segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Magia e Espiritualidade – 03) A Mente Verdadeira ou Espírito não é nem uma Filmadora nem uma Gravadora.

Sabias, amigo, que o drama do mundo moderno, pois além de estar ligado noções esdrúxulas e falsas convicções de espaço-tempo, matéria, energia científica, plasma etc. também reside na enganadora teoria do conhecimento, epistemologia ou gnoseologia vigentes?
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E sabias que esta teoria advém do indevido endeusamento e aceitação passiva das opiniões de Platão, Aristóteles, Bíblia, Tomás de Aquino, Descartes, Kant, Hegel et altri in più, do mundo ocidental,
A ciência fisiológica e a psicologia acadêmica aceitaram e abraçaram essas opiniões prévias de modo completo , porque não tinham capacidade suficiente para elas mesmas surpreenderem outras teses melhores?
E a propósito, haverá coisa mais ridícula do que o psicologismo ou behaviorismo norte-americano?
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Mas o que é epistemologia ou gnoseologia e que resultou em teoria do conhecimento?
Bem, segundo Platão, epistemologia é a arte de o homem bem conhecer o Real suposto externo, ou também a Verdade.
Só que ele estabeleceu uma teoria que finalmente não abrangia o Real em Si, mas apenas, algo aproximado, algo metafísico.
Esse filósofo achou que para captar o Real só era preciso raciocinar bem, quando não é bem assim.
Platão endeusou a lógica-razão humana, como sendo a ferramenta mental mais perfeita que existia para captar ou abranger o Real que era transcendente. Para Platão o Real era as Idéias Divinas.
A lógica-razão platônica, calcada no raciocínio geométrico e matemático – e não no julgamento conceitual, julgamento inferencial e no silogismo aristotélicos), era episteme, e esta epísteme nos permitia captar as Idéias Primevas emanadas pelo próprio Deus em Manifestação.
O homem, de alguma maneira, em sua Mente – e não cérebro fisiológico – encerrava essas mesmas notáveis Idéias Primevas ou arquetípicas... E sua mente tinha que trabalhar corretamente (epísteme) para captar tais idéias primevas.
Para Platão, tudo o que não se enquadrava nesse seu modo de compreender ou epísteme era apenas opinião ou doxa.
Para Platão o que não era Epísteme ou Real no bom sentido da palavra, só podia ser empírico (faz-de-conta) ou doxa (opinião).
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Pois é, amigo, mas todos esses filósofos antes citados e outros mais disseram que o mundo, ou senão que o objeto externo eram reais ou semi-reais, (nunca aparentes e dependentes, como tenho manifestado até aqui).
E que, bem ou mal haviam sido criados por algo ou alguém. E eram suscetíveis de serem conhecidos pelo cérebro do homem, que confundiram com a Mente Primeva.
Tal cérebro estava dotado então de meios do conhecimento ou de órgãos dos sentidos, de nervos sensíveis e de uma capacidade de sentir, de abstrair, de conhecer, perceber ou de fazer psicologismo.
Para os atuais senhores da tecnologia e do torpe conhecimento comum, todos esses meios do conhecimento ou malabarismos cerebrais traduziam as antigas possibilidades psicológicas da mente abstrata, e que a maioria dos filósofos ainda admitiam, ou correspondiam também às possibilidades da alma.
Sucede, porém, que tudo isso, obviamente foi descartado pelos materialistas cientificistas como inútil.
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Esses eliminaram tudo o que era abstrato, sutil, escorregadio, espiritual na mente do homem, ou era assim suposto. E em seu lugar colocaram a pasta-cerebral ou a meleca cerebral com suas pretensas funções ou possibilidades elétrico-físico-química-bioquímicas. A partir daqui tudo se explicava, isto é nada.
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Vejamos então se a humana possibilidade de bem ou mal conhecer é de fato cerebral-fisiológica, como a Ciência impõe a todos, ou se esse fisiologismo é tão-somente mais uma trapaça do grande desconhecido, tanto para os filósofos gregos como para os cientistas modernos. Ou seja, esse grande desconhecido teria dupla função: estrutura (ou forja) e discorre, por isso pode ser chamado pensamento estruturante e pensamento discursivo,com seu respectivo “eu” (ego) aparentemente presente em todos nós.
