quarta-feira, 13 de maio de 2009

Política e História - 5) O Brasil de todos nós: Raposa Serra do Sol


Este notável artigo foi escrito em 29.04.2009 por Zelite Andrade Carneiro, cidadã brasileira e emérita juíza do Estado de Roraima. Peço a ela a licença para reproduzir o artigo em questão e incluí-lo no Blog em que também escrevo, porque a mensagem de Zelite tem que ser espalhada pelo Brasil inteiro. Também peço a ela desculpas por pequeníssimas modificações (simplificações), que em nada modificaram o espírito de tão magnífico ensaio. (Há pequenos acréscimos entre parênteses).
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O tom de hoje contém uma única nota. O ritmo embala as profecias do sertanista Orlando Villas Boas. Talvez a crônica de uma só frase demonstre o retrato dos conflitos criados no Território de Roraima. Ou, quem sabe, (algumas figuras nefastas de) nossa “pátria amada” estejam transformando os seus filhos, que há décadas habitam na reserva Raposa Serra do Sol, em estranhos, em grileiros e estrangeiros dentro de sua própria casa (ou dentro de sua própria terra). Villas Boas, pouco antes de sua morte em 2002, previu que, dentro de alguns anos, o país acabaria entendendo o significado da presença de milhares de ONGs (Organizações não-Governamentais) espalhadas nas ermas (ou desabitadas) terras indígenas.
Ele alertou que o Brasil seria ridicularizado por países estrangeiros, por grandes empresas, igrejas, por ambientalistas e cientistas, todos na ânsia de internacionalizar a Amazônia, (isto é, entregá-la a estrangeiros).
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Na sua linha de pensamento, Villas Boas disse que a orquestra seria regida no tom da incompetência do Brasil para cuidar da nossa Amazônia. Villas Boas foi além disso, em seus discursos foi categórico ao afirmar que um “tsunami” (ou um furacão) estava por vir, quando alguns índios de destaque e de diversas etnias da região, (às custas de estrangeiros canalhas), fossem para América do Norte, por certo tempo, e voltassem falando inglês, (passando a ignorar como um todo o Brasil onde nasceram) e possuídos pela política (sem vergonha do entreguismo). O estopim, apontado por Orlando Villas Boas, era o conflito nas terras de Roraima (localizada nas fronteiras com a Venezuela e a Guiana Inglesa) e também um pedido dos índios Ianomâmis (índios inventados por certos estrangeiros safados) para se desmembrarem do Brasil, tendo a Organização das Nações Unidas (ONU) como tutora.A complexidade do caso está na escolha de um único lado, (o de certos índios em busca de emancipação) e também da divisão em castas (indígenas) privilegiadas.
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Como definir aí quem é brasileiro de verdade? Como alegar pretensas legitimidades dos índios e dos não-índios? Não se trata apenas de mais um conflito entre índios e arrozeiros; estamos falando de um assunto de interesse nacional. O governo ofereceu aos 17 mil índios da Raposa Serra do Sol, de etnias diferentes, uma área contínua de 1,7 milhão de hectares. Hoje o Brasil tem aproximadamente 600 terras indígenas com 227 povos, chegando todos eles ao total de 480 mil habitantes. No caso, esses indígenas ocupam 27% da área amazônica legal, que inclui os Estados de Tocantins, Mato Grosso, Roraima, Rondônia, Pará, Amapá, Acre e Amazonas.
De acordo com o general do exército Augusto Heleno de Freitas, especialista em Amazônia, a fantástica (e sem vergonha) cobiça internacional não se manifesta em ações claras, mas em atuações dissimuladas e pouco transparentes. “Fica difícil entender por que um número miserável ou pouquíssimas ONGs dedicam-se a socorrer a população nordestina, enquanto centenas delas (e por que não milhares delas) trabalham junto às populações indígenas”, afirmou o general Heleno em entrevista ao programa “Canal Livre”, da Bandeirante - em abril de 2008. Declarações de especialistas em Amazônia, como o general Heleno, demonstram que o enfoque dos 10 ministros e a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 18 de março, em manter a demarcação em faixa contínua da reserva Raposa Serra do Sol, evidencia a vulnerabilidade do Brasil, diante de interesses externos, embora, tenho a absoluta certeza que o julgamento do STF não tenha tido esse propósito.
