sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Ciência – 3) A Duração ou Persistência é sinônimo de Inexistência

Em meu livro inédito, “A Farsa dos Meios do Conhecimento” , escrevi o que segue:
"Todos os assim ditos objetos externos, ditos materiais, quando aparecem diante do homem pensante, quer queira, quer não, sempre se reduzem a experiências sensoriais. Quem distorce esse bom Sentir Primevo, é o mal pensar humano posterior. Todas as Coisas em Si, até o limite em que possam afetar um Ser Sensível, são Reais, porque são só Sentir e são Existências Momentâneas. Nunca são persistentes, duráveis, duros ou materiais."

A presença prolongada
do ente pensante e do objeto pensado, aquém ou além do Momento da Comunhão Sensorial – em suma, a pretensa duração, dureza dos dois – não pode ser garantida nem pelo Sentir nem pelo Saber-Intuir ou Entendimento Perfeito.
E este Entendimento não deve ser confundido com a intelecção ou com a lógica-razão vulgar, que só fundamenta e reforça o espaço-tempo pretensamente físico (ou memória-imaginação). Este Reto Saber não é conhecimento indireto nem conhecimento indiretíssimo.
E se aparentemente a duração temporal e a extensão espacial do objeto externo parecem ocorrer, parecem vingar, prevalecer, tais “duração e extensão” equivalerão apenas a uma manobra ladina da memória-raciocínio-imaginação que faz vingar e aparecer o impossível para um ego calhorda que nisso se compraz.
Duração (duro) e extensão são apenas ego-pensamento lucubrando. Tal pretensa “duração” mental ou interna e tal duração de algo aparentemente externo nunca são iguais à Vivência Momentânea da Sensação Primeva, e que traduz exatamente o REAL mais puro. Sugira-se que Aqui e Agora o SER no Homem é só Vivência Momentânea integral. E este é o Conhecimento Direto. No conhecimento indireto supõe-se que aqui haja alguém que pensa ("res cogitans") e que estaria se confrontando com algo objetivo que se extende. ("Res extensa"). Essa pessoa pensante e coisa pensada são frutos posterior do pensamento e constituem o conhecimento comum ou indireto do homem vulgar. O conhecimento indiretíssimo só prevalece no mundo científico, principalmente a nível microscópico e a nível astrônimico, em que só há pensar, mal ver ou enxergar e reconhecer.

As paredes imutáveis de uma prisão não existem como tais. Aparecem sim. E que força de persistência elas parecem possuir!
Isso é fruto do ego-pensamento maldoso, das intenções, decisões e modos de atuar proposital dos falsos justiceiros, dos juízes de alma negra e dos carcereiros vendidos e infames.
O que torna as paredes de uma prisão persistentes e insuperáveis é também a maldade da sociedade organizada, a crueldade dos tutores do poder instituído, tanto os do além, do postmorte, como os do aquém, os quais são guardas pusilânimes. Tudo isso também é devido à execução propositada ou intencional dos mesmos.
Alem de todo esse agir infame, fazedor e perpetuador de cadeias, temos inclusive o medo, o desespero e a agonia do preso, sua constante tentativa de superar ou de fugir. É o sadismo, a prepotência e a violência do sistema repressor, é a hipocrisia e a corrupção dos que se acreditam autorizados de julgar e condenar.
Todos esses horrores pensados convergem e resultam em obstáculos insuplantáveis, em fantásticos impedimentos. Todos esses fatores convergem e formam uma dolorosa concatenação quase insuperável, que mantém e alimenta todo esse horror. Todas essas terríveis concatenações são regidas pela Lei da Geração Condicionada, Lei da Interdependência e Lei do Carma, as únicas leis verdadeiras da vida condicionada.
Só a morte ou a infâmia mais abjeta é que, digamos, consegue anular os muros ou parece derrubar tais paredes, tidas como persistentes. Porém, o falecido e seu pensamento-ego, ao se transferirem para o além, ou também ao se transformar em outro meio ou no próprio além, totalmente desvirtuado e habituado que foi, é até capaz de recriar outras paredes mais, outros cárceres mais, no após morte. Sim gente, isso não é comum, mas pode acontecer.