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Repetindo-me, consideremos o seguinte:
Se os meios do conhecimento – ou os órgãos sensoriais, os nervos aferentes ou sensitivos e o cérebro visto pela ciência – e senão eles, a mente personificada, a falsa alma, o ego cerebral, a consciência comum ou vulgar, o pretenso inconsciente freudiano, o Id, o Super-Ego, o Inconsciente Coletivo, a lógica-razão, a memória-raciocínio-imaginação etc. – forem aceitos sem um devido questionamento. E se não aplicarmos um criticismo sadio em cima dessas possíveis forjações, tais pretensas evidências provadas e explicadas graças ao método científico forçosamente introduzirão um sem fim de arbitrariedades e dogmatismos, como, aliás, há muito tempo ou desde o século XVIII, XIX e XX da era científica, introduziram.
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Se os meios do conhecimento, tais como a ciência, filosofia, psicologia e certas religiões os reconhecem, pudessem preexistir ao modo comum de pensar do homem – cuidado, eles não vêm do passado, nem se afirmam no momento presente e tampouco se prolongam nos infinitos amanhãs. Os meios do conhecimento que o intelecto explica são uma forjação atual, são uma estruturação mentirosa que se superpõe ao Aqui e Agora.
Então como dizia, se os meios do conhecimento ou órgãos sensoriais pudessem preexistir ao julgamento e às conclusões intelectuais capciosas, elementos arbitrários e fatores deturpadores se introduziriam quando da pretensa comprovação e descrição de tais fantasmagóricos meios do conhecimento, como, aliás, já vem acontecendo, por causa do prevalecimento do conhecimento indireto e indiretíssimo do homo-científicus com suas falsas provas.
Num caso assim e antes de tudo – feito um exemplo perfeito, e que deveria ser sempre levado em consideração - é "o de investigar ou de auto-inquirir por que para certas proposições o intelecto em todos nós (ou senão a razão madrasta) exige PROVAS irrefutáveis e para outras proposições, que poderiam comprometer e anular esse mesmo intelecto ou razão , ele, intelecto, as deixa passar ou as ignora, simplesmente?"
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Por que, de modo bem lúcido e honesto, a lógica-razão e seu intelecto, a todo momento, não se pergunta: "’Como consigo perceber, como consigo ficar cônscio disto ou daquilo?’ Como acabo representando e conceituado em meu íntimo o que supostamente vem de fora ou através de pretensos estímulos sensoriais? – ‘Em meu modo de perceber ou conscientizar, eu não sou nem uma filmadora insensível e inerte nem sou uma gravadora de fita cassete, tão torpe como aquela. Tampouco sou um espelho totalmente passivo. Quem sou eu verdadeiramente e como cheguei a me convencer (ego) de que sou o centro de tal percepção, conscientização?’– ‘E o que vem a ser essa pretensa atuação dos meios do conhecimento que me levam a crer que eu (ego) sou eu (SER) , e que o mundo material é outra coisa diferente de mim (ou não- SER) e que ele de fato está fora e está diante de mim (não-SER)?’"
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Como se pode constatar, meus caros amigos, a lógica-razão não somente esconde certos tópicos e questionamentos que poderiam comprometê-la e anulá-la, como também distorce o que bem entende e inclusive inventa e extrojeta as mentiras. Mormente, quando tudo isso a ela convém, porque depois as batizará como provas, como verdades filosóficas, científicas e religiosas…
E mais, se tudo o que a tradição, a filosofia, a religião, a ciência, a psicologia e psiquiatria inventaram a respeito da humana possibilidade de conhecer ou meios do conhecimento fosse absolutamente válido, tais aparências teriam que ser tomadas de modo axiomáticos. Ou seja, seriam válidas em si mesmas e não exigiriam provas.
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Como a própria ciência moderna fez com seus meios do conhecimento, auto-implantados, auto-afirmados por interesses escusos, e que ficam exigindo provas, a torto e a direito, para qualquer outra coisa ou evento. Mas no que diz respeito ao modo de conhecer desses mesmos meios do conhecimento ou percebimento, eles alegam que não é preciso de provas, já que se auto-implantaram e foram transformados em tabus sagrados ou em axiomas.
