Hiperespaço, livro que talvez o amigo já conheça.
Repito, deixe que a TEOSOFIA, transmitida inicialmente ao nosso mundo pela senhora Helena Petrovna Blavatsky, o influencie. Porque ela, em particular, agora está influenciando a nossa civilização ocidental graças a Mestres Excelsos de Sabedoria Eterna, que conversam com o Cristo Jesus, Senhor das alturas, ou senão graças também a uma Sabedoria que vem do Himalaya, de Shambala ou Terra Oca. Essas correspondem às maiores e melhores mensagens de conhecimento científico, filosófico, religioso-espiritual que o mundo tem recebido do “Altíssimo!”.
Ainda acrescento que o seu livro “É a Ciência uma Nova Religião?” ou “Os Perigos do Dogma Científico supera a essência das Divinas Mensagens da Fraternidade Branca, que até nós chegam, e que também estão aí pela mediação dos Mestres Morya e Kut Humi.
Meus parabéns honrosos, minhas desculpas pela demora da resposta, meus gradecimentos, minha profunda admiração e amizade.
Sempre do seu amigo admirador
GENERAL MOACIR UCHOA.
Brasilia 8 de janeiro de 1989.