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O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, disse que o resultado do julgamento servirá como parâmetro para outras demarcações em fronteiras com a participação do Estado. “O desenho sobre o novo estatuto para a terra indígena valerá para o caso Raposa Serra do Sol e também balizará as questões em andamento". Por 10 votos a um, o Supremo manteve a demarcação continua da reserva, (onde alguns índios, influenciados por estrangeiros, mandariam como senhores únicos e absolutos. Brasileiros nesse local teriam que se mudar ou não seriam admitidos). Apenas o ministro Marco Aurélio de Mello foi contra a decisão, por acreditar que o processo de demarcação presume a participação de diversos interessados. Durante as seis horas de leitura das 120 páginas do seu voto, o ministro sugeriu que o processo fosse extinto. Apontou falhas na ação, alegando omissões de averiguação pelo STF no processo da demarcação. O ministro foi além, dizendo que foi desobedecida a legislação, ao não serem ouvidas todas as partes envolvidas.
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Compreendo o voto do ministro como a tradução de um olhar humano diante da situação caótica provocada pela demarcação. O ministro foi leal aos seus princípios e desafiou os interesses (escusos) envolvidos no caso. Ele fez sua parte, mas o fogo na floresta não foi contido; mesmo assim, sua ideologia permaneceu no seu voto, com fundamentos jurídicos e humanistas.O artigo de Aldo Rabelo, deputado federal pelo PCdoB-SP, intitulado “O erro em Roraima”, ironiza, dizendo que até as pedras sabiam que o Supremo iria agredir a formação social brasileira, ao expulsar os não-índios. “{...} A decisão correta a tomar era acomodar os direitos de índios (incluindo os que são contra a demarcação da reserva em área contínua e apoiam a presença de arrozeiros) e de outros brasileiros que lá se estabeleceram, no modelo secular de ocupação do território. (É um equívoco achar) que os nordestinos, que os goianos e gaúchos que arribam para a Amazônia repetem a epopeia dos bandeirantes. A presença deles não significa um esbulho dos direitos indígenas. Até as pedras sabiam que nesses conflitos intestinos não pode haver derrotados, e só se admite um vencedor: a Nação e os interesses permanentes de seu povo”. (Coisa que a meu entender, os nobres senhores do STF não levaram em conta. Mas antes deles, Fernando Henrique e Lula também não levaram).
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Quando falamos da retirada dos não-índios, falamos de pessoas que ali nasceram e construíram os seus sonhos, suas vidas e depositaram um mar de esperanças em dias melhores. Esses brasileiros são vítimas da ausência do Estado e da falta de projetos sustentáveis. São pessoas com mais de 90 anos, brasileiros que desbravaram a Amazônia e hoje são expulsos das suas casas sem explicação concreta. Tal atitude reflete gritante dualismo, pois, se de um lado emergimos de um conceito de independência e imparcialidade em face dos índios, de outro é preciso que se conclua que não sabemos gerenciar a situação dos não-índios que habitam naquelas terras e sempre conviveram de forma fraternal com os povos indígenas. A disputa por uma fatia farta da Amazônia faz com que os interesses externos estrangulem o potencial brasileiro e causem desunião entre o seu povo multiétnico.
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Vivemos num país democrático, mas acabamos surpreendidos com armadilhas provocadas por interesses escusos. Para o sociólogo Demétrio Magnoli, no artigo “Roraima é aqui”, o caminho traçado pela demarcação contínua será maculado por recurso de violência entre os índios e os não-índios. Ele salienta que a criação de uma nação indígena em Roraima levanta questões importantes quanto à demarcação contínua na reserva, e à permanência, do lado de dentro, das ONGs internacionais, dos missionários (sem escrúpulos) e de índios “globalizados” . Pode haver no Brasil ‘nações indígenas’ distintas da nação brasileira? A pergunta parece carecer de sentido, pois, de fato, na natureza não existem nações, países, como existem rios e montanhas, mas esses são inventadas na esfera da política. Os índios ‘originais’ não podem ser restaurados, mas debaixo dos escombros da idéia da nação índigena única, é sempre possível inventar ‘nações indígenas’ pós-modernas, financiadas por instituições estrangeiras multilaterais e lideradas por coalizões de ativistas bem conectados e índios globalizados”.