Mas isso, uma Lógica Extremada e Autofágica, e principalmente o criticismo de um bom cientista e filósofo honesto não podem aceitar.
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O modo de agir ou a maneira de funcionar dos meios do conhecimento científicos não combina com o Perceber, Conscientizar em si.
Não combina com uma Verdade Superior. Não empata com o Conhecimento Direto ou com um Saber-Sentir-Intuir (ou também com o Prajña, jñana etc. dos Sábios orientais)…
Tais meios do conhecimento parecem combinar apenas com as mentirosas colocações do conhecimento indireto e indiretíssimo, que o senso comum e a ciência moderna utilizam a todo momento.Tais meios do conhecimento,só traduzem as opiniões do fisiologista, do neurologista, do psiquiatria, do médico, do psicólogo, do cientista de moda, opiniões essas que geralmente são mal pensar e conceituar.
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Esses meios de distorção sensorial, ou meios científicos de percepção convencional, sacramentados pelo conhecimento vulgar, não têm qualquer ALGO inteligente e sensível por trás, emprestado por alguém (ou seja, uma alma-ego objetivada e obsequiada por um Ele, deus-persona, ou ainda uma semente ego-maldita, inserida pelo Demiurgo).
E se tais pretensos meios do conhecimentos não tem "alma", muito menos funcionarão por puro acaso ou só por causa de reações físico-químico-bioquímicas-elétricas, próprias do cérebro científico. Essas reações em verdade foram inventadas pelos eternos maus pensadores do cientificismo vigente.
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Tampouco tais hipotéticos meios do conhecimento poderiam ser igualados à pretensa luz física que, como alguns dizem, além de iluminar os objetos, iluminaria a si mesma.
Que a pretensa luz deva iluminar-se a si mesma, isso não se assenta como uma necessidade. Aparentemente, os supostos objetos sim que precisam ser iluminados, (malgrado em outro livro de minha autoria (O Fogo Físico e o Fogo Espiritual) deu para ver que não é bem assim).
Os pretensos meios do conhecimento para funcionarem também precisam de algo mais, que longe está de ser mero quimismo cerebral.
Só que a luz não precisa auto-iluminar-se…
Os meios tradicionais do falso conhecimento nem iluminam coisa alguma nem se auto-iluminam.
Só algo impensável e indescritível por trás (isto é, Consciência-EU, o Saber-Sentir-Intuir, Ser Absoluto) é que talvez ilumine tudo sem necessitar igualar-se à própria Luz.
E isso só pode ser o Sentir-Saber-Intuir-Atuar-Amar em todo homem, ou senão o Primevo e mais simples Isto-Sentir, Sentir-Isto. (Sentir=Sujeito verdadeiro, Isto=objeto verdadeiro)
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Todos nós conscientizamos ou percebemos, ou nós apenas “nos tornamos cônscios”?
E para tal pergunta-se: Em última instância, o que vem a ser o já deturpado "tornar-se cônscio de", visto estar calcado no conhecimento indireto e indiretíssimo? Nestes dois acredita-se que o sujeito e o objeto estão separados e que de tal percepção participam os meios vulgares do conhecimento.
Mas melhor do que esses dois é o Conscientizar Autêntico ou a Percepção Pura próprio do Conhecimento Direto, em que não há separatismo entre o Sujeito-Sentir e o Objeto-Isto, ambos reais?
Por que será que a filosofia acadêmica, com quatro palavras ou opiniões gratuitas achou ter traduzido com felicidade esse intrigante "tornar-se cônscio de", quando em verdade estava apenas forjando opiniões fúteis e inventando estórias.
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Sim, pois certos filósofos dizem que perceber é apenas aquela capacidade que a mente (no caso o cérebro) tem de, tendo recebido um estímulo externo, desde fora ou pretenso mundo, forjar uma representação cerebral correspondente ao dado externo e depois ficar conceituando ou raciocinando a respeito. (Como se isso fosse a coisa mais simples do mundo).