O reconhecimento, essa poderosa arma do logro ou do engano dos meios do conhecimento vulgar, reconhecimento esse que é uma mistura de memória, raciocínio e imaginação, não prova a duração de coisa alguma. O reconhecimento só serve para manter as reconstruções sutis e ainda mentais, e também para sustentar as extrojeções da ignorância-ego-pensamento já previamente objetivadas.
Conviria saber também que tudo aquilo que não muda ou que parece durar, parece permanecer aparentemente igual, isso é ineficaz. Ou seja, tudo o que dura, isso simplesmente não existe em si, é vazio, malgrado possa aparecer para uma pessoa pensante!


É bom que se saiba também que numa Autonatureza ou numa Natureza absolutamente autêntica não existem nem partículas subatômicas, nem elétrons, nem Átomos, nem Moléculas… O Átomo Objetivado é uma Extensão Intelectual do próprio homem, ilegítima e gratuita.
É por isso que a Verdadeira Sabedoria nega o atomo, as moléculas, os peptídeos, as macromoléculas ou DNAs, RNAs, os GENOMAS, os vírus, as organelas, as células, os germes, a validade dos hipotéticos e futuros clones etc. (Quanto ao motivo da explosão atômica, ver explicações em livros inéditos e precedentes).
Por outro lado e evidentemente, a pressuposição de uma presença contínua, de um corpo permanente, é sustentada principalmente por aqueles que optam pela idéia (pensamento) ou pela concepção atômica das coisas.
Desse modo, então, segundo o parecer dos defensores do átomo, um pretenso dado objetivado, uma suposta coisa dita material – mesmo que não persista sempre igual, sequer em sua constatação comum e cotidiana – ela se reorganizaria de modo aproximadamente idêntico em seu pretenso nível ultra, ultramicroscópico ou nível atômico.
A modo de dizer, então, desde os infinitos ontem, o átomo conseguiria se objetivar e continuaria igual ou semelhante até o momento presente ou suposto hoje
Tal pretensa duração nos permitiria conhecer então o que vem a ser um objeto duradouro e externo – real, segundo a ciência – objeto que abrangeria os três tempos, passado, presente e futuro. Ou seja, tal pretenso objeto seria algo que vem do ontem para o hoje e do hoje vai para o amanhã, sempre graças à pretensa imutabilidade dos seus átomos. que não é verdadeira e nem eles são verdadeiros. .
Para os iludidos realistas de não sei o quê ou realistas superficiais, esses argumentos ligados a uma pretensa maneira de conhecer – em verdade sempre reconhecer – equivaleria ao que se chama “conhecer um objeto real, ocupando sempre o mesmo espaço e abrangendo os três tempos aparentes… Esses argumentos, contudo, carecem de autenticidade e validez.
Primeiro porque o conhecimento que do objeto passado a memória fornece não é uma visão e uma descrição do pressuposto objeto passado em sua pretensa organização atômica presente, e sim é uma visão e descrição em sua organização passada ou é um enxergar reinventado.
O ardiloso subterfúgio da persistência do átomo é apenas o nosso discurso interior fazendo prevalecer os três tempos – ontem, falso hoje e amanhã – tempos inventados pelo pensamento.
As artimanhas discursivas da memória-raciocínio-imaginação inventam um objeto durável a nível atômico, quando ele nunca o foi, pois nem tal nível existe como tal, nem o átomo fantasma o ocuparia.
Nisso tudo, também só há um conhecimento indiretíssimo que se traduz no mero enxergar dos olhos e no pensamento intelectual, que se relacionam com um suposto objeto evocado-imaginado, objeto que Aqui e Agora é totalmente inexistente.
E olha amigo que, no que diz respeito a esse suposto objeto atômico, não se levou em consideração todas as contradições vigentes que a concepção atômico-material implica, como, em parte, foi visto em livros precedentes, e como também a física quântica já tem denunciado.
Repito, tudo no átomo, nas moléculas e nas macromoléculas é pura contradição, como as próprias física quântica ondulatória e física eletromagnética escalar constataram Os pretensos subelementos dos átomos são ondas inconexas de energia, são puro conflito e não presença harmônica. Os bons físicos quânticos exclamam: Não temos mais átomos, temos possibilidades, temos intenções e um observador que, em seu pensar e conhecer é um misterioso!