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Não precisamos ir muito longe para enxergar o caos provocado por interesses internacionais. Como presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, pude conhecer a realidade da reserva indígena Karitiana, localizada a 100 quilômetros de Porto Velho. Fiquei convencida dos estragos causados por ONGs que usufruíram da influência internacional para abrir o cerco para a biopirataria, entre outros crimes. Também pude ver que os índios estão sendo beneficiados com a modernidade do nosso século. Na aldeia, existem geladeira, televisão, rádio e inúmeros aparelhos eletrônicos. Hoje os índios estão aculturados (ou estão se esquecendo das tradições de seu passado) e usufruem dos benefícios da cultura dos não-índios. Em algumas horas de conversas com o cacique da aldeia central, Antônio Karitiana, ouvi relato de que inúmeras organizações estiveram lá e colheram sangue dos indígenas, sob a condição de trazer remédios para a tribo. Enfurecido, o cacique alega que a promessa nunca foi cumprida, e, por isso, nenhuma ONG tem permissão para entrar na reserva Karitiana. No dia 21 de junho de 2007, o jornal “New York Times” publicou uma reportagem denunciando a venda de sangue e DNA dos Karitianas por uma empresa americana.
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Logo após a minha primeira visita à aldeia, os índios fizeram um pedido de doação de computadores para a comunidade. No dia da entrega da doação, o administrador da Associação Karitiana, Renato Karitiana, ressaltou que os computadores doados pelo Judiciário de Rondônia vão levar a inclusão digital para a comunidade: “Os computadores chegaram em boa hora. Vamos utilizá-los para organizar os documentos que contam nossa história e também fazer com que os nossos índios se tornem globalizados". A doação ganhou repercussão nacional e me fez refletir sobre a visão e a missão do Judiciário em oferecer à sociedade acesso de qualidade à Justiça, solucionando conflitos com rapidez e garantindo a paz social. Estou convencida da dívida com a nossa história indígena, mas não posso calar-me diante da violência que está sendo articulada contra brasileiros dentro do seu território. Sinto a mesma indignação causada pelo crime contra os índios Karitianas. Posso afirmar que os não-índios da Raposa Serra do Sol são tão brasileiros quanto os índios Karitianas. Posso dizer que os moradores de Roraima atingidos pela decisão judiciária estão marcados por toda vida. Sou roraimense nascida na região do rio Cotingo, hoje Raposa Serra do Sol, e lá construí os meus sonhos, constituí família e idealizei um Estado promissor. Amo minha terra, minha gente e demonstro, neste momento, minha indignação diante dos fatos ocorridos.
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Não seria necessário um provimento judicial, mas um gerenciamento oportuno, imparcial e preventivo. Nossos índios são aculturados. Sinto saudade daquela época em que índios e não-índios dividiam, em plena harmonia, o mesmo espaço, o mesmo ar e a mesma terra. (Digo eu, nos Estados Unidos e Canadá nada de territórios com demarcação contínua foram criados para os índios de lá. E como é que estrangeiros vem nos impingir essa conduta e alguns daqui mesmo a aceitaram e a sacramentaram?). Muitas famílias já deixaram o local e hoje estão na cidade perdidas em tristeza. O STF é guardião da Constituição Federal. Sua decisão deve ser respeitada, e a ela nos curvamos, embora com o coração destruído. Termina no dia 30 de abril o prazo final para a retirada dos arrozeiros e fazendeiros da Raposa Serra do Sol.O cerco está fechado!O arroz não está pronto para colheita. Seria oportuno um prazo maior do que o estipulado na decisão. Todos os investimentos serão perdidos? São mais de 15 mil cabeças de gado pelos pastos da reserva! E a pergunta crucial é: Para onde vão todas as pessoas?São questões que atormentam os proprietários e todos os cidadãos brasileiros. É justo?