Ou também seria como se o cérebro ou a mente instantaneamente pintasse em seu íntimo um quadro vivo de um pressuposto panorama externo equivalente e depois discorresse a respeito, criando vida interior e dando vida ao que está fora…
Mas minha gente, mesmo que o perceber vulgar ou "o tornar-se cônscio de" fosse assim tão banal, mesmo assim atrás dessa pretensa representação cerebral (ou mental?) e atrás da conceituação, (ou simplesmente atrás das intromissões dos pensamentos estruturantes e discursivos) haveria ainda todo um infinito de enigmas e de mistérios que em absoluto ficaram esclarecidos e decifrados.
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Amigos, entendam, a Percepção Verdadeira é aquele princípio vital ou secreto que em última instância é Existência em si, é SER em si, é Consciência-Mente em si.
É esse Princípio (ou EU-ELE) quem dá razão de ser e dá significado àquilo que dizemos Saber-Sentir-Intuir, ou também acreditamos ver, ouvir, tocar, observar, constatar, presenciar dentro e fora de nós, ou mesmo percebemos sem o "nós-ego".
Isso tudo, meus amigos, nada tem a ver com o torpe fisiologismo e bioquimismo cerebral, invencionices e forjações sempre posteriores ou temporais do pensamento vulgar…
Lastimavelmente, a ciência fisiológico-acadêmica desde o século XIX vem encarando a mente humana como se fosse um mero espelho, onde as imagens do mundo externo ficariam registradas passivamente e isso se permutaria num "ficar cônscio de" como se se tratasse de um mero epi-fenômeno inexplicável.
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Ou senão, os neurólogos e fisiólogos científicos ainda confundem o perceber do homem com meros registros de máquinas fotográficas e cinematográficas (e atualmente filmadoras de TV-vídeo), ou com o registrar de sons, próprio de uma gravadora de disco, fitacassete etc.
Só que aparentemente uma máquina fotográfica ou cinematográfica registra numa película sensível uma pretensa ocorrência externa, em seus aspectos de luz e sombra, e fica por isso mesmo, nada sentindo, nada se apercebendo, nada se comovendo, nada se instruindo e nada comunicando ou ensinando. Tudo o que ele aparentemente faz a mando do homem pensante fica completamente morto, sem significado, sem sentido.
As câmaras de filmes e vídeo para terem significado e começarem a funcionar precisam do homem, e para supostamente revelar o que fizeram precisam também da inteligência, vontade e da mente do homem. Essas filmadoras a modo de dizer são excelentes, mas são totalmente burras e torpes, porquanto sempre precisam do homem que as faça funcionar, as torne significativas e ele interprete o que elas supostamente fizeram e captaram. Esses ridículos aparelhos da arrogância científica não são absolutamente nada sem o pensamento humano e sem um cientista bobo por trás. (Isto já está escrito em livro inédito “O Fogo Físico e o Fogo espiritual”
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Com uma registradora de sons ou gravadora de fita, disco, CD acontece a mesma coisa. Ou seja, pretensos comprimentos de ondas sonoras são registradas na fita cassete ou na fita do gravador, no CD, no disco e ficam por isso mesmo, tudo morto e sem significado.
Nesses torpes registros não há compreensão em si, não há consciência, não há emoções, entendimento, enlevos, irritações, explosões emocionais positivas ou negativas. Só há um pressuposto registro que o homem tem que ativar para que se torne significativo, emotivo, sempre que o homem interprete tudo isso, com inteligência e sensibilidade.
Portanto, meus amigos, as tais filmadoras e gravadoras são uma torpeza total e nada tem a ver com a Mente verdadeira e pura, ou até mesmo com a mente ego-personificada, tanto faz, e que supostamente recebem esses estímulos de fora para dentro (sensorialidade vulgar) ou liberam Vida, de dentro para fora, (Saber-Sentir-Intuir).
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A mente, por meio dos órgãos sensoriais ou não, dá a adequada interpretação e dá um significado ou uma importância, àquilo que parece ser vitalmente externo ou interno.
A Mente Totalmente Pura ou Consciência ou até mesmo a mente ego-personificada, tanto faz, suscitam transformações psicológicas e intelectuais, provocam exaltações, depressões, enlevos, apegos, rechaços, carinhos, ódios, amor, bem estar, mal estar, arrebatamento, decaimento, desespero, alegria, etc. etc. E todos esses fantásticos aspectos da autêntica percepção humana – nunca peptídeos de merda – poderiam estar, quem sabe, restritos a meros comprimentos de ondas sonoros, a fótons ou energia luminosa e a energias físico-químico-cerebrais como diz a ignorância científica totalmente empafiada?