O pretenso átomo está na total dependência do ego que o encara . E tal ego safado, valendo-se do Homem-Sentir, diz estar enxergando o átomo, quando em verdade tal ego-pensamento só enxerga suas forjações pensadas, seu próprio plantio, seus próprios engendramentos e os reconhece.
O homem comum com seu conhecimento indireto – ou o sujeito com seus seis sentidos e o objeto separados – nunca vê o átomo. Quem acha o estar vendo, num conhecimento indiretíssimo são certos cientistas, totalmente iludidos, condicionados e delirantes, e que só se valem dos olhos e do pensamento deles mesmos, enganador.
Nada nem ninguém criaram coisa alguma. Nada nem ninguém criaram esse dito átomo escondido numa pretensa natureza externa, nem na nossa cotidiana, nem mesmo numa natureza científica. Nem o deus persona ou o Ele das religiões criou o átomo, nem o trapaceiro deus acaso dos cientistas – sendo que trapaceiros aí somente seriam certos cientificistas mal pensantes.
Tais pretensos e fantasmagóricos átomos são sempre testemunhados por um pensar delirante, por um conhecimento indiretíssimo, e olhe lá. Jamais são enfocados e reconhecidos por um conhecimento indireto do povo em geral. Num conhecimento totalmente direto os átomos não existem nem aparecem. Só aparecem ou parecem se fazer presentes no conhecimento indiretíssimo.
Tais átomos, portanto, são pensamento puro, são pensamento deletério, haja vista as explosões atômicas que esse espécie de pensamento enjambrou. A causa das explosões atômicas se esconde no modo de pensar mais infame e no agir propositado mais abjeto.
Convém não esquecer também que nada na Autonatureza e até mesmo na natureza refeita pelo pensamento humano dura mais de um momento para conseguir manter inalterada sua estrutura intrínseca, pretensamente atômica, eletrônica, nucleônica, molecular etc. e depois explodir.
Tudo o que parece durar, em verdade fica estático, morto ou eternamente congelado nos pretensos espaços e tempos. Numa total contradição, os cientistas dizem que o corpo externo ou o Todo muda, sim, mas o átomo constituinte dura para sempre… Pois sim!

Os bons Mestres e um Sentir-Saber-Intuir ou uma Conscientização Perfeita e Reta Compreensão alertam que os objetos ditos materiais e pretensamente permanentes – ou seja, as coisas duras, persistentes, duráveis, impenetráveis e com outras qualidades e propriedades mais – em verdade possuem a natureza dos “cornos” da lebre, ou a realidade existencial do ”filho da mulher estéril”. Isto é, não são realidades e sim persistências aparentes. A evanescência da coisa ou do fato representa a própria natureza da coisa ou do fato em constante mutação.
Ou a coisa muda mal aparece, ou ela não mudará nunca. E se não mudar nunca será igual à Inexistência. A impressão e a convicção de meio termo, ou seja, de começo, meio e fim, meia duração, um quarto de duração etc e que a memória-raciocínio-imaginação (pensamento) sustenta, ou que as filosofias, as religiões, a ciência moderna e a psicologia adotaram e também impõem são um absurdo e abusos de prepotentes

E mais ainda, todo objeto que ao mesmo tempo apresentar duas ou mais qualidades, duas ou mais propriedades, condições etc., propriedades e qualidades que se conflituam, se contradizem, como o quente e o frio, negativo e positivo (tipo elétron e próton), isso não estará ligado a uma coisa só, permanente, mas sim tais quente e frio, positivo e negativo serão intrínsecos a duas ou mais coisas diferentes e instáveis etc.etc.
Por outro lado e em consonância com a Lei da Contradição, é bom enfatizar que toda vez que determinada coisa dita objetiva e pretensamente permanente manifestar em si mesma qualidades opostas ou até mesmo propriedades contraditórias, seja esta coisa um objeto da visão cotidiana, seja ela meramente um átomo, tal coisa simplesmente deixa de ser "coisa A" para virar "coisa B", "coisa C", ou mais ainda, e até mesmo menos… Ou também, uma coisa torna-se outra quando suas pressupostas propriedades e qualidades mudam.
E como antes se disse, haverá maior contradição do que a aproximação e fusão de dois átomos diferentes? Ou maior contradição do que as pretensas naturezas e propriedades dos elétrons, dos prótons, dos nêutrons, dos mésons etc., os quais supostamente se unindo constituiriam o átomo? E quando um átomo com determinadas qualidades e propriedades a modo de dizer se une com outro átomo diferente para formar a molécula, não será esta pressuposta molécula exatamente outra coisa que apareceu e que simplesmente fez desaparecer os prévios fantasmagóricos átomos constituintes, com suas mentirosas qualidades e propriedades intrínsecas e imutáveis?