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Arrozeiros ainda resistem a deixar reserva indígena
Líder Quartiero não começou sequer a transportar o gado que cria em pastagens dentro do território
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O Notável jornalista Roldão Arruda de Boa Vista, escreveu o artigo em questão e o publicou muito oportunamente em 26.04.2009. Peço a licença a ele para reproduzir seu texto em meu Blog para promover ainda mais o que ele diz e escreve. Que o autor me desculpe alguns pequenos ajeitamentos, entre parênteses.
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O clima em Roraima é de expectativa. Vence na quinta-feira (07.05.2009) o prazo dado no mês passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que todos os moradores não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (como se não fossem brasileiros. Mas onde esrtavam os senhores do STF?) deixem a área pacificamente. Até ontem, porém, grandes fazendeiros que ali plantam arroz não haviam conseguido retirar todas as máquinas, equipamentos e outros pertences de suas fazendas. A Polícia Federal e a Força de Segurança Nacional, que estão de prontidão na região, com um contingente de 140 homens, recebem amanhã um reforço de mais 160 policiais. (Para eventualmente combater estrangeiros invasores, sic.).
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Na sexta-feira, se os fazendeiros não tiverem saído, deve começar a retirada forçada, de acordo com o superintendente da PF na região, José Maria Fonseca. Consultado pelo Estado, o Comando Militar da Amazônia disse que poderá ajudar na operação, se houver solicitação do governo. Até ontem, porém, a ajuda não tinha sido pedida. (E o senhor governador do estado de Roraima, onde está?) É pouco provável que os fazendeiros saiam no prazo determinado. Um deles, Paulo Cesar Quartiero, não começou sequer a transportar o gado que cria em pastagens dentro da terra indígena. Estima-se que o rebanho tenha 5 mil cabeças. Por outro lado, na sexta-feira ele ainda mantinha máquinas operando no campo, finalizando a colheita de sua última safra de arroz. Quartiero diz que procura um lugar para levar o gado. Mas insiste que o prazo dado pelo STF foi curto demais. Também acusa autoridades federais e estaduais de não darem apoio aos fazendeiros, abandonando-os à própria sorte. (Desculpém, mas essas autoridades parece que ficaram imbecilizadas).
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Quartiero é o maior produtor de arroz de Roraima e o que se encontra em pior situação, pois não tem outras áreas de plantio fora da reserva. Segundo o fazendeiro Ivo Barili, que retirou na sexta-feira à tarde a última carga de arroz de sua fazenda, os arrozeiros estão sendo tratados como bandidos. (VERGONHA, VERGONHA!)
"Trabalhei 20 anos nestas terras, comprando máquinas, investindo na melhoria do solo, criando empregos, e agora estou sendo escorraçado como se fosse um marginal", (ou um mafioso), afirma. Os equipamentos e maquinários de Quartiero, Barili e outros produtores de arroz estão sendo levados para o distrito industrial da capital, Boa Vista - onde beneficiam, estocam, empacotam e negociam o produto, vendido principalmente para supermercados de Manaus, no Amazonas.
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Alguns pátios daquela área estão lotados e cercados de incertezas - as máquinas não podem permanecer por muito tempo a céu aberto e sem manutenção, correndo o risco de estragarem, mas ainda não se sabe o que será feito delas. (E se estragarem, que mal tem? Os brasileiros são milionários e estão dormindo em berço esplêndido, como de costume, além de assistirem novelas e futebol). Sente-se por toda parte uma tentação à resistência. Ela é perceptível sobretudo nas críticas ao STF, que validou a demarcação em área contínua do 1,7 milhão de hectares da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, onde vivem cerca de 20 mil índios, de 5 etnias.
Para os arrozeiros e pequenos produtores que viviam ali, as áreas que eles ocupavam não totalizam 25 mil hectares, e poderiam ter sido mantidas, mas não foram.
A decisão de demarcar em área contínua foi tomada em 1998, no governo Fernando Henrique Cardoso, e homologada em 2005, por Luiz Inácio Lula da Silva. (O que esses dois fizeram com a nação brasileira? Se ingleses, americanos, franceses, japoneses etc. tomarem contem desse pretenso território - Raposo Serra do Sol - depois não se queixem).