Ora, não me façam rir que vou chorar!…Sim, pois eu sempre choro por nada.
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Amigo pergunto-te, desde quando uma máquina burra e torpe, como uma filmadora, uma gravadora ou como um computador etc. tem capacidade de suscitar todas essas riquezas da percepção mental, não importa se aí está um mero e limitado "tornar-se cônscio de", aparentemente fisiológico, ou se no lugar disso há um Conscientizar Perfeito, um Perceber Autêntico do Conhecimento Direto?
Amigo, o Perceber, o Conscientizar, "o tornar-se cônscio de", e que não há química nem bioquímica cerebral que explique, é a atividade íntima mais importante de qualquer ser vivo, e principalmente da vida humana, da mente, do coração e até mesmo do cérebro, mero relê intermediário, porquanto sem esse Conscientizar ou Perceber altamente emotivo e significativo, nossa vida não seria absolutamente nada, como absolutamente nada são os pretensos registros mortos de uma filmadora, de uma gravadora, de um computador, os quais jamais haverão de conquistar o status ou caráter da condição hominal e muito menos a humana possibilidade de mal pensar e perceber distorcidamente, ou senão e melhor do que isso, a humana possibilidade de Conhecer Diretamente e com perfeição.
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Em meu livro É a Ciência uma Nova Religião? Reproduzo um curto trecho do grande cientista e astrônomo sir. Arthur S. Eddintong que diz (Ver Reality, Causation, Science and Mysticism): "...As leis do pensamento não podem ser assimiladas às leis naturais; são leis que deveriam ser obedecidas, e não leis que forçosamente tem de ser obedecidas; e o físico é obrigado a aceitar as leis do pensamento antes de poder aceitar uma lei pretensamente natural. "
Nesse mesmo meu livro, também reproduzo outro trecho similar de A N Whitehead , (prêmio Nobel de física e matemática) e que em seu livro Science and the Modern World escreveu: “...Porém ao apreender (na captação sensorial, de fora para dentro), a mente experimenta também sensações que, em rigor são unicamente qualidades dela mesma. A mente projeta essas sensações de modo tal a revestir os corpos adequados que se encontram na Natureza externa. Assim, percebemos os corpos como se possuíssem qualidades que em verdade não lhes pertencem, qualidades que são, de fato, pura criação da mente humana. Assim, a Natureza ganha um prestígio , que em verdade deveríamos reservar para nós mesmos: a rosa por seu perfume, o rouxinol por seu canto e o sol por seu esplendor. Os poetas enganaram-se invertendo as coisas. Deveriam dirigir suas poesias a si mesmos, e deveriam convertê-las em odes de felicitação pela excelência da mente humana. Em verdade a Natureza é coisa triste, pois não tem sons, nem cheiros, nem cores, nem sensações substanciais; a natureza é apenas um rodar apressado de comprimentos de onda, de energia-matéria, matéria-energia, sem fim e sem sentido…"
"...A própria realidade perdeu-se pelas exigências da pesquisa. Primeiramente rechaçamos a mente como fabricante de ilusões, no final, temos de voltar a ela para dizer-lhe: ‘Mente, eis aqui mundos solidamente edificados sobre uma base mais firme que as tua fantásticas ilusões. Porém, neles nada há que faça com que os mesmos se transformem em mundos verdadeiramente existentes. Ó mente, faz-me o favor de escolher um deles e tecer sobre o mesmo as imagens de tua fantasia, porque somente isso lhes dará significado e realidade, (e isso é Perceber, Conscientizar)… "
"Sim, amigos, suprimimos as imagens mentais com a finalidade de descobrir a REALIDADE escondida sob as mesmas, porém, encontramos que o descoberto, aí, é somente Real se existe o poder mental que dá realidade a tais imagens. Isso acontece, precisamente, porque a mente que tece as ilusões é, ao mesmo tempo, única que dá garantia à Realidade, e teremos sempre de buscar a realidade sob a ilusões do pensamento."
. (Reality, Causation, Science and Mysticism, Arthur S Eddington).

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