Uma coisa também se transforma em outra quando supostamente muda de espaço, posição, ou senão muda de “lugar”.
Ai Deus, que Escândalo!, que escândalo!, sim, pois, a pretensa coisa não é algo que em determinado momento ocupa um lugar do pretenso recipiente espacial, ou um vazio espacial (A), e depois se desloca para ocupar o lugar seguinte (B), do mesmo recipiente.
Contrariamente, o dado momentâneo é o próprio espaço que se densifica em coisa, parecendo ocupar um lugar desse espaço (lugar, espaço, jogo de palavras).
O movimento ou deslocamento de A para B é um absurdo, como foi descrito quando tratamos do movimento, escrevendo nosso livro Transmutar Este Falso Mundo…
Ademais, toda e qualquer coisa já estaria sempre e naturalmente mudando, se alterando no falso tempo contínuo, permutando-se em outro instante-coisa vital, em outro espaço.
A coisa não muda porque o tempo a obriga mudar, mas sim a coisa forjada é mutação, é tempo em fulguração, e é algo refeito pelo ego-pensamento que também é tempo, e aí só vingam as fulgurações ou a impermanência. E todo fantasma pensado e superposto forçosamente tem que mudar.

A coisa material mergulhada no espaço é uma ilusão total. A coisa pretensamente científica seria só uma densificação particular e parcial do “Aqui” –(espaço).
A coisa também só seria um fulgurar momentâneo do “Agora”.
O espaço que se estende e o tempo físico que supostamente dura seriam só uma distorção do Aqui e Agora e uma acomodação intelectual! Disso Descartes nunca desconfiou.
Outrossim, sem nada impor, alerta-se que não há substância ou pasta material à parte das pretensas propriedades e qualidades que os nossos sentidos dizem captar e reconhecer, (quando em verdade tudo isso é só pensado).
É a partir dessas assim chamadas propriedades e qualidades, sempre subjetivas e reconhecíveis, que o pensamento constrói a impressão-convicção de matéria externa, dura e impenetrável. Esta última, aliás, não passa de uma forte impressão-convicção milenar, arraigada e sedimentada pela tradição que nos afeta, tradição essa que tem poder de distorcer nosso Ser e nosso Sentir.
Essa tradição é constituída por todas as memórias, raciocínios e imaginações que os homens liberaram, liberam e liberarão. E esses três atividades mentais distorcedoras têm o poder de subjugar o Ser em nós e de distorcer irremediavelmente o Sentir Primevo.
Tal acontece porque o homem Aqui e Agora, ao invés de Saber-Sentir-Intuir prefere pensar mal, prefere pensar de modo a estruturar e a discursar e depois reconhecer.

Nagarjuna, o grande sábio budista do II século d.C. declara muito oportunamente:
“Aqueles que afirmam a existência das coisas, ou senão a negam, esses não se apercebem da Verdade Maior, e que é exatamente a BENIGNA CESSAÇÃO DA IMPRESSÃO DE MUNDO!”
[Ou também dito de outro modo e em linguagem moderna: “Aqueles que afirmam a existência das coisas objetivas ou senão negam tal existir, esses tais são exatamente certos homens de pouca sabedoria, de quase nenhum alcance, e são extremamente dogmáticos e opiniáticos. Eles não se apercebem da Verdade Maior, e que é exatamente a benigna cessação da impressão e convicção de mundo. Amigo, aqui cessam os pensamentos, as elucubrações a respeito do mundo, cessam as superposições pensadas, as falsas impressões e convicções. Cessam as leis da ciência e os dogmas das religiões, mas não cessa o REAL ou a VERDADE, sensível, comungável, impensável, na qual o mundo pode caber perfeitamente.”

Mais outro ponta pé no nosso ego empafiado:
Tudo o que ao se originar, ao se objetivar depender de algo mais, isso não será nada em si mesmo.
Ou dito de outro modo, tudo o que parece ter um começo e tudo o que ao se objetivar sempre depender de algo mais, isso não é nada em si mesmo. O corpo denso ou físico do homem, malgrado as mentiras dos meios do conhecimento, com seus pretensos órgãos sensoriais, se enquadra perfeitamente nisso. Não foi por nada que Nagarjuna nos alertou, dizendo:
O Nirvana é a Realidade da aparência material e externa, assim como, conversivamente falando, o Samsara ou o pretenso mundo dos homens é a falsidade do Nirvana… Samsara [ou Maya, aparência] é o que sempre (mal) vemos e mal sentimos. O Real-Nirvana é o próprio Isto –(mundo) livre das impressões-convicções de nascimento, crescimento, duração, decadência e morte!”

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