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Os arrozeiros contestaram os atos presidenciais na Justiça por quase quatro anos, até que no mês passado eles foram validados pelo Supremo. Políticos da região ajudam a alimentar a polêmica. O deputado Márcio Junqueira (DEM-RR) tem dito que a retirada não pode ser completada se as autoridades federais não garantirem condições para os produtores se instalarem em outras áreas. Ele está ouvindo as pessoas que já deixaram a terra indígena, procurando sobretudo encontrar irregularidades nos processos. O encarregado legal de conduzir a desocupação, o juiz Jair Meguerian, presidente do Tribunal Federal da 1ª Região, negocia com o governo novas acomodações para os pequenos produtores, que se enquadram nos moldes de assentamentos da reforma agrária. Para os grandes produtores, porém, não foi encontrada nenhuma solução. (Claro, eles são pestilentos, são mafiosos e não são brasileiros, sic. Os índios falando inglês e que tanto queriam a criação do território em demarcação contínua, daqui em diante não vão querer saber de brasileiros em Raposa Serra do Sol, mas por conveniêrncia vão exigir os benefícios que a Nação Brasileira vai dar a eles. Sic).
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Mário Junqueira propôs e conseguiu a aprovação da Câmara para a criação de uma comissão parlamentar que terá a tarefa de acompanhar a desintrusão da Raposa Serra Sol. Além de Junqueira, já chegaram a Boa Vista o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) e os senadores Augusto Botelho (PT-RR) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que também vão acompanhar as operações.Na semana passada, também esteve na região o deputado Aldo Rebelo, que foi um dos mais destacados defensores da permanência de não-indígenas na Raposa Serra do Sol.
"Ele é um aliado importante e confiável", diz Quartiero, selando uma parceria aparentemente impossível entre um político pertencente a um partido comunista e um grande fazendeiro. Outro sinal da tentação à resistência foi uma ação protocolada na semana passada, novamente no Supremo, contestando a retirada dos não-indígenas, sob a alegação de que o governo não cumpriu a tarefa de destinar novas áreas para eles. O advogado que apresentou a ação é um dos que já defenderam os arrozeiros em ações anteriores. Agora, porém, representa pequenos produtores, insatisfeitos com os acordos que já assinaram com o governo.
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Deputados pedem ao STF regras para saída. --- Parlamentares irão ao Supremo para definir saída de não-indígenas
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Em 28/04/2009 o jornal Estado de São Paulo, muito a propósito, publicou um artigo de Roldão Arruda, e eu peço a ele a permissão para incluir seu artigo no Blog em que escrevo porque é muito oportuno e profundamente informativo.
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Os deputados da comissão externa criada para acompanhar a desocupação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol devem apresentar hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma série de solicitações para tentar evitar conflitos e prejuízos na retirada dos não-indígenas da área. No dia 25 do mês passado, após o julgamento que definiu, por 10 votos a 1, que a demarcação daquela terra seria em área contínua, o ministro relator Carlos Ayres Britto deu prazo até a próxima quinta-feira para a saída voluntária de todos os não-indígenas. Depois disso eles poderiam ser retirados de maneira forçada. Uma das solicitações dos deputados, feita por Fernando Gabeira (PV-RJ), é o alongamento do prazo de saída para os moradores com mais de 80 anos. Outra, de autoria de Marcio Junqueira (DEM-RR), permite que os produtores de arroz concluam a colheita da safra atual, o que exigiria cerca de vinte dias além do prazo determinado. Também será feito relato sobre as dificuldades para a retirada do gado: calcula-se que oito mil cabeças não serão removidas a tempo.
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"Estou surpreso e preocupado, porque ninguém sabe ainda para onde será levado esse gado", disse Gabeira. Os deputados pretendem se reunir hoje, em Brasília, com o desembargador Jair Meguerian, presidente do Tribunal Federal da 1ª Região, encarregado pelo STF de coordenar a desocupação, para apresentar as solicitações. Ontem, em Boa Vista, eles se reuniram com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto de Terras de Roraima (Iteraima), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Polícia Federal - instituições envolvidas na tarefa de desocupação da terra indígena.
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"Em duas fazendas há um total de 500 hectares de arroz que está em fase final de maturação, a uns dez dias da colheita", disse Junqueira. "Não é possível que as autoridades ignorem isso e deixem o arroz estragar. E é isso que vai acontecer se os produtores saírem na quinta, levando as máquinas colheitadeiras. A Conab não terá equipamento nem condições para colher o arroz." Para os deputados, a retirada dos não-indígenas está cheia de falhas. Gabeira observou que os produtores rurais não se prepararam para sair porque, até o último momento, acreditavam que poderiam vencer o julgamento no STF. Do outro lado, o governo também aguardou até a última hora para começar a tomar providências que facilitassem a retirada dos não-indígenas. Nos encontros de ontem o clima foi amistoso
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Representantes do governo garantiram aos deputados que não haverá violência na retirada dos não-indígenas e que cada caso será analisado de forma particular. Mesmo assim, o deputado Junqueiro, que sempre se opôs à demarcação em terra contínua, disse que solicitará na Câmara a presença de um deputado da Comissão de Direitos Humanos para acompanhar a retirada forçada, a partir de sexta-feira. Os deputados receberam um relatório feito por instituições que apontou a existência de 52 não-indígenas ocupantes de terras na Raposa Serra do Sol, com um total de 63 imóveis. Desse total, segundo o relatório, 47 já acertaram sua mudança para assentamentos da reforma agrária (para os casos de até 100 hectares), casas em Boa Vista, lotes urbanos ou áreas de regularização fundiária (para os casos de até 1.500 hectares
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Exército deve "pedir licença" para atuar em reserva, diz líder (índio Dionito José de Souza?
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A “Agência Brasil” em 29 de abril de 2009 publicou a seguinte informação, e eu peço a licença para reproduzi-la no Blog em que escrevo, porque é muito oportuna ao Brasil e ao tema geral que estou tratando.
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As terras indígenas são de propriedade da União, com usufruto dos índios.
Não há qualquer impedimento legal para que as Forças Armadas atuem em seus limites.
Esse aspecto foi enfatizado com insistência pela Advocacia-Geral da União (AGU) e por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento que selou a demarcação em faixa contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.
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A principal liderança indígena do Estado, no entanto, acredita que o Exército precisa comunicar previamente às comunidades de Raposa Serra do Sol antes de fazer qualquer operação na área, de 1,7 milhão de hectares.
"Nós estamos na nossa casa (que já não é Brasil nem o Estado de Roraima). Então, por que (as Forças Armadas do Brasil) não podem pedir licença para nós?
Se eu for falar com um coronel num quartel, desde a entrada eu serei investigado. Dizer que (o exército) entre na hora que quiser é sacanagem e falta de respeito. (Mas onde foi para o Brasil, a terra de todos?) Tem que avisar e informar as comunidades", comparou o coordenador-geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Dionito José de Souza.
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"Se o Exército, a polícia ou qualquer organização for trabalhar nas áreas indígenas, tem que comunicar aos índios (que até ontem eram brasileiros) para eles ficarem sabendo o que está acontecendo. Não é nada demais comunicar aos tuxauas (caciques) o que esses vão fazer na Raposa Serra do Sol", acrescentou.
O argumento de que terras indígenas em áreas de fronteira comprometem a segurança nacional foi usado recorrentemente pelos setores contrários à demarcação contínua da Raposa Serra do Sol.
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Outro ponto de discórdia dos índios (ou de alguns índios safados) em relação à decisão do STF foi a proibição da cobrança de pedágio para o acesso de brancos à terra indígena.
Os índios queriam explorar turisticamente o Lago Caracaranã, a 166 km de Boa Vista, que conta com uma praia de água doce e cristalina e é considerada um dos pontos mais belos do Estado de Roraima, (e que agora é território indígena Raposa Serra do Sol, com demarcação contínua.
A idéia seria permitir a visitação dos brancos (ou brasileiros e estrangeiros) ao local mediante cobrança de taxas, que seriam revertidas para a comunidade.
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"Se não for possível explorar assim, (diz Dionito), vamos fechar e deixar o lago só para uso dos índios mesmo. Não vamos abrir para brancos (brasileiros) sem receber nada", disse Dionito. Em relação às organizações não-governamentais nacionais e estrangeiras que trabalham com as comunidades, o líder indígena garantiu que passarão por um controle rigoroso. (Mentira total, porque o tal Dionito fala como fala porque há forças estrangeiras garantindo o que ele diz).
"Para comparecer lá (na Raposa Serra do Sol), qualquer ONG que aparecer vai ter que ser reconhecida pela Funai (Fundação Nacional do Índio – mas esta Funai é brasileiro ou o que é?), pela Polícia Federal (mas de qual país?) e pelas comunidades indígenas de Raposa Serra do Sol, a fim de conhecerem o seu trabalho.
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Os povos indígenas é que vão liberar uma autorização. Se o objetivo da ONG for dividir os povos, não vai entrar lá." (Outra mentira salafrária. Muito em breve tal território poderá ser encampado pela Guiana. Tomara que isso seja delírio meu).
Na Raposa Serra do Sol vivem aproximadamente 18 mil índios das etnias Macuxi, Wapichana, Patamona, Ingaricó e Taurepang. As duas principais organizações indígenas da região são o CIR e a Sociedade dos Índios Unidos em Defesa de Roraima (Sodiu-RR), que freqüentemente têm opiniões conflitantes.
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A Agência Brasil procurou pelos dirigentes da Sodiu-RR, mas não conseguiu localizá-los. Na sede da associação, em Boa Vista, a informação foi de que estavam dentro da reserva, envolvidos em uma eleição da entidade.
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Os maiores adversários são brasileiros
Escrito por Carlos Chagas 13.12.2008 .
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Vivemos uma democracia, felizmente para todos nós, em geral, mas numa democracia particular para o presidente da Funai, Márcio Meira.
Cada um pode pensar e sustentar as idéias que quiser, sem medo de ser punido.
Vivêssemos na Idade Média ou até nos anos de chumbo do Estado Novo, ou da “gloriosa” (1964), e o singular amanuense teria cassada sua cidadania, porque brasileiro ele não é.
Declarou, uma vez conhecidos os oito votos de ministros do Supremo Tribunal Federal em favor da reserva contínua, não estar satisfeito com a sentença do ministro Carlos Alberto Meneses Direito, que entre outras ressalvas estabeleceu poderes as Forças Armadas e à Polícia Federal de entrar na área para garantir nossas fronteiras, sempre que a segurança nacional exigir.
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Quer o alto funcionário público (Márcio Meira) que a reserva Raposa-Serra do Sol constitua território independente da soberania nacional, ou seja, um milhão e setecentos mil hectares entregues exclusivamente a ditos 16 mil índios, onde só entraria quem os caciques autorizassem. Os caciques e as centenas de ONGs estrangeiras que acabam de subir para um importante patamar no rumo da internacionalização da reserva.
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Alinha-se, esse anti-cidadão brasileiro, na corrente que sustenta a formação de uma nação independente, a ser logo reconhecida por um organismo internacional qualquer. O perigo aumentou, ou aumentará mais quando a totalidade dos ministros do Supremo, ano que vem confirmar a sentença da reserva continuada, (como, aliás e infelizmente aconteceu, porque este artigo é de 13.12.2008), chegando a nossas fronteiras com a Guiana e a Venezuela.
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Essa “nação independente”, a ser presidida por um índio qualquer, logo celebraria acordos com multinacionais e até com governos estrangeiros, para a exploração de seu subsolo, sua flora e seus recursos naturais. Pelo menos isso, no voto do ministro Meneses Direito, fica temporariamente adiado, mas eles vão insistir.
E com a colaboração de Márcio Meira, um dos artífices da proibição, tempos atrás, (ele proibiu) a um general comandante de brigada do Exército ingressar na área.
Convenhamos, os principais adversários da nossa integralidade territorial e da nossa soberania não são apenas estrangeiros. São brasileiros. Ou foram...




Um comentário:

  1. Dr.Bono,eu passei minhas contas no Youtube e Google Video para outra pessoa por isso já não sou mais responsável pela manutenção dos vídeos que coloquei.
    Felicidades

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